CAMPOS, CARLOS ÁLVARES DA SILVA
CAMPOS,
Carlos Álvares da Silva
*dep. fed. MG 1947-1949.
Carlos Álvares da Silva Campos nasceu em Paracatu (MG) no dia 2 de fevereiro de 1893, filho
de Martinho Álvares da Silva Campos Sobrinho, presidente do Conselho de
Ministros do Império entre 1880 e 1882, e Zulmira Loureiro Campos. Também
seguiram a trajetória política seus primos Francisco Campos, ministro da
Educação de 1930 a 1932 e da Justiça de 1937 a 1941, Olegário Dias Maciel,
ex-governador de Minas Gerais, Paulo Campos Guimarães, ex-deputado da
Assembléia Legislativa de Minas, e Carlos Elói Carvalho Guimarães, ex-deputado
federal eleito por Minas Gerais.
Estudou na Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro, pela
qual se bacharelou em dezembro de 1917. Retornando a Minas Gerais, foi eleito
deputado estadual e exerceu o mandato de 1927 a 1930, quando o movimento
revolucionário deflagrado em outubro deste ano depôs o presidente Washington
Luís e suprimiu os órgãos legislativos do país. Em 1931, foi designado
inspetor-geral da Instrução em Minas Gerais, função que desempenhou até 1932.
No ano seguinte, Carlos Campos foi admitido, interinamente, como professor de
introdução à ciência do direito da Universidade de Minas Gerais (UMG), atual
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tornando-se efetivo, através de
concurso público, ainda em 1933.
Durante o Estado Novo (1937-1945), foi um dos signatários do Manifesto
dos mineiros, lançado em outubro de 1943 com as assinaturas de importantes
nomes da política mineira. Reivindicando o restabelecimento de garantias
constitucionais e o retorno ao estado de direito, o documento foi a primeira
manifestação ostensiva de oposição ao regime, emitida por lideranças liberais e
conservadoras.
Com o processo de redemocratização do país que, iniciado em
1945, culminou com a promulgação da nova Carta Constitucional (18/9/1946) e a
transformação da Constituinte em Congresso ordinário, candidatou-se, nas
eleições suplementares de janeiro de 1947, a deputado federal por Minas pela
legenda do Partido Republicano (PR). Obteve apenas uma suplência, exercendo o
mandato de maio seguinte a agosto de 1949.
Integrou o Instituto Argentino de Filosofia Jurídica e
Social.
Faleceu em Belo Horizonte no dia 26 de maio de 1955.
Era casado com Maria das Dores Brochado Campos.
Escritor,
Carlos Campos produziu trabalhos filosóficos que mereceram elogios dos
pensadores Etienne Souriau e Jean Wahl, a convite dos quais tornou-se
colaborador da Rêvue de Métaphysique et de Morale. Publicou Hermenêutica
tradicional e direito científico (tese de concurso, 1932), Sociologia e
filosofia do direito (1943), Estudos de psicologia e lógica (1945), Reflexões
sobre a relatividade (1946), Ensaios sobre a teoria do conhecimento
(1959), O mundo como realidade, Aspectos do ensino no Brasil, Vultos
e perfis, Estudos jurídicos, Trabalhos parlamentares, Nouveaux
apports à la théorie de la connaissance et Suum Cuique Tribuere.
FONTES: ASSEMB.
LEGISL. MG. Dicionário biográfico; CÂM. DEP. Deputados; Grande
encic. Delta; HIPÓLITO, L. Manifesto; Rev. Arq. Públ.
Mineiro (12/76); TRIB. SUP. ELEIT. Dados (1).