GRADELLA,
Ernesto
*dep. fed. SP 1989-1995.
Ernesto Gradella Neto nasceu em Ribeirão Preto (SP) no dia 22 de julho de 1954, filho de Osvaldo Gradella e de Antonieta
Lollato Gradella.
Em 1973, iniciou o curso de engenharia de materiais da
Universidade Federal de São Carlos (SP), concluindo-o quatro anos depois.
Em 1979, ingressou na Convergência Socialista (CS), uma das
organizações de esquerda que fundaram o Partido dos Trabalhadores (PT) em 1980,
sem contudo, ter deixado de manter identidade própria, atuando como uma das
várias tendências organizadas no interior do partido. Ainda nesse ano, foi
candidato da oposição à presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de São José
dos Campos (SP).
No pleito de novembro de 1982, foi eleito vereador de São
José dos Campos, na legenda do PT. Assumindo o mandato no início do ano seguinte,
exerceu a liderança da bancada até 1985. No ano seguinte, foi eleito diretor da
Central Única dos Trabalhadores (CUT) Regional do Vale do Paraíba e membro do
diretório regional do PT de São Paulo.
No pleito de novembro de 1986, candidatou-se a uma vaga de
deputado federal constituinte, obtendo a segunda suplência. Em 1988, foi eleito
membro do conselho de representantes da Associação de Professores do Ensino
Oficial do Estado de São Paulo, do qual participou até 1989. Em novembro de
1988, foi reeleito vereador de São José dos Campos, mas teve que pedir licença
do mandato, pois em 23 de janeiro de 1989 assumiu uma cadeira na Câmara dos
Deputados no lugar de Luís Eduardo Greenhalgh, também do PT, que foi empossado
na vice-prefeitura de São Paulo. Gradella participou dos trabalhos legislativos
como membro titular das comissões de Economia, Indústria e Comércio e de
Transportes e suplente da Comissão de Constituição e Justiça e de Redação.
Ainda nesse ano, foi eleito presidente do diretório municipal do PT de São José
dos Campos, cargo em que permaneceria até 1991.
No pleito de outubro de 1990 foi eleito deputado federal.
Empossado em fevereiro do ano seguinte, integrou como membro titular a Comissão
de Viação e Transportes, Desenvolvimento Urbano e Interior e como suplente a
Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público.
Na sessão da Câmara dos Deputados de 29 de setembro de 1992,
votou a favor do impeachment do presidente Fernando Collor de Melo,
acusado de crime de responsabilidade por ligações com um esquema de corrupção
liderado pelo ex-tesoureiro de sua campanha presidencial, Paulo César Farias.
Afastado da presidência logo após a votação na Câmara, Collor renunciou ao
mandato em 29 de dezembro de 1992, pouco antes da conclusão do processo pelo Senado,
sendo efetivado na presidência o vice Itamar Franco, que já vinha exercendo o
cargo interinamente desde o dia 2 de outubro.
Com a expulsão da Convergência Socialista do PT em fins de
1992, por manter sede e imprensa próprias e defender publicamente posições não
deliberadas internamente, Gradella passou a exercer o mandato sem partido. No
início do ano seguinte, passou a exercer o mandato na legenda do Partido
Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), agremiação resultante da fusão
da Convergência Socialista, que se autodissolvera, com outras pequenas
organizações de esquerda. Representando esse partido, foi membro titular da
Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público e suplente da Comissão
de Desenvolvimento Urbano e Interior.
Em
abril de 1994, entrou no Tribunal de Contas da União com um pedido de
fiscalização e controle na Indústria de Material Bélico (Imbel), pertencente ao
Ministério do Exército, a fim de apurar a existência de um suposto esquema de
corrupção.
Ainda
nessa legislatura, foi membro titular da Comissão de Trabalho, de Administração
e Serviço Público. Nas principais matérias constitucionais apresentadas na
Câmara dos Deputados ao longo da legislatura 1991-1995, votou contra a criação
do Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF), imposto de 0,25%
sobre transações bancárias criado como fonte complementar de recursos para a
saúde. Faltou às votações relativas à criação do Fundo Social de Emergência
(FSE), que permitia ao governo retirar recursos de áreas como saúde e educação
para ter maior liberdade de administração das verbas, e ao fim do voto
obrigatório.
No
pleito de outubro de 1994 concorreu à reeleição na legenda do PSTU, mas não foi
bem-sucedido, obtendo apenas a quarta suplência na coligação que reuniu, além
do seu partido, o PT, o Partido Socialista Brasileiro (PSB), o Partido
Comunista do Brasil (PCdoB), o Partido Popular Socialista (PPS) e o Partido da
Mobilização Nacional (PMN). Deixou a Câmara em janeiro do ano seguinte, ao
final da legislatura.
Em julho de 1995, em São Paulo, participou do 1º Congresso do PSTU, que aprovou programa e estatuto, sendo eleito presidente nacional do
partido.
No pleito de outubro de 1996, concorreu à prefeitura de São
José dos Campos, mas perdeu. Em outubro de 1998, candidato à Assembléia
Legislativa, sofreu nova derrota. No pleito de 2000 novamente disputou a
eleição para a prefeitura de São José dos Campos e não obteve êxito. Em 2002,
candidatou-se a deputado estadual e não se elegeu. Em 2004 candidatou-se a
vereador de São José dos Campos e não foi eleito. Em 2008 mais uma vez tentou sem
sucesso eleger-se vereador.
Lecionou matemática e física no ensino médio e foi assessor
político do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.
Casado com Giselda de Fátima Galves Gradella, teve dois
filhos.
Marcelo Costa
FONTES: CÂM. DEP. Deputados
brasileiros. Repertório (1991-1995); Estado de S. Paulo (9/4/94 e
8/10/98); Globo (30/9/92); INF. BIOG.; Jornal do Brasil
(12/4/93); Olho no voto/Folha de S. Paulo (18/9/94); Perfil
parlamentar/IstoÉ; Portal do PSTU; Portal do Fundação SEADE; TRIB.
SUP. ELEIT. Relação (1998).