LOURES,
Rocha
*magistrado; dep. fed. PR 1951.
João Alves da Rocha Loures
nasceu em Palmas (PR) no dia 13 de outubro de 1900, filho de Jesuíno Alves da
Rocha Loures e de Francisca Ferreira Loures. Seu irmão, Josino Alves da Rocha
Loures, médico, foi deputado federal pelo Paraná de 1955 a 1959.
Fez o curso primário em sua cidade natal e o secundário no
Ginásio Paranaense, em Curitiba. Trabalhando nos Correios e Telégrafos, em 1918
foi transferido para o Rio de Janeiro, então capital do país, onde matriculou-se
na Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais, bacharelando-se em 1923. Durante
o curso, em 1919, foi secretário particular do senador Afonso Alves de Camargo,
seu primo, e correspondente do jornal A República, órgão oficial do Partido
Republicano (PR) do Paraná.
Depois de ter advogado em Santa Catarina entre 1923 e 1924, foi nomeado juiz municipal de Clevelândia (PR) e juiz
substituto da comarca de Palmas. De volta a Curitiba em 1929, voltou a exercer
o jornalismo e a atuar como advogado, destacando-se nos processos de
regularização e subdivisão de grandes extensões de terra no estado.
Em 1935 tornou-se presidente do Instituto dos Advogados do
Paraná. Três anos depois, após defender tese de livre-docência, ingressou no magistério
superior, lecionando ciência das finanças. Em 1941 foi nomeado pela congregação
da Faculdade de Direito para elaborar os estatutos da Academia de Comércio,
anexa à faculdade, e que serviu de embrião à futura Faculdade de Economia da
Universidade Federal do Paraná.
Em outubro de 1950 elegeu-se quarto suplente de deputado
federal pelo Paraná na legenda das Oposições Coligadas, formada pela União
Democrática Nacional (UDN), PR, Partido de Representação Popular (PRP) e
Partido Social Trabalhista (PST). Convocado, assumiu o mandato em fevereiro de
1951 e renunciou em dezembro seguinte, ao ser nomeado desembargador do Tribunal
de Justiça de seu estado.
De 1954 até sua morte, dedicou-se à administração de suas
fazendas, a Maravilha e a Porto São José, incorporadas em 1967 numa única
empresa, a Comércio Indústria de Produção Agropastoril S.A. — (Cipagro).
Paralelamente, prosseguiu em sua carreira acadêmica, aposentando-se em 1965
como titular da cadeira de ciência das finanças, por força do estatuto do magistério.
Em seguida, atendendo a convite da congregação da faculdade, retornou ao
magistério, afastando-se definitivamente em 1967.
Ao longo de sua vida, foi ainda cafeicultor e membro da
Associação de Cafeicultores do Paraná. Por seis triênios foi eleito pela
congregação membro do conselho técnico e administrativo da Faculdade de
Direito. No curso de doutorado, seção de direito público, ministrou por dois
anos consecutivos sua disciplina e, por outros dois anos, filosofia do direito.
Faleceu em Curitiba no dia 11 de maio de 1986.
Era casado com Raquel Rocha Loures, com quem teve nove
filhos.
Publicou Da cláusula rebus sicissantibus nos empréstimos
públicos externos (tese de concurso).
FONTES: CÂM. DEP. Deputados;
CISNEIROS, A. Parlamentares; NICOLAS, M. Cem; PIERUCCHINI, M. C. Os
Rocha; TRIB. SUP. ELEIT. Dados (2).