MESQUITA,
Geraldo
*dep. fed. AC 1963-1967 e 1968-1971;
sen. AC 1971-1975; gov. AC 1975-1979.
Geraldo Gurgel de Mesquita nasceu
em Feijó (AC) no dia 7 de janeiro de 1919, filho de José Henrique de Mesquita e
de Maria Gurgel de Mesquita.
Técnico em contabilidade e professor do ensino médio, em 1942
tornou-se secretário do Departamento de Geografia e Estatística do então
território do Acre e, no ano seguinte, foi nomeado diretor do Departamento de
Imprensa e Radiodifusão do território, permanecendo no cargo até 1946, ao qual
retornaria na mesma função de 1954 a 1955. De novembro de 1953 a maio do ano seguinte foi diretor-responsável do jornal Renovação, do qual foi um dos
fundadores. Em 1955, tornou-se diretor do Departamento de Educação e Cultura do
território, função que exerceu até o ano seguinte.
Iniciou sua carreira política no final dos anos 1950,
participando do Movimento Autonomista, que tinha como principal missão
transformar o Acre em estado. Em 1957, José Guiomard dos Santos apresentou projeto
de lei no Congresso Nacional que elevava o Acre à categoria de estado e que
seria aprovado em junho de 1962, através da lei nº. 4.070, assinada pelo
presidente João Goulart.
No pleito de outubro de 1958, Geraldo Mesquita elegeu-se
suplente de deputado federal pelo território do Acre na legenda do Partido
Social Democrático (PSD), não chegando a exercer o mandato. Foi, nesse mesmo
ano, nomeado prefeito de Rio Branco pelo governador Manuel Fontenele de Castro
(1958-1961), cargo que exerceu até 1959. Em outubro de 1961, foi nomeado
secretário-geral e chefe de polícia, função equivalente à de vice-governador,
exercendo o cargo até julho do ano seguinte, logo após o território ter sido
elevado à categoria de estado da Federação. Em outubro de 1962, elegeu-se deputado
federal, sendo o segundo mais votado na legenda do PSD do agora estado do Acre.
Assumiu o mandato em fevereiro do ano seguinte.
Após a vitória do movimento político-militar de 31 de março
de 1964 que depôs o presidente João Goulart (1961-1964), com a extinção dos
partidos políticos por força do Ato Institucional nº 2 (27/10/1965) e a
posterior instauração do bipartidarismo, filiou-se à Aliança Renovadora
Nacional (Arena), agremiação governista. Foi o mais votado em seu estado nessa
legenda no pleito de novembro de 1966, quando se reelegeu deputado federal.
Exerceu o mandato até outubro do ano seguinte, quando se licenciou para ocupar
o cargo de secretário-geral do Acre durante o governo de Jorge Kalume
(1966-1971). Retornou ao Legislativo federal em julho de 1968 e, nessa
legislatura, foi presidente das comissões de Valorização Econômica da Amazônia,
de Finanças, de Relações Exteriores, de Fiscalização Financeira e Tomada de
Contas, de Trabalho e Legislação Social e de Constituição e Justiça da Câmara
dos Deputados.
No
pleito de novembro de 1970, elegeu-se senador por seu estado na mesma legenda
e, deixando a Câmara em janeiro de 1971, assumiu sua cadeira no Senado em
fevereiro seguinte. Tornou-se, então, membro das comissões de Educação e
Cultura, de Finanças e de Transportes, Comunicações e Obras Públicas, atuando
também como quarto-secretário do Senado em 1974. Em março do ano seguinte,
renunciou ao mandato devido à sua eleição indireta, pela Assembléia
Legislativa, para o governo do Acre, em substituição a Francisco Vanderlei
Dantas.
Seu governo foi marcado pela suspensão de
projetos agropecuários que haviam sido estimulados por Dantas, que previam a
venda de áreas da floresta amazônica para pecuaristas do Sul e Sudeste, para
serem transformadas em pasto. Mesquita tomou medidas para a reversão desse
quadro, criando os primeiros projetos de assentamento e uma infra-estrutura de
desenvolvimento que visava a retomada e o fomento da agricultura. Criou
empresas como a Companhia de Desenvolvimento Agrário e Colonização do Acre - Colonacre,
a Companhia de Desenvolvimento Industrial do Acre - Codisacre, a Companhia de
Laticínios do Acre Cila.
Outra marca da administração de Mesquita
foi a valorização da formação histórica do Acre e de suas populações
tradicionais. Nesse sentido, trabalhou em prol do reconhecimento da presença
indígena em todo o território acreano, e em 1978, em comemoração ao centenário
da migração nordestina ao estado, fundou o Museu da Borracha.
Exerceu
o governo estadual até março de 1979, quando o transmitiu a Joaquim Falcão
Macedo. Ainda nesse mês, assumiu a diretoria financeira do Banco da Amazônia
S.A. (BASA) e, posteriormente, a de crédito especializado, permanecendo no
Banco até março de 1982. Nesse ano, retornou ao magistério no Colégio Acreano,
onde lecionou até o ano seguinte, quando se aposentou.
Foi também representante, no Acre, da comissão de
planejamento da antiga Superintendência do Plano de Valorização Econômica da
Amazônia, diretor do Colégio Acreano e da Escola Normal Lourenço Filho. Dirigiu
ainda a Folha do Acre, em Rio Branco. Foi sócio da Associação Acreana de Letras e da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
Em 2004, durante as comemorações dos 25 anos de fundação do
Museu da Borracha, foi homenageado por decreto do governador Jorge Viana, que
rebatizou a instituição com o nome Museu da Borracha Governador Geraldo
Mesquita.
Faleceu em Brasília, no dia 11 de setembro de 2009.
Era casado com Maria Olívia Sá de Mesquita, com quem
teve cinco filhos. Um deles, o advogado Geraldo Gurgel Mesquita Junior, seguiu
carreira política, elegendo-se senador pelo Acre em outubro de 2002.
FONTES:
CÂM. DEP. Deputados; CÂM. DEP. Deputados brasileiros.
Repertório (1963-1967 e 1967-1971); Diário do Congresso Nacional; INF.
BIOG.; Jornal do Brasil (9/12/79); NÉRI, S. 16; Perfil (1972 e
1975); SENADO. Dados; SENADO. Endereços; SENADO.
Relação; A Gazeta (Rio Branco) (12/09/2009), http://www.senado.gov.br; http://www.ac.gov.br