FREIRE,
Brasiliano Americano
*militar; rev. 1922; rev. 1930; ch. Dir.
Pess. Ex. 1947-1949; comte. Zona Mil. Norte 1950- 1951; emb. Bras. Paraguai
1951-1952.
Brasiliano Americano Freire
nasceu em Uruguaiana (RS) no dia 26 de setembro de 1892, filho do almirante
George Americano Freire e de Doralisa Botafogo Freire.
Fez
seus estudos no Colégio Militar do Rio de Janeiro, no então Distrito Federal,
pelo qual se diplomou em 1910. Sentou praça em março de 1911, ingressando na
Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro. Declarado aspirante-a-oficial da
arma de cavalaria em janeiro de 1914, foi promovido a segundo-tenente em abril
de 1916 e a primeiro-tenente em julho de 1919, sendo nomeado em 1920 instrutor
do Colégio Militar do Rio de Janeiro e, no ano seguinte, instrutor da Escola
Militar do Realengo.
Comandando um pelotão de cavalaria de alunos da Escola
Militar, participou da rebelião de 5 de julho de 1922, movimento que, irrompido
no Rio de Janeiro e em Mato Grosso em protesto contra a eleição de Artur Bernardes
à presidência da República e as punições impostas pelo governo Epitácio Pessoa
aos militares, iniciou o ciclo de revoltas tenentistas da década de 1920. A revolta envolveu, no Rio de Janeiro, o forte de Copacabana, a Escola Militar e efetivos da
Vila Militar e, em Mato Grosso, o contingente do Exército local, sendo debelada
no mesmo dia. Preso e processado, Brasiliano Americano conseguiu escapar da
prisão em 1925.
Durante a Revolução de 1930 organizou e comandou um
destacamento revolucionário na cidade de Porto Novo do Cunha (MG), com o qual
invadiu o estado do Rio de Janeiro, apoderando-se de vários municípios.
Anistiado logo após a vitória do movimento revolucionário, foi promovido a
capitão em novembro de 1930, com efeito retroativo a 1927, e nomeado secretário
da Agricultura, Viação e Obras Públicas do estado do Rio de Janeiro durante a
interventoria de Plínio de Castro Casado. Permaneceu no cargo até 1931, sendo
promovido a major em agosto desse ano. Nessa época, integrou o Clube 3 de
Outubro, organização criada em maio de 1931, congregando as correntes
tenentistas partidárias da manutenção e do aprofundamento das reformas
instituídas pela Revolução de 1930.
Em
1932 matriculou-se na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais do Rio de Janeiro,
participando nesse mesmo ano do combate à Revolução Constitucionalista de São
Paulo, durante a qual serviu no estado-maior do destacamento do Exército Leste,
sob o comando do general Pedro Aurélio de Góis Monteiro. Deflagrado em julho, o
movimento terminou em outubro com a vitória das forças legalistas.
Cursou
a Escola de Estado-Maior do Exército a partir de 1933, sendo designado em 1935
para atuar junto ao estado-maior da 8ª Região Militar (8ª RM), sediada em
Belém, do qual foi chefe interino a partir de 1936. Promovido a tenente-coronel
em setembro do ano seguinte, exerceu em 1938 a função de subdiretor da Remonta do Exército. Foi comandante interino da 4ª Brigada de Cavalaria, em Livramento
(RS), em 1939, e comandante do 5º Regimento de Cavalaria Independente, em
Quaraí (RS), no ano seguinte. Promovido a coronel em agosto desse ano, comandou
o 8º Regimento de Cavalaria Independente, em Uruguaiana, e, a seguir, a 2ª Divisão
de Cavalaria, com sede na mesma cidade. Comandante do Centro de Preparação de
Oficiais da Reserva (CPOR) a partir de 1942, comandou em seguida a 3ª Divisão
de Cavalaria, sediada em Bajé (RS).
General-de-brigada em novembro de 1944, foi nomeado comandante
da 1ª Divisão de Cavalaria, em Santiago do Boqueirão (RS). Designado primeiro
chefe da Diretoria de Pessoal (atual Departamento Geral de Pessoal) do Exército
a partir de março de 1947, atingiu no ano seguinte o posto de
general-de-divisão. Deixou o cargo em fevereiro de 1949 substituído pelo
general Otávio Aché, sendo designado para o comando da 3ª RM, sediada em Porto Alegre. Em maio do ano seguinte foi nomeado para substituir o general Alexandre
Zacarias de Assunção como comandante da Zona Militar Norte (atual IV Exército),
passando a acumular os dois cargos. Em abril de 1951 transferiu o comando da
Zona Militar Norte para o general Canrobert Pereira da Costa e, em dezembro,
foi nomeado embaixador em comissão no Paraguai em substituição a Agberto da
Silva Mafra. Permaneceu nessa função até abril de 1953, quando foi substituído
por Wagner Pimenta Bueno.
Faleceu em 1953.
Era casado com Berta Ewerton Americano Freire, com quem teve
quatro filhos.
FONTES: ARQ. CLUBE
3 DE OUTUBRO; COUTINHO, A. Brasil; HIRSCHOWICZ, E. Contemporâneos; MIN.
REL. EXT. Anuário; SILVA, H. 1922; TÁVORA, J. Vida.