ROCHA, Fausto
*const.
1987-1988; dep. fed. SP 1987-1995.
Fausto Auromir Lopes Rocha nasceu
na cidade de São Paulo no dia 4 de novembro de 1938, filho de Fausto Martins
Rocha e de Odete Lopes dos Santos Rocha.
Em 1960, passou a cursar a Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo (USP), vindo bacharelar-se em 1965. Começou na vida
pública como locutor oficial do palácio dos Bandeirantes no governo Paulo
Egídio (1975-1979).
Em novembro de 1978 elegeu-se deputado estadual na legenda da
Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de apoio ao regime militar
instaurado no país em abril de 1964. Nessa ocasião, foi o deputado estadual da
Arena mais votado em São Paulo. Em 1979, na Assembléia Legislativa, integrou a
Comissão de Constituição e Justiça e presidiu a Comissão de Esporte e Turismo.
Com o fim do bipartidarismo em novembro de 1979, filiou-se ao Partido
Democrático Social (PDS), sucessor da Arena. Em 1981, licenciou-se do mandato
para assumir o cargo de secretário estadual extraordinário da Desburocratização
no governo Paulo Maluf (1979-1982).
Em
novembro de 1982 reelegeu-se deputado estadual. Assumindo o mandato em
fevereiro seguinte, integrou a comissão especial que investigou a situação dos
menores abandonados e a Comissão de Constituição e Justiça. Em novembro de 1986
elegeu-se deputado federal na legenda do Partido da Frente Liberal (PFL).
Obteve 90.850 votos, sendo o deputado federal mais votado da coligação PFL-PDS.
Assumindo o mandato em fevereiro de 1987, quando se iniciaram os trabalhos da
Assembléia Nacional Constituinte, integrou, como membro titular, a Subcomissão
da Ciência e Tecnologia e da Comunicação, da Comissão da Família, da Educação,
Cultura e Esportes, da Ciência e Tecnologia e da Comunicação e, como suplente,
a Subcomissão do Poder Judiciário e do Ministério Público, da Comissão da
Organização dos Poderes e Sistema de Governo.
Integrou
o grupo de 33 parlamentares evangélicos na Constituinte. Nas principais
votações pronunciou-se favoravelmente à concessão da licença-paternidade e à
ampliação da licença à gestante, ao presidencialismo, ao mandato de cinco anos
para o presidente José Sarney e à anistia aos micro e pequenos empresários.
Votou contra o rompimento de relações diplomáticas com países com política de
discriminação racial, a pena de morte, a limitação do direito de propriedade
privada, o mandado de segurança coletivo, a estabilidade no emprego, a
remuneração 50% superior para o trabalho extra, a jornada semanal de 40 horas,
o aviso prévio proporcional, o turno ininterrupto de seis horas, a soberania
popular, o voto aos 16 anos, a nacionalização do subsolo, a estatização do
sistema financeiro, a proibição do comércio de sangue, a limitação dos encargos
da dívida externa, a criação de um fundo de apoio à reforma agrária, a
legalização do jogo do bicho e a desapropriação da propriedade produtiva. Após
a promulgação da nova Carta Constitucional (5 de outubro de 1988), voltou a
participar dos trabalhos legislativos ordinários na Câmara dos Deputados, como
membro titular das comissões de Finanças e de Seguridade Social e Família.
No pleito de outubro de 1990 reelegeu-se pelo Partido da
Reconstrução Nacional (PRN), agremiação que elegera em novembro/dezembro do ano
anterior Fernando Collor de Melo presidente da República, tendo sido o deputado
federal evangélico mais votado do Brasil, com mais de 60 mil votos. Assumindo o
mandato em fevereiro do ano seguinte, tornou-se presidente do Grupo Parlamentar
Cristão do Congresso Nacional. Participou dos trabalhos legislativos
integrando, na Câmara dos Deputados, as comissões de Ciência e Tecnologia e de
Comunicação e Informática.
Na
sessão da Câmara dos Deputados de 29 de setembro de 1992, votou a favor do impeachment
do presidente Fernando Collor de Melo, acusado de crime de responsabilidade por
ligações com um esquema de corrupção liderado pelo ex-tesoureiro de sua
campanha presidencial, Paulo César Farias. Afastado da presidência logo após a
votação na Câmara, Collor renunciou ao mandato em 29 de dezembro de 1992, pouco
antes da conclusão do processo pelo Senado, sendo efetivado na presidência da
República o vice Itamar Franco, que já vinha exercendo o cargo interinamente
desde o dia 2 de outubro.
Em
outubro de 1993, Fausto Rocha foi ameaçado de ter seu mandato cassado pelo
Congresso por estar envolvido num esquema de troca de legendas partidárias.
Filiou-se ao Partido Social Democrático (PSD), agremiação que passou
repentinamente de cinco para 20 deputados. Havia a suspeita de que o governador
de São Paulo, Luís Antônio Fleury Filho (1991-1995), estaria por trás da compra
de deputados para o PSD a fim de viabilizar sua candidatura à presidência da
República em outubro de 1994. No entanto, quando o Partido Liberal (PL) se viu
ameaçado de não ter o número mínimo de parlamentares exigido (15) para lançar
candidato à presidência, Rocha mudou de partido uma hora antes do prazo.
Não se candidatou à reeleição no pleito de outubro de 1994 e
deixou a Câmara em janeiro seguinte, ao final da legislatura.
Exerceu
também as atividades de jornalista, radialista, apresentador de programas
populares e de noticiários no Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), diretor da
Associação Evangélica Beneficente (AEB) e líder evangélico (Igreja Batista),
proprietário de uma agência de publicidade e de uma emissora de televisão no
interior do estado de São Paulo (TV FR, retransmissora da TV Record) e
professor universitário.
Casou-se com Juliana Teles Rocha, com quem teve três filhos.
Alexandra Tostes
FONTES: CÂM. DEP. Deputados
brasileiros. Repertório (1991-1995); COELHO, J. & OLIVEIRA, A. Nova;
Globo (16/10/93); Perfil parlamentar/ IstoÉ (1991).