ROCHA,
Anísio
*dep.
fed. GO 1955-1956, 1957 e 1959-1967.
Anísio de Alcântara Rocha nasceu
em Palmeira (BA) no dia 14 de fevereiro de 1923, filho de Alfredo Carlos da
Rocha e de Anísia Alcântara Rocha.
Em 1945 ingressou na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro,
então Distrito Federal, passando a atuar no movimento estudantil. Tomando parte
na campanha pela reconstitucionalização do país, fundou o Comitê Universitário
Pró-Candidatura Eurico Dutra à presidência da República e, com a eleição desse
candidato em dezembro de 1945, tornou-se seu assessor universitário.
Bacharelou-se em direito em 1949.
Transferindo-se
para Goiás, em outubro de 1954 concorreu a uma cadeira de deputado federal por
esse estado na legenda do Partido Social Democrático (PSD), obtendo a primeira
suplência. Exerceu o mandato na Câmara de setembro a outubro de 1955, de
dezembro do mesmo ano a dezembro de 1956 e novamente de abril a julho de 1957.
Mais uma vez candidato a deputado federal por Goiás no pleito de outubro de
1958, ainda na legenda do PSD, durante sua campanha entrou em atrito com o
governador do estado, José Ludovico de Almeida (1955-1959), em decorrência do
fato de ter passado telegramas em nome do senador Pedro Ludovico Teixeira
recomendando sua candidatura ao eleitorado. Eleito, assumiu sua cadeira em
fevereiro de 1959 e em 1961 opôs-se à Instrução nº 204, adotada no governo de
Jânio Quadros, estabelecendo amplas modificações na política cambial do país.
Em setembro desse ano, após a renúncia do presidente, votou a favor da Emenda
Constitucional nº 4, que instituiu o regime parlamentarista como medida
conciliatória para propiciar a posse do vice-presidente João Goulart, cujo nome
fora vetado pelos ministros militares. Nessa legislatura foi membro da Comissão
de Justiça da Câmara dos Deputados e apresentou um projeto que instituía a pena
de morte.
Reeleito em outubro de 1962, sempre na legenda do PSD, foi um
dos articuladores do movimento político-militar de março de 1964, participando
da posse de Ranieri Mazzilli, presidente da Câmara dos Deputados, na
presidência da República na madrugada do dia 1º de abril desse ano. Com a
extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional nº 2 (27/10/1965) e a
posterior instauração do bipartidarismo, filiou-se ao partido de oposição, o Movimento
Democrático Brasileiro (MDB), uma vez que seus adversários políticos no estado
filiaram-se ao partido governista, a Aliança Renovadora Nacional (Arena). Em
1966 foi um dos principais responsáveis pelo lançamento da candidatura do
general Artur da Costa e Silva à presidência da República, constituindo-se no
único parlamentar oposicionista a votar no candidato arenista nas eleições
indiretas realizadas ainda em 1966. Este fato motivou sua expulsão do MDB.
Entretanto, por decisão unânime, o Tribunal Superior Eleitoral não só garantiu
o seu voto, contrário à orientação de seu partido, como também considerou
ilegal a sua expulsão do MDB. Ainda neste ano, no mês de novembro, elegeu-se
primeiro suplente de deputado federal por Goiás, pela legenda do MDB. Deixou a
Câmara em janeiro de 1967 e nesse mesmo ano assumiu a presidência do Instituto
de Resseguros do Brasil, cargo que ocupou até 1968.
Em janeiro de 1977 assumiu a diretoria de habilitação do
Departamento de Trânsito (Detran) do estado do Rio de Janeiro. Em maio do mesmo
ano pediu demissão do cargo por motivos de saúde.
Em 1979 tornou-se diretor da Embramec — Mecânica Brasileira
S.A., empresa subsidiária do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), função que desempenhou até 1984.
Radicado no Rio de Janeiro, Anísio Rocha desde então não mais
ocupou cargos públicos. Voltou a se dedicar à advocacia em um escritório no
centro da cidade, especializado em causas cíveis.
Foi casado com Angélica Modesta Ribeiro Rocha, já falecida,
com quem teve três filhos.
FONTES: CÂM. DEP. Deputados;
CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório (1963-1967); INF.
Ricardo Eurico Ribeiro Rocha; Jornal do Brasil (25/1, 4 e
5/5/77); SILVA, H. 1964; TRIB. SUP. ELEIT. Dados (3, 4, 6
e 8); VAITSMAN, N. Sangue; Veja (5/12/84); VÍTOR, M. Cinco;
Internet.