ANDRADE, Atos de
* religioso; dep. fed. MG 1971-1975.
Atos Vieira de Andrade
nasceu em Itanhomi (MG) no dia 10 de novembro de 1928, filho de Nélson Vieira
de Andrade e de Edite Melo de Andrade.
Realizou seus estudos secundários no
Ginásio Caratinga, localizado na cidade do mesmo nome, e no Colégio Afonso
Arinos, em Belo Horizonte, estabelecimento no qual concluiu o científico.
Formado pela Faculdade de Direito da Universidade de Minas Gerais (UMG), atual
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), trabalhou de 1948 a 1949 como
funcionário do Ministério da Agricultura. Presbítero, participou em 1954 da
reunião dos supremos concílios da Igreja Presbiteriana do Brasil. No ano
seguinte, atuou como promotor de justiça interino em sua cidade natal. Em 1958,
voltou a participar da reunião dos supremos concílios da Igreja Presbiteriana
do Brasil.
Ingressou na vida política em 1958,
concorrendo, em outubro, a uma cadeira na Assembléia Legislativa de Minas
Gerais pela legenda do Partido Republicano (PR). Eleito, assumiu o mandato em
fevereiro de 1959. Em 1961, viajou a Cuba em visita oficial, integrando uma
delegação de parlamentares brasileiros. No ano seguinte, participou novamente
da reunião dos supremos concílios da Igreja Presbiteriana do Brasil e foi
reeleito no pleito de outubro. Após a vitória do movimento militar que depôs o
presidente João Goulart em s1 de março de 1964, viajou aos Estados Unidos, a
convite da Rainforth Foundation, para proferir palestras em auditórios,
estações de rádio e de televisão sobre a nova situação política brasileira.
Com a extinção dos partidos políticos
pelo Ato Institucional no 2 (27/10/1965) e a posterior instauração
do bipartidarismo, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena), agremiação
situacionista pela qual reelegeu-se em novembro de 1966. Empossado no início do
ano seguinte, participou, em 1969, da reunião da Soberana Congregação do Grande
Oriente do Brasil e, mais uma vez, do encontro dos supremos concílios da Igreja
Presbiteriana do Brasil, o que se repetiu em 1970. Como parlamentar estadual,
fora vice-presidente da Assembléia Legislativa de Minas Gerais e da Comissão de
Educação e Cultura, presidente das comissões de Assuntos Municipais e
Interestaduais e de Redação e líder da bancada do PR, além de ter integrado
várias comissões permanentes e especiais.
Em novembro de 1970, elegeu-se
deputado federal por Minas Gerais pela legenda da Arena. Concluiu seu mandato
estadual em janeiro de 1971 e assumiu uma cadeira na Câmara dos Deputados no
mês seguinte. Ainda em 1971, formou-se em ciências sociais pela Faculdade de
Filosofia da Fundação Nordeste Mineiro, de Teófilo Otoni, e voltou a participar
da reunião da Soberana Congregação do Grande Oriente do Brasil.
Na Câmara, foi membro efetivo da
Comissão de Fiscalização Financeira e Tomada de Contas e participou como
suplente da Comissão de Finanças. Em 1972, participou, uma vez mais, da reunião
da Soberana Congregação do Grande Oriente do Brasil e, em 1974, viajou à Suíça
como representante do Brasil ao Congresso Internacional de Evangelização.
Disputou a reeleição em novembro deste ano, obtendo apenas a terceira suplência
da Arena mineira. Concluindo seu mandato em janeiro de 1975, ao final da
legislatura.
Entre 1975 e 1983 foi diretor do
Departamento de Representação do Governo do Estado de Minas Gerais em Brasília.
Em seguida, nos anos de 1983 e 1984, foi assessor da presidência da Fundação
Nacional do Índio (Funai). Coordenador parlamentar do gabinete do ministro de
Minas e Energia Aureliano Chaves, entre 1985 e 1986, em novembro deste último
ano, disputou uma vaga na Assembléia Nacional Constituinte, pelo Partido da
Frente Liberal (PFL), mas não foi bem sucedido.
Diretor do Instituto Prebisteriano
Nacional de Educação, sediado em Brasília, entre 1987 e 1992, em julho deste
ano foi eleito presidente do Instituto Mackenzie, em São Paulo. Ocupou este
cargo até 1996, quando se aposentou. A partir de então, dedicou-se a trabalhos
filantrópicos.
Foi também professor secundário em
Belo Horizonte e em Caratinga. Como advogado, militou nos foros mineiros, foi
promotor de justiça e juiz do Tribunal Superior de Recursos. Presbítero da
Igreja de Itanhomi e de Caratinga, presidiu a Igreja Presbiteriana do Brasil e
o Sínodo de Belo Horizonte e integrou a Fundação Educacional Presbiteriana. Na
condição de maçom, foi deputado à Assembléia Estadual Maçônica de Minas Gerais,
grão-mestre do Grande Oriente de Minas Gerais, membro da Loja Maçônica
Caratinga Livre, fundador e primeiro-venerável da Loja Maçônica
Confraternização, de Itanhomi. Presidiu ainda a Orquestra Sinfônica de Belo
Horizonte e participou da Associação Cristã de Moços dessa Cidade. Tornou-se
membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais e da Academia
Mineira Maçônica de Letras.
Casou-se com Amélia Spínola de
Andrade, com quem teve cinco filhos.
Publicou Cuba, estopim do mundo
(1962).
FONTES: ASSEMB. LEGISL. MG. Dicionário biográfico;
CÂM. DEP. Deputados; CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório
(1971-1975); INF. BIOG.; NÉRI, S. 16; Perfil (1972); Rev. Arq.
Púb. Mineiro (12/76); Súmulas; TRIB. SUP. ELEIT. Dados (4, 6,
8 e 9).