GARCEZ, Arnaldo
* gov. SE 1951-1955; dep.
fed. SE 1959-1971.
Arnaldo
Rollemberg Garcez nasceu em Itaporanga d'Ajuda (SE) no dia 19
de janeiro de 1911, filho de João Sobral Garcez e de Alzira Bonesto Rollemberg
Garcez. Sua família era ligada a Francisco Leite Neto, deputado federal por
Sergipe de 1946 a 1963.
Fez
os primeiros estudos no Grêmio Escolar de Itaporanga e no Colégio Tobias
Barreto.
Após
a Revolução de 1930, elegeu-se no pleito de outubro de 1934 deputado à Assembléia
Constituinte sergipana. Participou dos trabalhos de elaboração da nova Carta
estadual, promulgada em 16 de julho de 1935, assinando-a porém com
restrições. Permaneceu na Assembléia Legislativa até novembro de 1937,
quando, com o advento do Estado Novo, todos os órgãos legislativos do país
foram suprimidos. Designado membro do Conselho Administrativo de seu estado em
1940, ocupou o cargo por um ano.
No
pleito de outubro de 1950 foi eleito, para substituir a José Rollemberg Leite,
governador de Sergipe na legenda da coligação entre o Partido Social
Democrático (PSD) e o Partido Republicano (PR), derrotando o candidato da
oposição Leandro Maynard Maciel, líder da União Democrática Nacional (UDN) no
estado. Não tomou posse na data prevista, 31 de janeiro de 1951, devido a recursos
interpostos pela oposição, que o obrigaram a aguardar os resultados das
eleições suplementares realizadas em diversos municípios do estado. Diplomado
pelo Tribunal Regional Eleitoral em 21 de janeiro de 1951, tomou posse no dia
12 de março seguinte na Assembléia Legislativa, presidida pelo deputado Sílvio
Teixeira, recebendo do vice-governador Edélsio Vieira de Melo,
até então interinamente em exercício, o cargo de governador do estado. Seus
adversários contestaram a diplomação, impetrando recursos aos quais, ainda
naquele mês, o Tribunal Superior Eleitoral negou provimento.
Por
ocasião da morte de Getúlio Vargas em 24 de agosto de 1954, a população da
capital sergipana ameaçou de destruição a residência de Leandro Maciel, chefe
udenista, e a Rádio Liberdade, que vinha dando grande espaço aos candidatos
udenistas para as eleições que se aproximavam. Garcez determinou então a
evacuação do local, que ficou sob proteção do 28º. Batalhão de Caçadores.
Em
sua administração, construiu diversos açudes no interior do estado, realizou
obras de dragagem na capital sergipana e lutou pelo aproveitamento da energia
de Paulo Afonso, no rio São Francisco. Permaneceu no cargo de governador até o
fim de seu mandato, em 31 de janeiro de 1955, quando foi substituído por
Leandro Maciel.
No pleito de outubro de 1958 elegeu-se deputado federal
por Sergipe na legenda da Aliança Social Democrática, constituída pelo PSD, o
PR e o Partido Social Progressista (PSP), assumindo o mandato em fevereiro do
ano seguinte. Reeleito em outubro de 1962 na legenda da Aliança Nacional
Trabalhista, formada pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e o Partido
Social Trabalhista (PST), filiou-se em 1966 à Aliança Renovadora Nacional
(Arena), partido governista criado após a extinção dos partidos políticos pelo
Ato Institucional nº. 2 (27/10/1965) e a conseqüente instauração do
bipartidarismo. No pleito de novembro de 1966 reelegeu-se novamente deputado
federal por Sergipe na legenda da Arena, exercendo o mandato até janeiro de
1971. Designado presidente do diretório regional da Arena em seu estado,
renunciou ao cargo em novembro de 1975 por julgar-se desprestigiado frente ao
governador José Rollemberg Leite, agravando com isso a crise
político-administrativa do governo local.
Exerceu ainda dois mandatos como prefeito de Itaporanga
d’Ajuda pela legenda do Partido Socialista Brasileiro (PSB).
Proprietário rural, dedicou-se também à cultura da
cana-de-açúcar. Em janeiro de 2000, continuava a se dedicar a estas atividades.
Casou-se
com Maria Augusta Garcez.
FONTES:
ARQ. PÚBL. EST. SE; CÂM. DEP. Anais; CÂM. DEP. Deputados;
CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório (1967-1971); COUTINHO, A.
Brasil, Encic. Mirador; HIPÓLITO, L. Campanha; INF.
FAM.; Jornal do Brasil (14/11/75); SOC. BRAS. EXPANSÃO COMERCIAL. Quem;
TRIB. SUP. ELEIT. Dados (2, 3, 4 e 6); WYNNE, J. História.