AMARAL,
Luís Avelino Gurgel do
*diplomata; emb. Bras. Peru 1938-1940.
Luís Avelino Gurgel do Amaral nasceu no Rio de Janeiro, então capital do Império, no dia 5
de maio de 1885, filho de José Avelino Gurgel do Amaral e de Eutália de Barros
Gurgel do Amaral. Seu pai, jornalista, foi constituinte em 1891 e deputado
federal pelo Ceará de 1891 a 1893 e de 1898 a 1902. Seu irmão, Silvino Gurgel do Amaral, também diplomata, foi embaixador do Brasil nos Estados Unidos de 1925 a 1931.
Iniciou sua carreira diplomática ingressando no quadro de
funcionários do Ministério das Relações Exteriores (MRE) em maio de 1905 como
amanuense. Tornou-se terceiro-oficial em setembro de 1909, passando a
segundo-oficial em maio do ano seguinte. De abril a julho de 1912 serviu em Buenos Aires na função de secretário do embaixador Manuel Ferraz de Campos Sales,
ex-presidente da República (1898-1902).
Voltando ao Rio de Janeiro, foi promovido em maio de 1913 a segundo-secretário, permanecendo nessa cidade comissionado na secretaria do ministério até
julho seguinte, quando foi designado para assumir novo posto em Santiago do
Chile. De abril a setembro de 1917 desempenhou as funções de encarregado de
negócios do Brasil naquele país, chegando em julho de 1918 a primeiro-secretário de embaixada. Foi então transferido para o México, onde serviu como
encarregado de negócios de novembro deste último ano até julho de 1919. Serviu
em seguida, de julho de 1920 a novembro de 1921, em Washington, e desse mês a
março de 1925, em Londres.
Em maio de 1926 foi removido para Bruxelas, na Bélgica, aí
permanecendo até janeiro de 1930. Em janeiro do ano seguinte viajou para o
Vaticano onde foi elevado em julho de 1933 à condição de enviado extraordinário
e ministro plenipotenciário de segunda classe. Dois meses depois, deixou o
Vaticano, sendo comissionado na Secretaria do MRE a partir de outubro desse
mesmo ano. Em junho de 1934 tornou-se chefe de gabinete do ministro José Carlos
de Macedo Soares, cargo que ocuparia no Ministério das Relações Exteriores até
janeiro de 1937, quando Macedo Soares saiu. Em dezembro de 1934 foi nomeado
chefe de contabilidade do ministério e, em fevereiro do ano seguinte,
responsável pela avaliação dos manuscritos deixados pelo diplomata e escritor
Ronald de Carvalho.
Chegando em setembro de 1935 a enviado extraordinário e ministro plenipotenciário de primeira classe, foi nomeado em dezembro
do ano seguinte para integrar a Comissão de Eficiência do MRE e, em maio de 1937, a Comissão Revisora das Leis e Regulamentos. A partir de julho de 1938 foi comissionado
embaixador do Brasil no Peru, substituindo o encarregado de negócios naquele
país, Edgar Rangel do Monte. Em setembro do ano seguinte atuou como delegado
brasileiro junto ao XXVII Congresso de Americanismo, realizado em Lima.
Aposentando-se em junho de 1940, foi substituído na embaixada
brasileira na capital peruana pelo encarregado de negócios Luís Leivas Bastian
Pinto.
Ao longo de sua vida, pertenceu à Sociedade de Geografia de
Lima e ao Centro de Ciências, Letras e Artes de Campinas (SP).
Faleceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 9 de agosto de
1965.
Foi casado com Luísa de Lorena Gurgel do Amaral.
Publicou
Contos fora do tempo (1933); Visões do ano santo (1934); Histórias
de todas as cores (1937); Traços a carvão (1938); O meu
velho Itamarati (1947) e Coisas idas e vividas (1959).
FONTES: ARQ.
GETÚLIO VARGAS; CONSULT. MAGALHÃES, B.; COUTINHO, A. Brasil; GUIMARÃES,
A. Dic.; MENESES, R. Dic.; MIN. REL. EXT. Almanaque (1941);
Rev. Inst. Hist. Geog. Bras.; RIBEIRO FILHO, J. Dic.