DIVINO, JOÃO
DIVINO,
João
*dep. fed. GO 1983-1987.
João Divino Dorneles nasceu
em Goiânia no dia 25 de maio de 1933, filho de José Dorneles dos Santos e de
Benvinda Gonçalves de Resende.
Aos 18 anos foi aprovado num concurso para a Prefeitura de
Goiânia, para executar trabalhos braçais, mudando de função várias vezes, vindo
a ocupar a presidência da Associação Municipal da cidade.
Ingressou na política ao filiar-se ao Partido Social
Democrático (PSD) e, com a instauração do regime militar em abril de 1964, foi
preso, em virtude do cargo que ocupava na Associação Municipal e do papel de
comando na greve dos funcionários públicos que explodiu na cidade ainda nesse
ano.
Com
a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional nº 2 (27/10/1965) e a
posterior instauração do bipartidarismo, ingressou na legenda oposicionista
Movimento Democrático Brasileiro (MDB), ainda que mantivesse ligações com o
Partido Comunista Brasileiro (PCB).
Em 1968 bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais pela
Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás e tornou-se procurador da
Prefeitura de Goiânia.
Em novembro de 1974 foi eleito deputado estadual na legenda
emedebista, assumindo o mandato em fevereiro do ano seguinte, e em novembro de
1978 reelegeu-se, sendo empossado em fevereiro de 1979.
Com
a extinção do bipartidarismo em novembro de 1979 e a conseqüente reorganização
partidária, ingressou no Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB),
agremiação que deu continuidade ao extinto MDB. Na Assembléia Legislativa, foi
membro da Comissão de Constituição e Justiça e da Comissão de Finanças, Serviço
Público e Bem-Estar do Menor. Neste período foi o fundador e primeiro presidente
do Comitê Goiano pela Anistia.
Nas eleições de novembro de 1982, foi um dos coordenadores da
campanha vitoriosa de Íris Resende ao governo do estado e concorreu a uma
cadeira de deputado federal pelo PMDB. Eleito, foi empossado em fevereiro de
1983 e tornou-se membro da Comissão de Constituição e Justiça.
Em
25 de abril de 1984 manifestou-se a favor da emenda Dante de Oliveira, que,
apresentada na Câmara dos Deputados, propôs o restabelecimento das eleições
diretas para presidente da República em novembro daquele ano. Como a emenda não
obteve o número de votos indispensáveis à sua aprovação — faltaram 22 para que
o projeto pudesse ser encaminhado à apreciação pelo Senado —, no Colégio
Eleitoral, reunido em 15 de janeiro de 1985, João Divino votou no candidato
oposicionista Tancredo Neves, eleito novo presidente da República pela Aliança
Democrática, uma união do PMDB com a dissidência do Partido Democrático Social
(PDS) abrigada na Frente Liberal. Tancredo derrotou o candidato do regime
militar, Paulo Maluf, contudo não chegou a ser empossado na presidência, vindo
a falecer em 21 de abril de 1985. Seu substituto foi o vice José Sarney, que já
vinha exercendo interinamente o cargo desde 15 de março.
João Divino deixou a Câmara dos Deputados em janeiro de 1987,
ao final da legislatura, não tendo conseguido se reeleger em novembro anterior.
Em 1988 assumiu a presidência da Companhia Urbanizadora de
Goiânia. No ano seguinte aposentou-se da função de procurador, continuando a
atuar nos bastidores da política do estado.
Faleceu em Goiânia no dia 20 de março de 1993.
Era casado com Sebastiana de Oliveira Dorneles, com quem teve
quatro filhos.
FONTES: CÂM. DEP. Deputados
brasileiros. Repertório (1983-1987); Globo (26/4/84; 16/1/85).