TROMPOWSKY,
Armando
*militar; ch. Emaer 1941-1945; min. Aer. 1945-1951;
min. STM 1951-1959.
Armando Figueira Trompowsky de Almeida nasceu no Rio de Janeiro, capital do Império, no dia 30 de
janeiro de 1889, filho de Roberto Trompowsky Leitão de Almeida, marechal e
patrono do magistério do Exército brasileiro, e de Luísa Andrade Figueira
Trompowsky de Almeida. Seu avô, Domingos de Andrade Figueira, foi no Império
deputado provincial e geral pela província do Rio de Janeiro, secretário do
governo provincial mineiro em agosto de 1868, presidente da província de Minas
Gerais desse ano até maio de 1869 e um dos últimos membros do Conselho de
Estado, nomeado em 1888.
Armando Trompowsky cursou o primário no colégio Joaquim Serra
e o secundário nos colégios Pedro II e Alfredo Gomes, no Rio de Janeiro,
ingressando em abril de 1906, na Escola Naval, de onde saiu guarda-marinha em
janeiro de 1909. Promovido a segundo-tenente em janeiro do ano seguinte, chegou
a primeiro-tenente em janeiro de 1914.
Em 1917 ingressou na Escola de Aviação Naval, exercendo entre
1918 e 1920 a função de instrutor e, em 1921, a de vice-diretor dessa escola.
Em novembro de 1921 foi promovido a capitão-tenente e, de 1928 a 1933, lecionou
na Escola de Guerra Naval, sendo promovido a capitão-de-corveta em fevereiro de
1932 e a capitão-de-fragata em junho de 1933. Em 1934 comandou a Escola de
Aviação Naval e em fevereiro do ano seguinte foi promovido a
capitão-de-mar-e-guerra, deixando o comando da escola em 1937. Neste último ano
tornou-se vice-diretor da Aeronáutica Naval e em 1938 passou a diretor da mesma
escola.
Em 1941, com a criação do Ministério da Aeronáutica, foi
nomeado chefe do Estado-Maior da Aeronáutica (Emaer). Ainda em 1941 foi
promovido a brigadeiro-do-ar, alcançando em abril do ano seguinte a patente de
major-brigadeiro-do-ar. Entre 1943 e 1945 integrou o Conselho de Segurança
Nacional e foi vice-presidente de sua comissão de estudos. Deixou a chefia do
Emaer em outubro de 1945 para assumir, no final do mês, o Ministério da
Aeronáutica, em substituição a Joaquim Pedro Salgado Filho.
Ministro da Aeronáutica
No
início de 1945, a perspectiva da queda da ditadura do Estado Novo (1937-1945)
abriu espaço político para as tentativas de lançamento de uma candidatura
antigetulista nas eleições afinal marcadas para 2 de dezembro. O nome do
brigadeiro Eduardo Gomes, lançado pela União Democrática Nacional (UDN), surgiu
como o preferido nessas articulações. O outro candidato, o general Eurico
Gaspar Dutra, ministro da Guerra, era apoiado por forças conservadoras
incrustradas nos diversos níveis do aparelho de Estado, que eram as forças
dominantes no Partido Social Democrático (PSD). O Partido Comunista lançou o
nome do engenheiro Iedo Fiúza, ex-prefeito de Petrópolis (RJ).
Após
a deposição de Getúlio Vargas no dia 29 de outubro de 1945, reuniram-se no
Ministério da Guerra as mais altas patentes das três armas para decidir quem
assumiria a presidência da República. O então ministro da Guerra, general Pedro
Aurélio de Góis Monteiro, desejava a investidura, mas Dutra suspeitava que, uma
vez na chefia do governo, ele seria tentado a assumir poderes ditatoriais e a
cancelar o pleito de 2 de dezembro. Para se antecipar a qualquer manobra de
Góis Monteiro, bem como para evitar a hipótese da formação de uma junta
militar, o general candidato teve a iniciativa de fazer sua a tese udenista de
“todo o poder ao Judiciário” e propôs que o presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF), ministro José Linhares, fosse imediatamente empossado na
presidência da República. A proposta foi aceita de pronto por Eduardo Gomes e a
posse ocorreu algumas horas depois, no gabinete de Góis Monteiro, que
permaneceu à frente da pasta da Guerra, porém, apenas por algumas semanas, até
se licenciar por motivo de saúde.
O
presidente José Linhares formou seu ministério com adeptos do brigadeiro
Eduardo Gomes, políticos hostis à candidatura de Dutra. Este, que não foi
previamente consultado, como aconteceu com seu contendor, ficou particularmente
irritado com o fato de Eduardo Gomes ter indicado como novo ministro da
Aeronáutica o brigadeiro Armando Trompowsky. Entretanto, a permanência de Góis
Monteiro foi geralmente considerada como favorável a Dutra e, após a licenciatura
daquele, a pasta foi assumida em caráter interino pelo secretário-geral do
ministério, general Canrobert Pereira da Costa. O novo ministro da Marinha,
vice-almirante Jorge Dodsworth Martins, era brigadeirista, como Trompowsky.
As
eleições de dezembro indicaram a vitória de Dutra por 55% dos votos. Como
estava previsto na legislação decretada por José Linhares, Dutra tomou posse no
dia 31 de janeiro de 1946. A composição de seu primeiro ministério refletiu uma
continuidade militar: Góis Monteiro reassumiu a pasta da Guerra, sendo Jorge
Dodsworth e Trompowsky conservados em seus cargos. Em setembro de 1946,
Trompowsky foi promovido a tenente-brigadeiro-do-ar.
Com a volta de Getúlio Vargas ao poder pelas eleições de
outubro de 1950, Trompowsky deixou o ministério em 31 de janeiro de 1951, sendo
substituído pelo coronel-aviador Nero Moura. Ainda em janeiro foi nomeado
ministro do Superior Tribunal Militar (STM), permanecendo no cargo até 1959,
quando foi reformado como marechal-do-ar.
Faleceu no Rio de Janeiro no dia 16 de janeiro de 1964.
Foi casado com Séfora Franco, com quem teve uma filha.
FONTES: CORRESP.
SUP. TRIB. MILITAR; CORTÉS, C. Homens; COSTA, E. Grandes; COUTINHO, A. Brasil;
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