PADILHA, Alexandre
*Min.
Saúde 2011-2014
Alexandre
Rocha Santos Padilha nasceu em São Paulo no dia 14 de setembro de
1971, filho de Anivaldo Padilha e Vera.
Formou-se médico pela Faculdade de Ciências
Médicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) com especialização em
Infectologia na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Foi coordenador do Diretório Central de
Estudantes da Unicamp e membro do Diretório Estadual do Partido dos
Trabalhadores (PT) de São Paulo entre 1991 e 1993. Atuou junto à equipe de
coordenação nacional das campanhas à presidência da República de Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) em 1989 e em 1994.
De 2000 a 2004, foi coordenador do Núcleo de
Extensão em Medicina Tropical do Departamento de Doenças Infecciosas e
Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP (Numetrop/USP) ao mesmo tempo em
que coordenou os Projetos de Pesquisa, Vigilância e Assistência em Doenças
Tropicais, no Pará, realizado em parceria com a Organização Pan-americana de
saúde (OPAS) e o Fundo de Pesquisa em Doenças Tropicais da Organização Mundial
de Saúde (OMS).
Ainda em 2004, durante o primeiro mandato do
presidente Lula, assumiu o cargo de diretor de Saúde Indígena na Fundação
Nacional de Saúde (Funasa). No ano seguinte, foi transferido para a Secretaria
de Relações Institucionais (SRI), órgão ligado à Presidência da República no
qual permaneceu até 2010. Na SRI, primeiro atuou como assessor, depois como
secretário com status de ministro até
assumir a pasta no fim de 2009, quando José Múcio Monteiro, seu antecessor, foi
indicado pelo então presidente Lula à vaga aberta no Tribunal de Contas da
União (TCU).
Foi nomeado ministro da Saúde pela presidenta
recém-eleita Dilma Rousseff e tomou posse em 1º de janeiro de 2011 em
substituição a José Gomes Temporão, que ocupava a pasta da Saúde no governo
Lula. Logo após a posse, enfrentou uma greve dos servidores da Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Em seu primeiro ano como ministro, criou o
Programa de Valorização do profissional da Atenção Básica (Provab) pelo qual
médicos recém-formados receberiam uma bolsa no valor de R$ 10 mil e bônus de
10% de pontuação em provas de residência para trabalhar em unidades de saúde de
municípios de interior e em regiões de periferia.
Com base em uma pesquisa realizada pelo o
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) em 2013, segundo a qual, de
acordo com os próprios usuários, o maior problema do Sistema Único de Saúde
(SUS) era a falta de médicos, o ministro passou a divulgar a escassez de
médicos em relação ao número de pacientes com objetivo de provar a
insuficiência de recursos humanos no SUS e a necessidade de levar profissionais
de saúde ao interior país e mesmo de trazer médicos de outros países para
trabalhar em áreas remotas do Brasil.
Como resposta a tal iniciativa, que permitia
aos médicos estrangeiros atuar no Brasil sem a exigência de realizar o exame de
comprovação de capacidade denominado Revalida Brasil, a Associação Médica
Brasileira (AMB) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) o declararam persona non grata por não defender os interesses
da corporação.
Em maio de 2013, o procurador-geral da
República Roberto Gurgel abriu investigações para avaliar suspeitas
irregularidades em convênios firmados entre a FUB (Fundação Universidade de
Brasília) e a Funasa em 2004. De acordo com o Ministério da Saúde, em
manifestação por meio de nota oficial, tais irregularidades ocorreram antes de
Padilha se tornar diretor de Saúde Indígena na instituição.
Em julho de 2013, o Conselho Regional de
Medicina do Pará abriu processo ético-disciplinar contra o ministro acusando-o
de se apresentar como infectologista de maneira ilegal, o que o levou a publicar
uma foto de seu diploma de especialista em infectologia em uma rede social. Na
ocasião, a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) publicou uma
nota confirmando que Padilha concluiu o programa de residência médica da
instituição.
Em outubro seguinte, a presidenta Dilma
Rousseff sancionou uma medida provisória aprovada pela Câmara dos Deputados e
no Senado Federal e que convertia em lei o Programa Mais Médicos, que
permitiria então a vinda de médicos estrangeiros para atuar no Brasil. Apesar
da insatisfação da classe médica, que reagiu negativamente quando desembarcaram
no estado do Ceará os primeiros médicos cubanos, o programa foi aprovado pela
grande maioria da população, o que fez do ministro Padilha um dos
pré-candidatos petistas à disputa pelo governo de São Paulo em outubro de 2014,
para onde transferiu seu título eleitoral, registrado em Santarém (PA) até junho
de 2013.
No final de janeiro de 2014, fez seu último
pronunciamento como ministro da Saúde em cadeia nacional de rádio e televisão
para anunciar o início da vacinação a ser oferecida pelo SUS contra o papilomavírus
humano (HPV), responsável pelo elevado índice de casos de câncer de colo de
útero. O público alvo da campanha eram meninas de 10 e 11 anos, que somente
poderiam ser imunizadas com a autorização dos pais ou responsáveis.
Em fevereiro de 2014, após a divulgação de
diversas acusações de que o diploma apresentado por Padilha seria falso, o
Partido dos Trabalhadores divulgou uma nota em seu site, esclarecendo uma a uma as acusações de falsidade relacionadas
à formação do ministro. Assinada pelo presidente do PT-SP, Emidio de Souza, a
nota encerrava afirmando que o partido “repudia a campanha injuriosa movida por
nossos adversários políticos, com ataques pessoais e à honra de instituições
paulistas”.
Desde 2013 passou a viver em união estável com
a jornalista Thássia Alves.
Letícia
Nunes de Moraes
FONTES: Portal
do Partido dos Trabalhadores (PT). Disponível em: <http://www.pt.org.br/>. Acesso em 05/03/2014; Portal do jornal
O Globo. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/pais/>.
Acesso em 05/03/2014; Portal da revista Época.
Disponível em: <http://epoca.globo.com/tempo/noticia/> Acesso em 05/03/2014; Portal de notícias Último Segundo. Disponível
em: <http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/>. Acesso em 05/03/2014;
Portal do jornal Valor
Econômico. Disponível em: <http://www.valor.com.br/politica>. Acesso
em 05/03/2014; Portal do jornal O Estado
de S. Paulo. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/>.
Acesso em 05/03/2014. Portal do Ministério da Saúde. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/>.
Acesso em 05/03/2014; Portal do jornal Folha
de S. Paulo. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/poder/>.
Acesso em 05/032014.