GALLOTTI,
Francisco Benjamim
*sen. SC 1947-1954, 1955-1957 e 1958-1961.
Francisco Benjamim Gallotti
nasceu em Tijucas (SC) no dia 2 de dezembro de 1895, filho de Beniamino
Gallotti e de Francesca Angeli Gallotti, imigrantes italianos estabelecidos em Santa Catarina em 1873 para fugir da repressão que então se movia na Itália aos partidários
de Giuseppe Garibaldi. Seu pai dedicou-se ao comércio, tornando-se, em pouco
tempo, o mais próspero negociante de Tijucas, onde chegou a exercer importante
influência política. Ainda durante o Império, foi nomeado coronel da Guarda
Municipal e eleito presidente da Câmara local. Com o advento da República,
ingressou no Partido Federalista. Dos 15 irmãos de Francisco, dois tiveram
destacada atuação política: Antônio Gallotti, membro da Ação Integralista Brasileira
na década de 1930 e presidente da Light de 1956 a 1974, e Luís Gallotti, interventor em Santa Catarina de 1945 a 1946 e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) de 1949 a 1974, além de presidente dessa corte de 1967 a 1969. Seu sobrinho Luís Otávio Gallotti foi ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
Fez seus estudos primários em uma escola particular de sua
cidade natal e o secundário no Ginásio Catarinense, dos jesuítas, em
Florianópolis, onde se bacharelou em ciências e letras em 1913. Em 1919
formou-se engenheiro civil e geógrafo pela Escola Politécnica do Rio de
Janeiro, então Distrito Federal. Bacharelou-se ainda pela Faculdade de Direito
em Niterói, em 1936.
Além
de jornalista e advogado do foro de Laguna (SC), foi funcionário do
Departamento Nacional de Portos, Rios e Canais, onde desempenhou várias
funções. Serviu nos portos de Rio Grande (RS) e de Santos (SP), foi chefe de
fiscalização de portos em Belém, Natal, Fortaleza, Rio de Janeiro e nas cidades
catarinenses de Laguna e Itajaí, dirigiu os portos de Belém, Natal e
Florianópolis, participou da comissão de estudos dos portos de Maceió, Macau
(RN) e Areia Branca (RN) e, finalmente, foi superintendente da administração do
porto do Rio de Janeiro entre 1942 e 1946.
Nas
eleições de dezembro de 1945, candidatou-se à Assembléia Nacional Constituinte
pelo Distrito Federal na legenda do Partido Social Democrático (PSD), obtendo
apenas uma suplência. Entre abril e outubro do ano seguinte foi diretor-geral
interino do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (DNOCS). No pleito
de janeiro de 1947, elegeu-se senador por Santa Catarina na legenda do PSD.
Assumindo o mandato em março do mesmo ano, nessa legislatura foi membro da
Comissão Permanente de Educação e Cultura, da Comissão de Viação e Obras
Públicas e da Comissão Especial de Inquérito para a Indústria Têxtil. Em março
de 1951 passou a primeiro suplente da secretaria do Senado, condição que
retomou em março do ano seguinte.
Nas
eleições de 3 de outubro de 1954 obteve a suplência de senador por Santa
Catarina na chapa encabeçada por Nereu Ramos e apoiada pela coligação do PSD
com o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). No dia 21 do mesmo mês renunciou ao
mandato que vinha exercendo, o qual se encerraria em janeiro do ano seguinte.
Atuou em 1955 no sentido de unificar o PSD, que estava
dividido quanto à escolha do candidato à sucessão presidencial, a ser decidida
nas eleições de outubro desse ano. Setores pessedistas resistiam à candidatura
de Juscelino Kubitschek, indicado pelo diretório nacional do partido, e
preferiam as candidaturas “regionais” de Etelvino Lins e Nereu Ramos. Após a
vitória de Juscelino, o general Henrique Teixeira Lott liderou o Movimento do
11 de Novembro de 1955, com o objetivo de barrar a suposta conspiração em curso
no governo destinada a impedir a posse do presidente eleito. O movimento
resultou no impedimento dos presidentes Carlos Luz, em exercício, e João Café
Filho, licenciado, colocando na chefia da nação o vice-presidente do Senado,
Nereu Ramos. Enquanto este ocupou a presidência da República e, depois, já no
governo Juscelino, o Ministério da Justiça, Francisco Gallotti assumiu sua
cadeira no Senado, de novembro de 1955 a novembro de 1957, presidindo a Comissão de Transportes, Comunicações e Obras e participando das comissões de
Finanças e de Planos de Obras contra as Secas. Em outubro de 1956 aposentou-se
como engenheiro do Ministério da Viação e Obras Públicas e, em junho de 1958,
após o falecimento de Nereu Ramos, ocupou efetivamente uma cadeira no Senado.
Participou de várias convenções nacionais de engenheiros e
congressos de engenharia. Foi membro do conselho diretor do Clube de
Engenharia.
Faleceu no Rio de Janeiro no dia 16 de dezembro de 1961,
ainda no exercício do mandato de senador.
Era casado com Alice Fausto Gallotti, com quem teve uma
filha.
Foi autor de diversos relatórios do Departamento Nacional de
Portos e Navegação e de vários pareceres apresentados às comissões do Senado.
FONTES: CABRAL, O. Era;
CABRAL, O. História; CISNEIROS, A. Parlamentares; COUTINHO, A. Brasil;
Diário do Congresso Nacional; Grande encic. Delta; Grande encic. portuguesa;
HIRSCHOWICZ, E. Contemporâneos; SENADO. Dados; SENADO.
Relação; SENADO. Relação dos líderes; SOC. BRAS. EXPANSÃO COMERCIAL.
Quem; TRIB. SUP. ELEIT. Dados (1, 2 e 3).