FLORES,
Rosa
*dep. fed. RS 1975-1987.
Antônio Carlos Rosa Flores
nasceu
em Montenegro (RS) no dia 9 de julho de 1931, filho de Luís Louro Flores e de Dila Rosa Flores.
Bacharelou-se em ciências jurídicas e
sociais pela Universidade do Rio Grande do Sul em 1957. Advogado e professor,
foi vice-prefeito de São Leopoldo (RS) eleito na legenda do Movimento
Trabalhista Renovador (MTR), chegando a assumir a prefeitura em 1964. Promotor
público em Sobradinho (RS) e Venâncio Aires (RS), com a extinção dos partidos
políticos pelo Ato Institucional nº. 2 (27/10/1965) e a posterior instauração
do bipartidarismo, filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido
de oposição ao regime militar instaurado no país em abril de 1964.
No pleito de novembro de 1966 foi
eleito deputado estadual no Rio Grande do Sul na legenda do MDB, assumindo o
mandato em fevereiro de 1967. Durante essa legislatura foi um dos signatários
da Constituição do estado, promulgada em 14 de maio de 1967, e membro das
comissões de Desenvolvimento Econômico e de Constituição e Justiça. Foi também
presidente da comissão parlamentar de inquérito sobre a morte do sargento
Manuel Raimundo Soares, opositor do regime - cujo assassinato foi atribuído a
elementos da polícia - , bem como das comissões especiais sobre as enchentes no
vale do rio dos Sinos e sobre entidades de autofinanciamento. Participou,
ainda, da delegação de deputados gaúchos no Encontro das Assembléias
Legislativas, ocorrido em Recife. Reelegeu-se no pleito de novembro de 1970,
sempre na legenda do MDB.
Eleito deputado federal pelo seu
estado na mesma legenda em novembro de 1974, deixou sua cadeira na Assembléia
gaúcha em janeiro do ano seguinte para tomar assento na Câmara em fevereiro.
Durante seu mandato foi vice-presidente da Comissão de Trabalho e Legislação
Social e, em novembro de 1977, participou de uma reunião do chamado grupo
"autêntico" do MDB, do qual fazia farte, com o marechal Osvaldo
Cordeiro de Farias, para discutir, entre outros temas, a convocação de uma
Assembléia Nacional Constituinte (ANC) e o processo de abertura política.
Reeleito em novembro de 1978, ainda na
legenda do MDB, com a extinção do bipartidarismo em 29 de novembro do ano
seguinte e a conseqüente reformulação partidária, filiou-se ao partido do
Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), agremiação que sucedeu ao MDB. Em
dezembro de 1980 integrou uma delegação de parlamentares brasileiros em visita
à União Soviética, declarando-se, quando de volta ao Brasil, impressionado com
o desenvolvimento daquele país. Durante essa legislatura foi, também, membro
efetivo das comissões de Fiscalização Financeira e Tomada de Contas e de
Relações Exteriores e suplente das comissões de Trabalho e Legislação Social e
de Economia, Indústria e Comércio.
Nas eleições de novembro de 1982, foi
reeleito à Câmara dos Deputados, pelo estado do Rio Grande do Sul na legenda do
PMDB. Iniciou novo mandato em fevereiro do ano seguinte.
Na sessão da Câmara de 25 de abril de
1984, votou a favor da Emenda Dante de Oliveira que, se confirmada pelo
plenário, restabeleceria as eleições diretas para presidente da República em
novembro seguinte. Como a emenda não obteve a votação necessária para ser enviada
ao Senado Federal, decidiu apoiar, no Colégio Eleitoral de 15 de janeiro de
1985, a candidatura presidencial do ex-governador de Minas Gerais Tancredo
Neves, eleito pela coligação oposicionista Aliança Democrática, formada pelo
PMDB e pela dissidência do Partido Democrático Social (PDS) reunida na Frente
Liberal.
Gravemente enfermo, Tancredo, no
entanto, não chegou a assumir a presidência, sendo internado no Hospital de
Base de Brasília na véspera de sua posse, marcada para 15 de março. Com isso,
José Sarney tornou-se o novo presidente do país, sendo efetivado no cargo após
a morte do ex-governador de Minas em 21 de abril de 1985.
No ano seguinte, Rosa Flores aposentou-se
como procurador da Justiça, no Ministério Público. Deixou a Câmara em janeiro
de 1987, ao final da legislatura, não tendo concorrido a deputado federal
constituinte no pleito de novembro de 1986.
No início da década de 1990,
desfiliou-se do PMDB, não mais retornando à vida pública. Passou então a
dedicar-se à administração de suas propriedades rurais em Novo Hamburgo (RS) e
São Leopoldo.
Rosa Flores casou-se com Valmir
Winkler Flores, com quem teve três filhos.
Publicou as seguintes obras: O 13º.
salário e os trabalhadores rurais, Hierarquia dos créditos de empregados no
Juízo universal da falência, O aviso prévio nas rescisões indiretas do contrato
de trabalho, O salário mínimo e sua aplicação aos trabalhadores de menor idade,
A suspensão e a interrupção do contrato de trabalho.
FONTES: CÂM. DEP. Deputados; CÂM. DEP. Deputados
brasileiros. Repertório (1971-1975); Globo (26/4/84 e 16/1/85); INF.
BIOG.; Jornal do Brasil (6 e 11/11/77; 29/11 e 21/12/80); NÉRI, S. 16
Perfil (1980); SILVA, R. Notas; TRIB. SUP. ELEIT. Dados (8 e
9).