GOMES, MIRALDO
GOMES,
Miraldo
*const.
1987-1988; dep. fed. BA 1987-1991.
João Miraldo dos Santos Gomes nasceu em Santo Estevão (BA) no dia 11 de março de 1944,
filho de Antônio Pascácio Gomes e de Estela dos Santos Gomes.
Em
1965 ingressou na Universidade Federal da Bahia (Ufba), pela qual formou-se em
medicina em 1970. Em 1975, fez pós-graduação em medicina na Universidade do
Chile, em Santiago. Fundou em Feira de Santana (BA), em 1979, a Maternidade Estela Gomes, da qual seria diretor até 1986. Em 1982, participou do XI Congresso
Mundial de Ginecologia e Obstetrícia em São Francisco, Califórnia (EUA), no qual apresentou trabalho sobre gravidez ectópica.
Em novembro de 1986, disputou uma cadeira na Assembléia
Nacional Constituinte na legenda do Partido do Movimento Democrático Brasileiro
(PMDB). Candidato de última hora e grande surpresa das urnas, Miraldo Gomes
realizou durante a campanha, segundo declarou, duzentas ligações de trompas de
mulheres pobres da periferia. Prometia defender o planejamento familiar na
Constituinte, acreditando ser a ligação de trompas o método mais adequado de
controle. Primeiro suplente da bancada peemedebista, assumiu o mandato em 27 de
outubro de 1987 em razão da indicação de Prisco Viana para a pasta da Habitação
e Urbanismo do governo do presidente José Sarney (1985-1990).
Nas
principais votações realizadas na Constituinte, pronunciou-se a favor do
rompimento de relações diplomáticas com países com política de discriminação
racial, do mandado de segurança coletivo, da proteção ao emprego contra a
despedida sem justa causa, do turno ininterrupto de seis horas, do
presidencialismo e da proibição do comércio de sangue. Privatista e favorável à
participação do capital estrangeiro, votou ainda contra a estatização do
sistema financeiro, a pena de morte, a remuneração 50% superior para o trabalho
extra, a jornada semanal de 40 horas e o mandato de cinco anos para o
presidente José Sarney.
Em
1988, saiu do PMDB e ingressou no Partido Democrata Cristão (PDC). Após a
promulgação da nova Carta Constitucional (5 de outubro de 1988), voltou a
participar dos trabalhos legislativos ordinários na Câmara dos Deputados.
Deixou
a Câmara dos Deputados em janeiro de 1991, ao final da legislatura, não tendo
concorrido à reeleição em outubro do ano anterior.
Retornando a Feira de Santana, dedicou-se ao exercício da
profissão na maternidade de sua propriedade. Fez cursos de especialização em
medicina e passou a ministrar palestras sobre assuntos médicos. Foi ainda
secretário de Saúde de Feira de Santana entre janeiro e novembro de 1997 e
membro efetivo da Academia Feirense de Letras.
Casou-se com Diana Lúcia Negreiros Falcão Gomes, com quem
teve quatro filhos.
FONTES:
ASSEMB. NAC. CONST. Repertório (1987-1988); COELHO, J. & OLIVEIRA,
A. Nova; INF. BIOG.