GALDINO, Edmundo
*dep. fed. TO 1989-1995, 2005-2006
Edmundo Galdino da Silva nasceu em
Araguaína (TO), então no estado de Goiás, no dia 28 de outubro de 1958, filho
de Avani Galdino da Silva e de Maria Matos da Silva.
Torneiro mecânico de profissão, iniciou
sua militância política no movimento estudantil secundarista, tendo sido
dirigente da Frente de Reorganização do Movimento Estudantil Secundarista em
Goiânia de 1979 a 1981. Educador sindical da Federação dos Trabalhadores na
Agricultura de Goiás entre 1981 e 1982, nesse último ano presidiu o centro
acadêmico do curso de história da Universidade Federal de Goiás, assumindo
também a diretoria de imprensa e divulgação do centro acadêmico da Faculdade de
Direito da Universidade Católica de Goiás. Não concluiu, porém, nenhum dos dois
cursos.
No pleito de novembro de 1982 foi eleito
vereador pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) na sua cidade
natal. Empossado em fevereiro de 1983, integrou a Comissão de Educação da
Câmara Municipal. Por sua atuação em favor dos agricultores sem-terra na região
do Bico do Papagaio, em junho de 1985, quando participava de uma reunião com
cerca de trezentos trabalhadores rurais na Câmara Municipal de Araguaína,
Galdino foi emboscado por dois pistoleiros. Dos quatro tiros desferidos contra
ele, um dos projéteis atingiu sua coluna deixando-o paralítico.
Eleito deputado estadual em novembro de
1986, ainda pelo PMDB, assumiu uma cadeira na Assembléia de Goiás em fevereiro
de 1987. Nessa legislatura, foi membro da Comissão de Minas e Energia.
Com a criação do estado de Tocantins pela
Constituição de 1988 — através do desmembramento do estado de Goiás —, o
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) convocou eleições gerais neste estado para
outubro de 1988. Transferindo-se para o Partido da Social Democracia Brasileira
(PSDB), Galdino foi eleito deputado federal para um mandato-tampão de dois
anos. Empossado em janeiro de 1989, foi titular da Comissão de Finanças e
Tributação e da comissão mista destinada a rever doações, vendas e concessões
de terras públicas.
Reeleito em outubro de 1990, foi o
relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou os crimes de
pistolagem e que apurou os assassinatos do senador Olavo Pires, em 1990, quando
disputava as eleições para o governo de Rondônia, e do governador do Acre,
Edmundo Pinto, em 1992. No relatório parcial, acusou o Senado e a Procuradoria
Geral da República de omissão na investigação de ambos os crimes. Denunciou no
Congresso e na imprensa desmandos e irregularidades praticadas pelo então
governador de Tocantins José Wilson Siqueira Campos, que resultaram no livro
Tocantins: corrupção, fraude e violência.
Na sessão da Câmara dos Deputados de 29
de setembro de 1992, votou a favor da abertura do processo de impeachment do
presidente Fernando Collor de Melo, acusado de crime de responsabilidade por
ligações com um esquema de corrupção liderado pelo ex-tesoureiro de sua
campanha presidencial, Paulo César Farias. Afastado da presidência logo após a
votação na Câmara, renunciou ao mandato em 29 de dezembro de 1992, pouco antes
da conclusão do processo pelo Senado, sendo efetivado na presidência da
República o vice Itamar Franco, que já vinha exercendo o cargo interinamente
desde 2 de outubro.
Durante a campanha eleitoral de 1994,
Edmundo Galdino entrou com uma representação junto ao TSE denunciando a
existência de eleitores fantasmas em Tocantins e pedindo que o tribunal
enviasse uma comissão ao estado para fiscalizar as eleições. Deixou a Câmara
dos Deputados em janeiro de 1995, ao término da legislatura, sem ter disputado
a reeleição em outubro do ano anterior.
Em abril de 1995, foi nomeado para a
diretoria de administração e finanças do Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária (INCRA). Em agosto do ano seguinte, foi demitido. O fato criou
atritos entre o ministro da Reforma Agrária, Raul Jungmann, responsável pela
demissão, e quadros do PSDB, que reivindicavam a manutenção do espaço político
do partido naquele órgão. Nesse meio tempo, em maio de 1996, tornou-se membro
do Conselho Deliberativo do Instituto Teotônio Vilela, órgão de formação
política do PSDB.
Em agosto de 1997, foi nomeado assessor
especial do INCRA, de onde saiu para candidatar-se a deputado federal em
outubro de 1998, não obtendo êxito em sua iniciativa. Em 1999, desligou-se do
PSDB e filiou-se ao Partido Popular Socialista (PPS). Em outubro de 2002, já de
volta ao PSDB, foi candidato a deputado federal por essa agremiação, mas obteve
apenas uma suplência.
Em 2005, filiou-se ao Partido Democrático
Trabalhista (PDT), assumindo o mandato de deputado federal na vaga de Homero
Barreto (PTB). Chegou à vice-liderança do partido na Câmara, mas divergências
com a cúpula do partido no estado levaram à sua expulsão da agremiação, em maio
de 2006.
Não mais concorreu a cargos eletivos,
porém, foi indicado pelo governador tocantinense eleito em 2010, Siqueira
Campos, para a presidência da Agência Tocantinense de Saneamento (ATS), cargo
que assumiu em janeiro de 2011.
Foi casado com Maria Rosi de Meira Borba
Galdino, que se candidatou sem êxito a deputada federal pelo PSDB em outubro de
1994.
FONTES: CÂM. DEP. Deputados
brasileiros. Repertório (1991-1995); Jornal do Brasil (22/08/1996); Jornal Estado de S. Paulo (4/10/1993 e 28/11/1997);
Jornal Folha de S. Paulo (23/12/1993,
28/09/1994, 29/09/1998, 6/11/1998 e Especial Eleições 2002); Jornal O Globo (30/09/1992, 29/01/1997 e 26/02/1997);
Perfil parlamentar da Revista Isto É,
Posse
2007 (01/01/2007); Portal da Transparência do Governo do Tocantins.
Disponível em: <http://www.transparencia.to.gov.br>.
Acesso em 03/07/2013.