COTA,
Carlos
*
dep. fed. MG 1971-1983, 1985 e 1986; const. 1987-1988; dep. fed. MG 1987-1991.
Carlos
Alberto Cota nasceu em Dom Silvério (MG) em 1º de agosto
de 1932, filho de João Cota de Figueiredo Barcelos e de Raimunda Coura de
Barcelos.
Concluiu o curso secundário no Colégio São
José, em Juiz de Fora (MG), e ingressou na Faculdade de Medicina da
Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, então estado da Guanabara,
formando-se em 1963.
De volta ao estado natal, exerceu a
profissão em Coronel Fabriciano (MG) e iniciou sua carreira política em
novembro de 1966, quando foi eleito deputado estadual na legenda do Movimento
Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição ao regime militar instaurado
em abril de 1964. Durante essa legislatura, iniciada em fevereiro de 1967, foi
presidente da Comissão de Mineração e Siderurgia, vice-líder em 1969 e líder em
1970. Presidiu também algumas comissões parlamentares de inquérito.
Em novembro de 1970, elegeu-se deputado
federal. Concluindo o mandato na Assembléia Legislativa em janeiro de 1971,
tomou posse em fevereiro, integrando como titular a Comissão de Legislação
Social e como suplente, a Comissão de Desenvolvimento da Região Centro-Oeste.
Reeleito em novembro de 1974, foi vice-presidente da Comissão do Polígono das
Secas e titular das comissões de Trabalho e Legislação Social e de Saúde.
Vice-líder em 1978, ainda nesse ano compareceu à XXXIII Assembléia Geral da
Organização das Nações Unidas (ONU) na condição de observador parlamentar.
Novamente reeleito em novembro de 1978, permaneceu na vice-liderança até que,
com a extinção do bipartidarismo em 29 de novembro de 1979 e a conseqüente
reformulação partidária, engajou-se na organização do Partido Popular (PP),
agremiação liderada por Tancredo Neves.
Em dezembro de 1979, comentando a
declaração do então secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro (PCB),
Luís Carlos Prestes, de que apoiaria o Partido do Movimento Democrático
Brasileiro (PMDB) como sucessor do MDB, afirmou que considerava natural que o
dirigente comunista aderisse a uma legenda na qual sua doutrina pudesse
"prosperar em alguns setores". Declarou ainda que jamais apoiaria um
partido que abrigasse a doutrina comunista, apesar de ser a favor da
legalização do PCB.
Em
1980 exerceu a vice-liderança do PP. Em janeiro do ano seguinte negou a autoria
da proposta de pacto com o governo para a superação da crise nacional, logo
após a condenação quase unânime desse projeto por parte das oposições. Explicou
ainda que, "diante das dificuldades de levar adiante a tese da fusão das
oposições, foi criada uma comissão especial para elaborar um plano comum de
ação" desses setores. Com a incorporação do PP ao PMDB em fevereiro de
1982, filiou-se a essa agremiação oposicionista. Durante essa legislatura foi
membro da Comissão de Segurança Nacional e suplente da Comissão de Saúde.
Em
novembro de 1982, elegeu-se pela quarta vez. Assumiu novo mandato em fevereiro
do ano seguinte, participando como titular da Comissão do Interior. Ainda
nesse, licenciou-se para assumir, no lugar do falecido deputado Renato Azeredo,
a Secretaria de Governo e de Coordenação Política no governo Tancredo Neves
(1983-1984) e posteriomente no de Hélio Garcia (1984-1987), cargo que exerceria
até 1986. Sua vaga foi ocupada pelo suplente Luís Couto. Constatada a
insuficiência de votos na sessão da Câmara de 25 de abril de 1984 para que a
Emenda Dante de Oliveira, que estabelecia eleição direta para presidente em
novembro, fosse submetida à apreciação do Senado, convocou-se, em 15 de janeiro
de 1985, o Colégio Eleitoral. Cota reassumiu o mandato, pronunciando-se a favor
da chapa Tancredo Neves-José Sarney, candidatos da Aliança Democrática, formada
pelo PMDB e pela dissidência do Partido Democrático Social (PDS) reunida na
Frente Liberal. Doente, Tancredo não tomou posse e morreu em 21 de abril.
Substituiu-o Sarney, que exercia a presidência interinamente desde 15 de março.
Em
janeiro de 1985, reassumiu a Secretaria de Governo, acumulando entre março e
maio as secretarias de Fazenda; Planejamento e Coordenação Geral; Trabalho e
Ação Social; e Cultura. Mais uma vez, sua vaga na Câmara foi ocupada por Luís
Couto. Reassumiu no ano seguinte, participando dos trabalhos legislativos como
suplente da Comissão de Ciência e Tecnologia.
Aspirando
candidatar-se ao governo mineiro em novembro de 1986, não teve seu nome
aprovado pelo governador Hélio Garcia e pela convenção do partido. Com isso,
elegeu-se deputado federal constituinte, assumindo seu quinto mandato em
fevereiro do ano seguinte. Participou dos trabalhos da Assembléia Nacional
Constituinte como titular da Subcomissão dos Direitos dos Trabalhadores e
Servidores Públicos, da Comissão da Ordem Social, e suplente da Subcomissão da
Família, do Menor e do Idoso, da Comissão da Família, da Educação, da Cultura, dos
Esportes, da Ciência e Tecnologia e da Comunicação.
Nas
votações mais importantes, pronunciou-se a favor da remuneração 50% superior
para o trabalho extra, da jornada semanal de 40 horas, do aviso prévio
proporcional, da pluralidade sindical, da soberania popular, do voto aos 16
anos, da nacionalização do subsolo, da estatização do sistema financeiro, do
limite de 12% ao ano para os juros reais, da limitação dos encargos da dívida
externa, da criação de um fundo de apoio à reforma agrária, da anistia aos
micro e pequenos empresários e da desapropriação da propriedade produtiva;
votou contra o aborto, a pena de morte, a limitação do direito de propriedade
privada, o presidencialismo e o mandato de cinco anos para o presidente José
Sarney.
Com a promulgação da nova carta constitucional em 5 de
outubro de 1988, voltou a participar dos trabalhos legislativos ordinários da
Câmara.
Em
1989, saiu do PMDB e ingressou no Partido da Social Democracia Brasileira
(PSDB), legenda pela qual tentou a reeleição em outubro de 1990, não obtendo
êxito. Deixou a Câmara no fim da legislatura, em 31 de janeiro do ano seguinte.
Em
abril de 1991, foi nomeado pelo governador Hélio Garcia presidente da Companhia
Mineradora de Minas Gerais (Comig), sendo mantido no cargo pelos governadores
Eduardo Azeredo (1995-1998) e Itamar Franco (1999-).
Casou-se
com Semíramis Rodrigues Cota, com quem teve dois filhos.
Marcelo
Costa
FONTES:
ASSEMB. LEGISL. MG. Dicionário biográfico; ASSEMB. NAC. CONST. Repertório
(1987); CÂM. DEP. Deputados brasileiros (1967-1971, 1991-1995);
COELHO, J. & OLIVEIRA, A. Nova; Estado de São Paulo (22/1/81); Globo
(16/1/85, 15/1/86); INF. BIOG.; Isto É (3/8/83); Jornal do
Brasil (7/12/79, 10/8/83); NÉRI, S. 16; Perfil (1972, 1980); Rev.
Arq. Públ. Mineiro (12/76); TRIB. SUP. ELEIT. Dados (8 e 9).