GONÇALVES, Wilson
*sen. CE 1963-1979.
Wilson Gonçalves nasceu
em Cajazeiras (PB) no dia 6 de outubro de 1914, filho do advogado Zacarias
Gonçalves da Silva e de Adília Gonçalves Cavalcante.
Cursou o primário numa escola particular de Crato (CE),
ingressando depois no ginásio da cidade, atual Colégio Diocesano, cujo curso
concluiu em 1932. Matriculando-se a seguir na Faculdade de Direito do Ceará,
participou durante sua vida universitária do movimento estudantil.
Bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais em dezembro de 1937, e atuou como
advogado no Sul do estado do Ceará e, a seguir, em Fortaleza.
Após
a implantação do Estado Novo (10/11/1937), foi nomeado secretário-geral da
Prefeitura Municipal do Crato, permanecendo no posto de 1938 a 1943. Em setembro deste último ano, foi nomeado prefeito da cidade, exercendo o cargo até
novembro de 1945. Com a desagregação do Estado Novo e a reorganização
partidária, colaborou na fundação, ainda em 1945, do Partido Social Democrático
(PSD).
Após
o golpe que depôs o presidente Getúlio Vargas e pôs fim ao Estado Novo, em 29
de outubro, elegeu-se, em janeiro de 1947, para a Assembléia Constituinte
cearense na legenda do PSD. Empossado no mesmo ano, participou da comissão que
redigiu a Constituição estadual. Com a promulgação da nova Carta, em 23 de
junho de 1947, passou a exercer o mandato ordinário, integrando as comissões de
Redação de Leis e de Finanças e Orçamento, tornando-se, em julho de 1947,
presidente desta última.
Reeleito
deputado estadual em outubro de 1950, iniciou novo mandato em março de 1951,
tornando-se líder do governo de Raul Barbosa (1951-1955). Novamente eleito em
outubro de 1954, exerceu a vice-liderança da oposição ao governo de Paulo
Sarasate (1955-1958) na Assembléia Legislativa do Ceará. Foi também membro
efetivo do Conselho de Assistência Técnica aos Municípios do estado. Durante os
anos que permaneceu na Assembléia cearense integrou diversas comissões,
inclusive as de Constituição e Justiça e de Finanças, chegando a exercer a
presidência desta última.
Em
outubro de 1958, elegeu-se vice-governador do Ceará na chapa encabeçada por
José Parsifal Barroso, apoiada pela legenda das Oposições Coligadas, formada
pelo PSD e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Permanecendo no cargo de
fevereiro do ano seguinte a janeiro de 1963, assumiu o governo em diversas
ocasiões em substituição ao governador.
No pleito de outubro de 1962 elegeu-se para o Senado pelo
estado do Ceará com o apoio da coligação formada pelo PSD, a União Democrática
Nacional (UDN) e o Partido Trabalhista Nacional (PTN), tendo obtido expressiva
votação. Assumindo o mandato em fevereiro do ano seguinte, tornou-se vice-líder
do PSD no Senado a partir de março, cargo no qual permaneceu após o movimento
político-militar de março de 1964, que depôs o presidente João Goulart.
Escolhido em maio daquele ano pelo presidente Humberto Castelo Branco para
assumir a vice-liderança do governo no Senado, ocupou o cargo até o mês
seguinte, quando se exonerou. Continuou porém como vice-líder de seu partido no
Senado, assumindo a liderança de agosto a setembro de 1964 em substituição a
Filinto Müller.
Com a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional
nº 2 (27/10/1965) e a instauração do bipartidarismo, filiou-se à Aliança
Renovadora Nacional (Arena), partido de apoio ao regime militar instalado no
país em abril de 1964. Assumiu a vice-liderança da Arena no Senado em março de
1966. No ano seguinte integrou como sub-relator a comissão mista que examinou o
projeto da Constituição de 1967. Deixando a vice-liderança da Arena em 1969,
exerceu no ano seguinte a vice-presidência do Senado. Ainda em 1970 participou
como representante do Senado em visita ao Nordeste com o objetivo de conhecer
as providências tomadas pelo governo em socorro as zonas atingidas pelas secas,
além de ter ocupado a vice-presidência do Senado.
Durante seu mandato legislativo (1963-1971) foi também
presidente da Comissão de Projetos do Executivo, vice-presidente das comissões
de Constituição e Justiça e de Relações Exteriores e membro das comissões do
Polígono das Secas e do Distrito Federal do Senado, presidindo ainda comissão
de inquérito para assuntos relacionados com o Departamento de Correios e
Telégrafos (DCT).
Reeleito
senador pelo Ceará em novembro de 1970, chefiou a delegação brasileira à V
Assembléia Ordinária do Parlamento Latino-Americano, em Caracas, na Venezuela,
em agosto do ano seguinte. Em julho de 1972, presidiu a delegação brasileira ao
I Seminário Continental sobre Colonização e Reforma Agrária, em Bogotá, na
Colômbia. Em dezembro seguinte, chefiou a delegação brasileira à VI Assembléia
Ordinária do Parlamento Latino-Americano, reunida na Guatemala. Chefiou, em
fevereiro de 1975, na qualidade de vice-presidente da Junta Diretiva do
Parlamento Latino-Americano, a delegação do Congresso brasileiro à VII
Assembléia Ordinária do mesmo parlamento, em Caracas.
Em 1975-1976 exerceu o cargo de vice-presidente do Senado.
Participou, ainda, das comissões de Constituição e Justiça, de Finanças, de
Relações Exteriores e do Distrito Federal, exercendo a presidência desta
última. Deixou o Senado ao final da legislatura, no início de 1979.
Integrou a primeira turma do Tribunal Federal de Recursos
(TFR), a partir de novembro de 1978, e a sexta turma do mesmo tribunal a partir
de agosto de 1980. Membro titular dos conselhos de Administração e da Justiça
Federal do TFR, tornou-se ministro substituto do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE).
Aposentado, passou a se dedicar a atividades privadas.
Jornalista, foi diretor do jornal cearense O Crato.
Dedicou-se também ao magistério, tendo sido professor de direito comercial
da Escola Técnica de Comércio do Crato, de instituições do direito público da
Faculdade de Ciências Econômicas do Crato e de direito tributário da Escola de
Administração do Ceará.
Faleceu no dia 12 de novembro de 2000.
Era casado com Amália Cavalcanti Gonçalves, com quem
teve uma filha.
Publicou Síntese de uma atuação parlamentar (1978).
FONTES:
ASSEMB. LEG. CE. Memorial; CURRIC. BIOG.; Diário do Congresso
Nacional (27/4/70); Grande encic. Delta; Perfil (1972); Portal
Direito2. Disponível em : <http://www.direito2.com.br/asen/2000/nov/16/machado-lamenta-morte-de-wilson-gonal
ves>. Acesso em : 17 jul. 2009; SENADO. Dados; SENADO. Dados
biográficos (8); SENADO. Endereços; SENADO. Relação; SENADO.
Relação dos líderes; Súmulas.