MENDONÇA,
Deodoro de
*dep. fed. PA 1930 e 1935-1937; const. 1946; dep. fed.
PA 1946-1963.
Deodoro Machado de Mendonça
nasceu no sítio Santa Clara, em Cametá (PA), no dia 23 de agosto de 1889, filho
do coronel Basílio Lopes Correia de Mendonça e de Lídia Machado de Mendonça.
Fez os estudos primários em sua cidade natal, cursando o
secundário nos ginásios Pais de Carvalho e Paraense, em Belém. Ingressou a
seguir na Faculdade de Direito do Pará, cujo Centro Acadêmico presidiu,
bacharelando-se em 1912.
Ainda
nesse ano, ingressou na política como chefe de gabinete do intendente (cargo
correspondente ao de atual prefeito) de Belém, Virgílio Martins Lopes de
Mendonça, seu tio. Eleito intendente de Cametá em 1923, tornou-se
secretário-geral do estado do Pará durante os governos de Antônio Emiliano de
Sousa Castro (1921-1925), de Dionísio Ausur Bentes (1925-1929) e de Eurico Vale
(1929-1930). Eleito suplente de deputado federal pelo Pará no pleito de 1927,
assumiu o mandato no ano seguinte, concluindo-o em 1929. Em 1930 elegeu-se
deputado federal pelo Pará, mas teve o mandato suspenso com o advento da
Revolução de 1930, passando então a dedicar-se às atividades de extração e
comércio de castanhas.
Preso em 1932 durante a Revolução Constitucionalista de São
Paulo, elegeu-se deputado federal pelo Pará no pleito de outubro de 1934 na
legenda da Frente Única Paraense, assumindo o mandato em maio do ano seguinte.
Ainda em 1935 criou a União Popular para fazer frente ao Partido Liberal,
atuando como delegado de seu novo partido em abril de 1937, na convenção de
lançamento da candidatura de José Américo de Almeida a presidência da República
no pleito previsto para 1938. Com o advento do Estado Novo em 10 de novembro de
1937, porém, teve novamente o mandato interrompido.
Após
vencer a resistência de Getúlio Vargas ao seu nome, segundo Ricardo Borges,
ocupou o cargo de secretário-geral do governo paraense a convite do interventor
José Carneiro da Gama Malcher (1937-1943), integrando a equipe da Comissão de
Estudos Econômicos, criada por Malcher como órgão consultivo. Atuou também ao
lado deste na reunião dos interventores da I Região Geoeconômica (Acre,
Amazonas, Pará, Maranhão e Piauí), realizada em Belém. Com a desagregação do
Estado Novo, elegeu-se no pleito de dezembro de 1945 deputado a Assembléia
Nacional Constituinte, na legenda do Partido Popular Sindicalista (PPS), do
qual foi um dos fundadores. Assumindo o mandato em março do ano seguinte,
participou dos trabalhos constituintes como membro da subcomissão “Da
discriminação de rendas”, da Comissão de Constituição, encarregada de redigir o
anteprojeto da Constituição. Com a promulgação da nova Carta (18/9/1946) e a
transformação da Constituinte em Congresso ordinário, continuou a exercer o
mandato, integrando as comissões de Finanças, Especial de Valorização da
Amazônia, Especial de Leis Complementares da Constituição e Mista de Leis
Complementares.
No
pleito de outubro de 1950 elegeu-se deputado federal pelo Pará na legenda da
Coligação Democrática Paraense, constituída pelo Partido Social Progressista
(PSP), a União Democrática Nacional (UDN), o Partido Libertador (PL) e o
Partido Social Trabalhista (PST). Na nova legislatura tornou-se líder do PSP na
Câmara em 1952. Reeleito em outubro de 1954 na legenda do PSP, assumiu a
vice-liderança de seu partido na Câmara a partir de abril de 1957. Novamente
eleito na mesma legenda em outubro de 1958, concluiu o mandato em janeiro de
1963. Considerado como o “decano dos deputados”, aposentou-se em 1964, não mais
voltando a concorrer a cargos legislativos.
Diretor de O Estado do Pará e do Jornal do Comércio, foi
membro da Academia Paraense de Letras e seu presidente por vários anos, além de
membro do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, do Sindicato dos
Jornalistas Profissionais e do Instituto dos Advogados. Promotor público,
exerceu ainda a função de professor catedrático de história da civilização na
Escola Normal do Pará.
Faleceu em Belém no dia 16 de agosto de 1968.
Publicou Pelo Tocantins paraense (viagens) e Problemas do
Tocantins.
FONTES: ARQ. NAC.
Relação (2); Boletim Min. Trab. (5/36); BORGES, R. Vultos; CÂM. DEP. Anais
(1960-1); CÂM. DEP. Deputados; CÂM. DEP. Relação dos dep.; CÂM. DEP. Relação
nominal dos senhores; CISNEIROS, A. Parlamentares; Correio do Povo (30/12/30);
CORTÉS, C. Homens; CRUZ, E. História do Pará; Diário de Notícias, Rio
(26/5/37); Diário do Congresso Nacional; Estado de S. Paulo (19/9/76); FREIRE,
G. Ordem; Grande encic. Delta; Personalidades; ROQUE, C. Grande; SILVA, G.
Constituinte.