GUIMARÃES,
Adolfo de Alencastro
*diplomata; emb. Bras. Itália 1956-1959.
Adolfo Cardoso de Alencastro Guimarães nasceu em Porto Alegre no dia 3 de janeiro de 1895, filho do
capitão Pedro de Alencastro Guimarães e de Leopoldina Cardoso de Alencastro
Guimarães. Seu irmão, Napoleão de Alencastro Guimarães, foi revolucionário em
1930, senador pelo Distrito Federal de 1951 a 1954, ministro do Trabalho de
1954 a 1955 e novamente senador pelo Distrito Federal de 1955 a 1959.
Bacharelou-se
pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, no então Distrito Federal, e em
novembro de 1917 tornou-se auxiliar de escrita da Inspetoria do Serviço de
Profilaxia, sendo designado em julho do ano seguinte para auxiliar o serviço de
registro da Diretoria Geral de Saúde Pública. Segundo-escriturário em junho de
1919 e primeiro-escriturário em julho do mesmo ano, foi posto no mês seguinte à
disposição da Comissão Sanitária Federal no estado do Rio de Janeiro. A partir
de janeiro de 1920 ficou à disposição do Ministério da Agricultura, Indústria e
Comércio para servir na Diretoria do Abastecimento. Novamente posto à
disposição em dezembro de 1922, dessa vez no gabinete do ministro da Justiça e
Negócios Interiores, voltou a sê-lo em setembro do ano seguinte, no Ministério
da Guerra, para servir numa junta de alistamento militar.
Ingressou
na carreira diplomática como terceiro-oficial em novembro de 1926, sendo ainda
nesse ano designado para servir na Secretaria do Itamarati. Em 1927 participou
da Conferência Parlamentar Internacional de Comércio, reunida no Rio de
Janeiro, sendo escolhido em outubro de 1930 auxiliar de gabinete do ministro
das Relações Exteriores, Afrânio de Melo Franco (1930-1933), cargo que ocuparia
até dezembro de 1933. Promovido a terceiro-secretário em janeiro de 1931 e a
segundo-secretário em agosto do mesmo ano, permaneceu na Secretaria do
Itamarati, onde serviria até janeiro de 1938. Durante esse período foi
designado em fevereiro de 1934 auxiliar de gabinete do ministro interino das
Relações Exteriores, Félix de Barros Cavalcanti de Lacerda (1933-1934),
exercendo essa mesma função a partir de junho seguinte no gabinete do ministro
José Carlos de Macedo Soares (1934-1937). Em janeiro de 1937 tornou-se auxiliar
de gabinete do chanceler Mário de Pimentel Brandão, sendo promovido a
primeiro-secretário em agosto do mesmo ano.
Removido para Buenos Aires em janeiro de 1938, ali atuou como
encarregado de negócios de fevereiro a março de 1939. Em maio do ano seguinte
foi removido para Washington, onde permaneceu até dezembro de 1943. Ainda nesse
mês foi promovido a ministro de segunda-classe e removido para a Secretaria do
Itamarati, junto à qual serviria até maio de 1946. Nesse ínterim integrou, em março
de 1944, a Comissão de Eficiência do Ministério das Relações Exteriores, sendo
designado ainda, em junho do ano seguinte, para chefiar a Divisão de Material
e, em janeiro de 1946, para presidir a comissão encarregada do exame,
julgamento e demais trâmites das concorrências abertas nesse ano por esse
ministério.
Em
maio de 1946 deixou a Secretaria de Estado, sendo nomeado no mês seguinte
cônsul-geral do Brasil em Amsterdã, na Holanda, função que exerceu até dezembro
de 1950. De volta à Secretaria em janeiro de 1951, em março foi posto à
disposição do Banco do Brasil como elemento de ligação entre este e o
Itamarati. Em agosto do mesmo ano presidiu a comissão incumbida de proceder ao
estudo da organização, condições, normas e métodos de trabalho das unidades
administrativas do ministério, bem como sugerir as medidas que julgasse
necessárias à sua racionalização e aperfeiçoamento.
Promovido a ministro de primeira classe em setembro de 1951,
deixou nesse mesmo mês a Secretaria e, em fevereiro do ano seguinte, passou a
integrar o conselho patrimonial da Fundação Visconde de Cabo Frio, presidindo
em março a comissão de estudo e planejamento do novo edifício do Itamarati.
Nomeado embaixador no México em agosto de 1952, representou o
governo brasileiro nas solenidades de posse do presidente da República daquele
país, Adolfo Ruiz Cortines, em outubro do mesmo ano. Em janeiro de 1954 deixou
a embaixada no México, transferindo-se em seguida para o Rio de Janeiro.
Embaixador do Brasil em Viena, na Áustria, de março seguinte a fevereiro de
1956, foi nessa mesma data nomeado para chefiar a embaixada brasileira em Roma,
em substituição a Martim Francisco Lafaiete de Andrada. Em setembro do mesmo
ano chefiou a delegação brasileira à sessão especial da Food and Agriculture Organization
(FAO), realizada em Roma, desempenhando idêntica função de outubro a novembro
de 1958, durante a XXIX Sessão do conselho dessa agência filiada ao sistema das
Nações Unidas. Em dezembro de 1959 deixou a embaixada em Roma, sendo
substituído por Sérgio Correia Afonso da Costa, e foi removido para a
Secretaria do Itamarati. Aposentou-se em janeiro de 1960.
Faleceu no Rio de Janeiro no dia 21 de novembro de 1976.
Era casado com Maria Luzia Moreira Guimarães, com quem teve
um filho.
FONTES: Grande encic.
Delta; Jornal do Brasil (22/11/76); MIN. REL. EXT. Anuário (1961); SILVA, H.
1935.