SALDANHA, Alcides
*sen. RS 1985-1986; dep. fed. RS 1988 e 1990; min.
Transp. 1996-1997.
Alcides José Saldanha nasceu em Cachoeira do Sul (RS) no dia 24 de julho de 1937,
filho de Alcides Saldanha e de Eva Alves Saldanha.
Formado
pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS),
em novembro de 1963 foi eleito vereador em Caçapava do Sul (RS) na legenda do
Partido Libertador (PL), sendo empossado em fevereiro do ano seguinte.
Com a extinção dos antigos partidos, em virtude do Ato
Institucional nº 2 (AI-2), de 27 de outubro de 1965, e a conseqüente
instituição do bipartidarismo, ingressou no Movimento Democrático Brasileiro
(MDB), partido de oposição ao regime militar instaurado no país em abril do ano
anterior. Na Câmara Municipal presidiu a Comissão de Justiça e foi líder do
governo. Encerrado o mandato, em 1969, retornou às atividades privadas.
De 1973 a 1977 foi prefeito de Caçapava do Sul. Nas eleições
de novembro de 1978 compôs como suplente a chapa do MDB que lançou a candidatura
vitoriosa de Pedro Simon ao Senado. Após o fim do bipartidarismo, em novembro
de 1979, ingressou no Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB),
sucessor do MDB. De 1980 a 1985 coordenou o gabinete de assessoria superior e
posteriormente a diretoria geral da Assembléia Legislativa do Rio Grande do
Sul.
Com
a nomeação de Simon para o Ministério da Agricultura, Saldanha o substituiu no
Senado, entre março de 1985 e fevereiro de 1986, período em que foi
vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para
investigar irregularidades na atuação do Banco Sul Brasileiro. Em novembro,
disputou pelo PMDB gaúcho uma vaga na Câmara dos Deputados e obteve uma
suplência. No mesmo pleito, Simon foi eleito governador, convidando-o para a
Secretaria de Minas, Energia e Comunicação.
De agosto de 1988 a março de 1990 assumiu o mandato de
deputado federal, retornando ao cargo executivo do qual se desincompatibilizou
em abril, a fim de candidatar-se sem sucesso à reeleição, no pleito de outubro.
Ministro
dos Transportes
Em janeiro de 1995, Saldanha foi indicado secretário
executivo do Ministério dos Transportes, cargo que manteve até agosto de 1996,
quando foi nomeado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso ministro interino,
em substituição a Odacir Klein. À frente da pasta, Saldanha deu continuidade ao
processo de privatização do sistema portuário. Assim, no início de 1997,
concluiu o contrato de arrendamento e os termos da licitação dos terminais de
minério e carvão do Porto de Sepetiba, no Rio de Janeiro. Em todo o estado, a
Companhia Docas do Rio de Janeiro ficou apenas encarregada da fiscalização do
setor e do investimento em obras de infra-estrutura.
Após a votação da emenda da reeleição na Câmara, em fevereiro
de 1997, e em meio ao tumulto gerado por denúncias de corrupção ao longo do
processo, Alcides Saldanha foi acusado pela Comissão de Orçamento do Congresso
e pela Procuradoria Geral da República de favorecimento na distribuição de
verbas para o Acre, governado por Orleir Cameli, que supostamente teria
realizado o pagamento de propinas aos deputados Osmir Lima e Zila Bezerra,
ambos do Partido da Frente Liberal (PFL). Em maio, Alcides Saldanha acabou
sendo substituído na pasta dos Transportes pelo deputado federal Eliseu
Padilha.
Na
eleição de outubro de 1998, candidatou-se sem sucesso a uma vaga de deputado
federal na coligação do PMDB com PFL, o Partido da Social Democracia Brasileira
(PSDB), o Partido Republicano Progressista (PRP) e o Partido Social Cristão
(PSC).
No
dia 21 de maio de 2007, tornou-se o conselheiro-presidente da Agência Estadual
de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Estado do Rio Grande do Sul
(Agergs), cargo que seguia exercendo em 2009.
Casado com Oiara Antoniazzi Saldanha, não teve filhos.
FONTES:
ASSEMB. LEGISL. RS. Parlamentares
gaúchos; ASSEMB. NAC. CONST. Repertório
(1987-1988); Correio do Povo. Disponível em : <http://www.cpovo.net>.
Acesso em : 19 dez. 2009; Estado
de S. Paulo
(27/9/95, 13/2 e 15/4/97); Folha
de S. Paulo
(16/8/96 e 21/6/97);
Globo (22/1, 19/3, 9 e
16/5/97); Veja
(21/5/ 97).