GOMES,
Emílio
*dep.
fed. PR 1963-1973; gov. PR 1973-1975.
Emílio Hoffmann Gomes nasceu em Ponta Grossa (PR) no dia 19 de julho de 1925,
filho de Ezequiel Andrade Gomes e de Maria Hoffmann Gomes.
Tendo feito seus estudos no Grupo Escolar Duque de Caxias, em
Irati (PR), e no internato do Colégio Paranaense, em Curitiba, ingressou em 1945
na Faculdade de Engenharia da Universidade do Paraná. No ano seguinte, passou a trabalhar no Departamento de Águas e Energia
Elétrica do Estado do Paraná como auxiliar de engenheiro. Diplomando-se
engenheiro rodoviário em 1949, retornou à sua cidade natal e começou a trabalhar na Companhia
Paranaense de Obras e Melhoramentos, que então construía uma estrada entre
Irati e Relógio. Em 1951, tornou-se engenheiro da prefeitura de Irati, exercendo essa
função até 1956. Foi ainda presidente do Sindicato dos Engenheiros do Paraná,
de 1961 a 1962.
Iniciou sua carreira política em 1961, quando ingressou no
Partido Democrata Cristão (PDC). Em outubro do ano seguinte, elegeu-se deputado
federal pelo Paraná na legenda da Aliança Movimento Democrático Renovador —
formada pelo PDC, pela União Democrática Nacional (UDN) e pelo Partido Trabalhista Nacional (PTN) — com o apoio do então governador Ney Braga, uma das principais lideranças políticas do estado.
Assumiu o mandato em fevereiro de 1963.
Com a vitória do movimento político-militar de 31 de março de
1964, que depôs o presidente João Goulart, participou do grupo armado de
parlamentares que se dirigiu ao palácio do Planalto para empossar o presidente
da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, na presidência da República.
Terceiro-suplente da mesa diretora da Câmara dos Deputados em 1964,
assumiu no ano seguinte a função de terceiro-secretário da casa. Com a extinção
dos partidos políticos pelo Ato Institucional nº 2 (27/10/1965) e a posterior
implantação do bipartidarismo, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena),
partido de orientação governista.
Reeleito
deputado federal na legenda da Arena em novembro de 1966, participou no mesmo
ano das duas reuniões plenárias do Parlamento Latino-Americano, em Quito, no
Equador, sendo eleito em ambas secretário regional do encontro. A partir de
1970,
exerceu a função de quarto-secretário da Câmara dos Deputados e em novembro
voltou a eleger-se na mesma legenda. Vice-líder do
seu partido na Câmara dos Deputados em 1971, foi representante do Brasil na
reunião plenária do Parlamento Latino-Americano, instalada em 1972 na
Guatemala. Participou nessa legislatura de várias comissões técnicas, tendo
atuado como membro efetivo das comissões de Transportes, Comunicações e Obras
Públicas, de Minas e Energia e de Orçamento da Câmara dos Deputados. Membro de
algumas comissões parlamentares de inquérito, foi relator da que se ocupou da
investigação da indústria automobilística nacional e da que examinou a questão
da empresa Rodovias e Obras (Rodobrás).
Com
a morte do governador do Paraná, Pedro Viriato Parigot de Sousa, em julho de
1973, foi indicado pelo então senador e líder da Arena paranaense,
Ney
Braga, e
pelo presidente da República, general Emílio Garrastazu Médici, para completar
o período de governo. Derrotando outro
candidato arenista à
indicação para o cargo, Francisco Acióli Filho, teve seu nome aprovado pela
convenção da Arena, sendo, em seguida, em 10 de agosto de 1973, eleito
governador por via indireta pela Assembleia
Legislativa paranaense.
Deixando a Câmara, assumiu o governo em 13 de agosto, permanecendo no cargo até
março de 1975, quando foi substituído por Jaime Canet Júnior.
Assumiu em seguida a presidência do Banco do Estado do
Paraná, que exerceu até janeiro de 1977. Nessa ocasião, tornou-se auditor do
Tribunal de Contas do Estado (TCE), cargo que ocupou até novembro de 1990,
quando se aposentou.
Por impedimento constitucional, só pôde filiar-se a partido
político após deixar o TCE. Assim, já aposentado, filiou-se ao Partido da
Frente Liberal (PFL). Após a posse de Roberto Requião no governo do Paraná, em janeiro de 2003, Gomes passou a dar palestras e prestar
consultorias sobre temas relacionados à engenharia para técnicos e autoridades
do novo governo, especialmente no setor ferroviário. Nesse período, apoiou
ativamente a decisão de Roberto Requião de decretar a intervenção do governo do estado, por seis meses, na administração da Ferropar, concessionária que administrava os 248 quilômetros da Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A. (Ferroeste), entre Guarapuava e Cascavel. Na ocasião, fez também parte de uma equipe de engenheiros que
assessorou o governador na elaboração do decreto para retomar a administração da ferrovia e foi um dos coordenadores do Movimento em Defesa da
Ferroeste, lançado pelo governo do estado e que buscava apoio da sociedade para a mesma causa. A partir de 2007, participou do banco de ideias do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), grupo de estudos
responsável pelo projeto do trem de alta velocidade entre Curitiba e São Paulo, buscando
atrair a atenção de investidores chineses para a iniciativa. Em dezembro 2008, foi eleito por centenas de profissionais da área o engenheiro do ano do Brasil e do Paraná, recebendo a premiação em solenidade organizada pelo IEP e pela Federação dos Engenheiros do Paraná (Febrae).
Casou-se com Diva Pereira Gomes, com quem teve três filhos.
FONTES:
CÂM. DEP. Deputados; CÂM.
DEP. Deputados brasileiros.
Repertório (1963-1967,
1967-1971 e 1971-1975); CÂM. DEP. Relação
nominal dos senhores;
CORRESP. BIB. PÚBL. PR; FARIA, E. & SEBASTIANI, S. Governadores; Estado
do Paraná (6/8/05,
7/12/06); Grande encic. Delta; INF.
BIOG.; Jornal do Brasil (18
e 20/1/77); NÉRI, S. 16;
Perfil (1972);
Rev. Ciência Pol.
(1966); Súmulas; TRIB.
SUP. ELEIT. Dados
(6); Veja
(25/7/73).