SABENÇA, ALCIDES
SABENÇA,
Alcides
*const. 1946; dep. fed. RJ 1946-1947.
Alcides Rodrigues Sabença
nasceu em Barra do Piraí (RJ) no dia 12 de dezembro de 1915, filho de Antônio
Rodrigues Sabença e de Ester Malafaia Sabença.
Em 1931 ingressou no Partido Comunista Brasileiro (PCB),
então Partido Comunista do Brasil. Trabalhava como carpinteiro em 1933, quando
se elegeu secretário do Sindicato dos Operários na Construção Civil de Barra do
Piraí, cargo que ocuparia durante dois mandatos. Em 1934 participou de diversos
movimentos, como membro da Juventude Estudantil Operária Popular. Em 1935
filiou-se à Aliança Nacional Libertadora (ANL), movimento criado em março desse
ano para lutar contra o fascismo, o imperialismo, o latifúndio e a miséria, e
que congregava elementos dos mais diversos escalões sociais, desde operários
até algumas patentes militares. Em julho, a ANL foi posta na ilegalidade, mas
continuou funcionando pela ação do PCB, liderado por Luís Carlos Prestes, e só
deixou de atuar após a Revolta Comunista de novembro de 1935. Em 1936
participou do Congresso Trabalhista, realizado em Niterói, então capital do
estado do Rio de Janeiro.
A
partir do início da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), participou dos
movimentos que forçaram o governo a declarar guerra aos países do Eixo
(Alemanha, Itália e Japão) e a enviar uma força expedicionária à Itália, o que
acabou acontecendo. Com a entrada do Brasil na guerra, tornou-se secretário da
Comissão de Ajuda à Força Expedicionária Brasileira (FEB).
No fim do Estado Novo (1937-1945) elegeu-se
secretário-político do comitê distrital do PCB de Volta Redonda (RJ) e, após a
deposição do presidente Getúlio Vargas, em outubro de 1945, elegeu-se em
dezembro deputado por seu estado à Assembléia Nacional Constituinte, na legenda
do PCB. Assumiu o mandato em fevereiro de 1946 e, junto com outros deputados,
assinou uma proposição do PCB à Assembléia, constando de 15 pontos. Os
comunistas defendiam a convocação de ministros sem a comunicação prévia dos
assuntos, a extensão do voto aos analfabetos, soldados e marinheiros, a
decretação do estado de sítio apenas em caso de agressão estrangeira e a autonomia
do Distrito Federal, combatendo também a abertura de quaisquer exceções à
proibição do trabalho de menores.
Após
a promulgação da nova Carta (18/9/1946), passou a exercer o mandato ordinário.
Nessa legislatura analisou a situação dos trabalhadores rurais e da economia no
campo e estudou o problema dos empregados da Cantareira, no Rio de Janeiro
(então Distrito Federal), e da Fábrica Eletro-Aço São Caetano. Deixou a Câmara
em setembro de 1947, quatro meses após o cancelamento do registro do PCB.
Ainda em 1946 trabalhou na Companhia Siderúrgica Nacional
(CSN), em Volta Redonda, e foi um dos fundadores do Sindicato dos Trabalhadores
nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Barra Mansa
(RJ).
Faleceu em Volta Redonda (RJ) no dia 7 de março de 1986.
Era casado com Renê Sabença, com quem teve nove filhos.
FONTES: Bancada;
CÂM. DEP. Deputados (1946-1967); CÂM. DEP. Relação dos dep.; Grande
encic. Delta; Jornal do Brasil (8/3/86); SILVA, G. Constituinte.