HADDAD FILHO, Emílio
*dep. fed. MG
1984-1987.
Emílio Haddad Filho nasceu
em Oliveira (MG) no dia 6 de abril de 1938, filho de Emílio Haddad, vereador em
Oliveira (1946-1950), e de Lile Miguel Haddad. Seus irmãos, João Haddad e Paulo
Roberto Haddad, também entraram na vida pública. O primeiro foi prefeito de
Oliveira entre 1971 e 1972, e o segundo chefiou as secretarias de Estado do
Planejamento e Coordenação Geral e, interinamente, da Fazenda, entre maio de
1982 e março de 1983, durante a gestão do governador mineiro Francelino Pereira
dos Santos (1979-1983), ocupando, mais tarde, o Ministério do Planejamento no
governo do presidente Itamar Franco (1992-1995). Seu primo Sílvio Carvalho
Mitre foi deputado à Assembléia Legislativa mineira entre 1983 e 1991.
Emílio
Haddad realizou os estudos secundários na Escola Técnica de Comércio de Belo
Horizonte, ingressando, em seguida, na Faculdade de Direito da Universidade
Católica de Minas Gerais, que lhe concedeu o grau de bacharel em 1962. Ainda
universitário, pertenceu ao quadro de docentes do Colégio Santo Agostinho, em Belo Horizonte, e estagiou no Departamento Jurídico do Estado, em cujo corpo administrativo
foi efetivado mais tarde.
Iniciou a carreira política ainda em 1962, em sua cidade
natal, elegendo-se vereador pela legenda da União Democrática Nacional (UDN).
Paralelamente, trabalhou como advogado e lecionou no Colégio Estadual Professor
Pinheiro Campos, em cuja instituição permaneceria de 1963 a 1966. Por força do Ato Institucional nº 2, baixado em 27 de outubro de 1965, que extinguiu os
partidos políticos e instituiu o bipartidarismo, filiou-se ao Movimento
Democrático Brasileiro (MDB), agremiação partidária de oposição ao regime
militar instaurado no país em abril de 1964.
Deixou a Câmara Municipal de Oliveira em 1966. Ainda nesse
ano, foi eleito deputado estadual pela legenda do MDB. Assumiu o mandato no
início de 1967, cabendo-lhe exercer, durante a legislatura, a quarta secretaria
da Comissão Executiva da Assembléia (1968), a vice-presidência das comissões de
Educação e Cultura (1969) e de Constituição, Legislação e Justiça (1970) e
ainda participar, na condição de membro efetivo, da Comissão de Redação (1970).
Foi também representante da casa mineira nos congressos das assembléias
legislativas em Recife (1967) e Florianópolis (1968). Conciliando a trajetória
política com o magistério, lecionou na Escola Técnica de Comércio de Belo
Horizonte.
Candidato à reeleição em 1970, conseguiu a primeira
suplência, e ao final do mandato deixou a Assembléia Legislativa. Em 1972, foi
admitido como auxiliar administrativo da Companhia Mendes Júnior S.A., cujo
quadro de funcionários integraria até 1984.
No pleito de novembro de 1974, foi novamente candidato a uma
cadeira na Assembléia Legislativa mineira pela legenda do MDB, obtendo os votos
necessários que lhe garantiram um assento na casa. Empossado no início do ano
seguinte, tornou-se líder da bancada do MDB no mesmo ano. Conquistou um novo
mandato de deputado estadual em 1978, assumindo-o no início do ano seguinte. Após
a extinção do bipartidarismo, em novembro de 1979, ingressou no Partido
Democrático Social (PDS), agremiação política que substituiu a Aliança
Renovadora Nacional (Arena) no apoio ao regime militar. Durante a permanência
na Assembléia, foi vice-líder do governador Francelino Pereira dos Santos e do
bloco parlamentar do seu partido (1980).
Nas eleições de novembro 1982, disputou um mandato de
deputado federal pela legenda do PDS, obtendo a primeira suplência. No início
de 1983, encerrou o mandato na Assembléia Legislativa mineira. O falecimento do
ex-governador de Minas Gerais (1978-1979) e deputado federal Levindo Ozanam
Coelho, em 30 de março de 1984, levou-o a ocupar uma cadeira na Câmara dos
Deputados.
Dias após Emílio Haddad tomar posse, ocorreu na Câmara dos
Deputados, em 25 de abril, a votação da emenda Dante de Oliveira, da qual o
parlamentar mineiro não participou, que propunha o restabelecimento das
eleições diretas para presidente da República, marcando-a para novembro daquele
ano. Constatada a insuficiência de votos para que a emenda fosse submetida à
apreciação do Senado Federal, incumbiu-se o Colégio Eleitoral da escolha do
sucessor do presidente João Batista Figueiredo (1979-1985).
Alinhado com as posições do ministro dos Transportes do
governo Figueiredo, Mário Andreazza — derrotado na convenção do PDS, realizada
no dia 11 de agosto de 1984, pelo ex-governador de São Paulo e deputado federal
Paulo Maluf, que se tornou o candidato à presidência da legenda —, Haddad Filho
não compareceu ao Colégio Eleitoral, convocado em 15 de janeiro de 1985, que
elegeu Tancredo Neves, lançado pela Aliança Democrática, coligação do Partido
do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) com a dissidência do PDS reunida na
Frente Liberal, derrotando Maluf. Acometido por uma grave enfermidade, que o
vitimou em 21 de abril de 1985, Tancredo Neves não chegou a ser empossado na
presidência da República. Substituiu-o no cargo o vice José Sarney, que já
vinha exercendo interinamente a chefia do Executivo desde 15 de março.
Transferindo-se para o Partido da Frente Liberal (PFL),
candidatou-se à reeleição no pleito de novembro de 1986 por esta legenda,
obtendo apenas uma suplência. Deixou a Câmara dos Deputados em janeiro de 1987,
ao final da legislatura.
Eleito prefeito de Oliveira no pleito de novembro de 1988
pela legenda do PFL, Emílio Haddad foi empossado na chefia do Executivo em
janeiro do ano seguinte, à frente da qual permaneceu até dezembro de 1992,
quando passou a advogar em sua cidade natal.
Faleceu em Nova Lima (MG) no dia 24 de maio de 2009.
Casou-se com Maria Emília Mitre Haddad.
Rogério Alves de Barros
FONTES: ASSEMB. LEGISL.
MG. Dicionário biográfico; Globo (31/3 e 26/4/84 e 16/1/85); INF.
PREFEIT. OLIVEIRA, MG; Portal da ASSEM. LEGISL. MG.