GONÇALVES, GABRIEL
GONÇALVES,
Gabriel
*rev. 1930; dep. fed. MG
1960-1963, 1966.
Gabriel Gonçalves de Silva,
também conhecido pelo pseudônimo Bié, nasceu em Juiz de Fora (MG) no dia 18 de
março de 1910, filho do comerciante Manuel Gonçalves da Silva e de Fortunata
Rizzi da Silva.
Após concluir os estudos secundários na Academia de Comércio
de Juiz de Fora, tornou-se funcionário público, comerciante e radialista.
Desenvolveu atividades em sua cidade natal e no Rio de Janeiro, então Distrito
Federal, tendo participado diretamente da Revolução de 1930.
Em 1942, foi o primeiro radialista a transmitir jogos de
futebol para o interior de Minas Gerais e, em 1945, com a desagregação do
Estado Novo (1937-1945), foi um dos fundadores do Partido Trabalhista
Brasileiro (PTB) em Juiz de Fora. Participou da campanha pela candidatura de
Getúlio Vargas à presidência da República no pleito de outubro de 1950,
elegendo-se na mesma ocasião vereador em Juiz de Fora para a legislatura
iniciada em fevereiro do ano seguinte.
Durante o segundo governo de Vargas (1951-1954), participou
dos debates em torno da pesquisa, exploração e refino do petróleo que
culminaram na criação, em 1953, da Petrobras. Reeleito vereador em Juiz de Fora
em outubro de 1954, apoiou o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961) no
projeto de construção da nova capital federal, Brasília, atuando como diretor
da Estrada de Ferro Leopoldina de 1956 a 1958.
Obtendo uma suplência de deputado federal por Minas Gerais
pela legenda do PTB no pleito de outubro de 1958, deixou a Câmara dos
Vereadores em janeiro de 1959. Ocupou uma cadeira na Câmara dos Deputados de
agosto a setembro de 1960 e de novembro deste ano ao término da legislatura, em
janeiro de 1963. Neste período, votou a favor da Emenda Constitucional nº 4
(2/9/1961), que instituiu o parlamentarismo no país como forma conciliatória
capaz de permitir a posse do vice-presidente João Goulart, cujo nome fora
vetado pelos ministros militares. Obteve nova suplência no pleito de outubro de
1962 e, em fevereiro do ano seguinte, foi nomeado diretor da Rede Ferroviária
Federal (RFFSA), cargo que ocupou até 1964.
Com a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional
nº 2 (27/10/1965) e a posterior instauração do bipartidarismo, filiou-se ao
Movimento Democrático Brasileiro (MDB), agremiação que aglutinou a oposição ao
regime militar instaurado no país em abril de 1964. Pela nova legenda, exerceu
o mandato em 1966 e conquistou uma suplência nas eleições de novembro do mesmo
ano. Entre 1973 e 1977, foi secretário de Transporte da Prefeitura Municipal de
Juiz de Fora, durante as gestões de Itamar Franco e Saulo Pinto Moreira,
desempenhando também as funções de diretor de esportes do município.
Desenvolveu ainda atividades na Empresa de Transportes
Picorelli, na Rádio Industrial e nos Diários Associados de Juiz de Fora. Foi
também técnico de voleibol e basquetebol, fundador da escola de árbitros do
município e dirigente do Tupi Futebol Clube.
Faleceu em 16 de janeiro de 1985, em Juiz de Fora.
Era casado com Irene Picorelli Gonçalves, com quem teve três
filhos.
Além
de vários artigos publicados em jornais e revistas de sua cidade natal e do Rio
de Janeiro, escreveu Juiz de Fora é um desafio (1973).
FONTES: ASSEMB.
LEGISL. MG. Dicionário biográfico; CÂM. DEP. Deputados brasileiros.
Repertório (1946-1967); CÂM. DEP. Súmulas; ENTREV. BIOG.; INF.
Tarcísio Picorelli Gonçalves; Rev. Arq. Públ. Mineiro (12/76); TRIB.
SUP. ELEIT. Dados (4 e 6); VASCONCELOS, E. Biografias.