ALVIM,
Hugo Panasco
*militar; ch. Depto. Prod. e Obras Ex. 1964-1965; ch.
Depto. Ger. Pess. Ex. 1966.
Hugo Panasco Alvim nasceu
no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, no dia 12 de junho de 1901.
Sentou
praça em abril de 1919, ingressando na Escola Militar do Realengo, no Rio de
Janeiro. Declarado aspirante em janeiro de 1922, foi promovido a segundo-tenente
em abril do mesmo ano e a primeiro-tenente em junho de 1923. Capitão em
novembro de 1932, entre 1935 e 1937 fez o curso da Escola Superior de Guerra da
França, sendo promovido a major em agosto de 1940.
Durante
a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), cursou, na condição de membro do
Estado-Maior do Exército (EME) brasileiro, a Escola de Artilharia de Fort
Still, nos Estados Unidos, em virtude da decisão do governo do Brasil de
intervir no conflito. Promovido a coronel em dezembro de 1943, comandou, de 1944 a 1945, no teatro de operações de guerra na Itália, o 4º Grupo de Obuses de 155mm da Força
Expedicionária Brasileira (FEB), participando de vários combates importantes,
entre eles o que resultou na conquista da região nordeste de Castelnuovo e o
ataque a Montese. Após o fim do conflito mundial, ocupou em 1952 a função de chefe de gabinete do EME, então sob a chefia do general Álvaro Fiúza de Castro.
Exercia o comando da guarnição do Exército em Santos (SP)
quando, em novembro de 1955, foi deflagrado o movimento político-militar
liderado pelo general Henrique Teixeira Lott, ministro da Guerra demissionário.
O movimento visava, segundo seus promotores, neutralizar uma conspiração em
preparo no governo e assegurar a posse do presidente eleito Juscelino
Kubitschek. De acordo com carta do então capitão dos Portos de São Paulo,
almirante João Vicente Bulcão Viana, enviada posteriormente a João Café Filho —
presidente da República licenciado à época do evento —, Panasco Alvim
manteve-se, com sua guarnição, fiel ao governo do presidente em exercício,
Carlos Luz, seguindo orientação do general Tasso Tinoco, então comandante da 2ª
Divisão de Infantaria, sediada em São Paulo, até a capital paulista ser
dominada, embora tivesse recebido ordens do general Stênio Caio de Albuquerque
Lima — então comandante da 2ª Região Militar (2ª RM), sediada em São Paulo —, no sentido de aderir ao movimento. A ação liderada por Lott resultou no
impedimento dos presidentes Carlos Luz e Café Filho, culminando com a posse na
chefia da nação do vice-presidente do Senado, Nereu Ramos.
Promovido
a general-de-brigada em agosto de 1956, assumiu nesse ano o comando da Academia
Militar das Agulhas Negras (AMAN), em Resende (RJ), cargo que ocupou até o ano
seguinte. Entre 1962 e 1963 comandou a Escola de Comando e Estado-Maior do
Exército (ECEME), no Rio de Janeiro, e a 9ª RM, sediada em Mato Grosso. Em julho de 1962 foi promovido a general-de-divisão e, em agosto de 1964,
assumiu a chefia do Departamento de Produção e Obras do Exército, até então
exercida pelo general Raul de Albuquerque. Promovido a general-de-exército em
novembro desse ano, em janeiro de 1965 transferiu a chefia que exercia para o
general Aurélio de Lira Tavares.
Ainda em 1965, tornou-se o primeiro comandante da Força
Interamericana de Paz, constituída pela Organização dos Estados Americanos
(OEA) para pôr termo à guerra civil na República Dominicana, iniciada em abril
desse ano e suspensa em junho de 1966, com a eleição de Joaquim Balaguer para a
presidência da República. A partir de maio de 1966 chefiou o Departamento Geral
de Pessoal do Exército, cargo em que substituiu o general Orlando Geisel. Em
dezembro do mesmo ano foi substituído pelo general Antônio Carlos da Silva Murici e, ainda nesse mês, passou para a reserva na patente de marechal.
Durante sua carreira militar cursou também as escolas de
Aperfeiçoamento de Oficiais, de Estado-Maior e Superior de Guerra (ESG), bem
como The Army Air Defense School, em Fort Bliss, nos Estados Unidos.
Faleceu no Rio de Janeiro no dia 29 de julho de 1978.
Era casado com Maria Ofélia Cabral Alvim, com quem teve um
filho.
FONTES: BRAYNER, F.
Verdade; CAFÉ FILHO, J. Sindicato; CORRESP. SECRET.
GER. EXÉRC.; Grande encic. Delta; Jornal do Brasil (30/7/78); MORAIS, J.
FEB.