José Pio Borges de Castro Filho

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Nome: BORGES, Pio
Nome Completo: José Pio Borges de Castro Filho

Tipo: BIOGRAFICO


Texto Completo:

BORGES, Pio

* pres. BNDES 1998-1999.

 

José Pio Borges de Castro Filho nasceu no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, no dia 31 de janeiro de 1948, filho de José Pio Borges de Castro, conhecido professor de geometria analítica, e de Circe de Carvalho Pio Borges.

Em 1965, depois de terminar o curso secundário, prestou vestibular para engenharia mecânica, graduando-se pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) em 1970. Em 1971 cursou o mestrado em engenharia industrial, com especialização em finanças, também na PUC-Rio. No mesmo ano foi admitido como engenheiro no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE). De 1974 a 1975 licenciou-se do BNDE e exerceu as funções de auditor interno e analista financeiro da IBM do Brasil Ltda.

De volta ao banco como assessor da direção, foi gerente do Departamento de Indústrias Químicas de 1976 a 1977 e superintendente da subsidiária BNDE Participações de 1977 a 1979. No período compreendido entre 1979 e 1982, afastou-se novamente do banco para cursar a New School for Social Research, em Nova Iorque, onde obteve o título de Master of Arts and PhD Candidate – Economics. Ao retornar, chefiou o Departamento de Indústrias Químicas de 1982 a 1985 e participou dos conselhos de administração da Riocell S.A. e da Cia. Guatapará de Papel e Celulose (atual VCP). Entre 1985 e 1990, mais uma vez afastado do BNDES, que já incorporara o ‘S’ de ‘Social’, ocupou cargos de destaque no setor privado: foi presidente da Pronor Petroquímica S.A., diretor do BBM–Banco da Bahia Investimentos S.A., além de membro dos conselhos de administração da Engepack Embalagens S.A. e da Yokogawa Latinamerica S.A.

Em 1990, assumiu a vice-presidência do BNDES, na gestão de Eduardo Modiano, no governo Fernando Collor de Melo (1990-1992). Na época, representou o banco na comissão diretora do Programa Nacional de Desestatização e participou dos conselhos de administração do BNB – Banco do Nordeste do Brasil S.A. e da Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobrás). Pelo Programa Nacional de Privatização (PND), presidiu a Câmara de Liquidação e Custódia S.A. e foi vice-presidente do conselho da Companhia Petroquímica do Sul (Copesul), da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. (Usiminas) e da Rede Ferroviária Federal S.A. Todas essas empresas foram privatizadas de acordo com os objetivos e cronogramas do PND.  Entre 1992 e 1995, de volta ao setor privado, foi presidente da Companhia de Seguros da Bahia, diretor da Petroquímica da Bahia S.A, membro dos conselhos de administração da Nitrocarbono S.A., da Policarbonatos do Brasil S.A., da Engepack Embalagens S.A., e presidente da Yokogawa Latinamérica S.A.

Em novembro de 1995, no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), retornou mais uma vez ao BNDES como vice-presidente na gestão de Luís Carlos Mendonça de Barros, que tomou posse com o compromisso de levar adiante o processo de privatização das empresas estatais. Com o falecimento do ministro das Comunicações Sergio Motta em abril de 1998, e a ida de Mendonça de Barros para o ministério, continuou na vice-presidência do banco na gestão de André Lara Resende, durante a qual, no mês de julho, se concretizou, através de leilão, a privatização do Sistema Telebrás. Durante esse período, participou dos conselhos de administração da Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras), do Instituto Nacional de Altos Estudos (INAE), do Grupo Consultivo da Concorrência do Ministério da Justiça, e do Comitê Empresarial Permanente do Ministério das Relações Exteriores. Participou também dos conselhos de administração da Aracruz Celulose S.A. e da Telecomunicações do Rio de Janeiro S.A. (Telemar), após sua privatização.

Em novembro de 1998, assumiu a presidência do BNDES sucedendo a André Lara Resende, que então se demitiu do banco, enquanto Mendonça de Barros deixava o Ministério das Comunicações. As duas demissões decorreram da divulgação de fitas gravadas a partir de escuta clandestina instalada na linha telefônica da presidência do BNDES. As fitas registravam conversas de Mendonça de Barros, André Lara Resende e outros diretores e geraram denúncias de favorecimento no processo de privatização do Sistema Telebrás. Em julho de 1999, foi a vez de Pio Borges pedir demissão do BNDES. Foi substituído por Andrea Calabi, que presidiu o banco até fevereiro de 2000.

De volta ao setor privado, foi diretor do Banco Liberal S.A. de 1999 e 2002, e do Bank of América, de 1999 a 2001. Participou do conselho de administração da Companhia Vale do Rio Doce (Valepar S.A.) e dos conselhos consultivos do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, e do Instituto Light para o Desenvolvimento Urbano e Social. No período seguinte, foi diretor da Violy, Byorum & Co., e participou dos conselhos consultivos do Banco Calyon (Crédit Agricole - Crédit Lyonnais) e do Banco Privado Português. Tornou-se sócio gerente da RJX Investimento Ltda., vice-presidente executivo do CEBRI e membro do conselho de administração da RB Capital.

As denúncias de irregularidades na privatização da Telebrás levaram à abertura de um inquérito que atingiu Luís Carlos Mendonça de Barros, André Lara Resende e outros. Pio Borges e André Lara Resende foram acusados de usar dinheiro público, do BNDES, para impulsionar o consórcio Telemar, providenciando o aparato institucional que permitiu um repasse de 687 milhões de reais, feito após o leilão, às empresas que o integravam: a Andrade Gutierrez, a Macal Investimento e Participações e a Inepar Indústria e Construções. Em 4 de março de 2009, Pio Borges, junto com os demais acusados, foi absolvido pela Justiça Federal, por sentença dada pelo juiz titular da 17ª Vara Federal de Brasília, Moacir Ferreira Ramos.

 Pio Borges também foi acusado de favorecer, durante o processo de privatização da Vale do Rio Doce, a Valecom, consórcio do qual participavam a Anglo American e o Banco Safra, ambos acionistas da Aracruz Celulose, de cujo conselho de administração era membro desde novembro de 1996. Foi convocado pelo Senado e, depois de sucessivos adiamentos, seu depoimento foi tomado e os procedimentos foram encerrados.


FONTES: http://www.terra.com.br/istoe/economia/143935.htm

http://www.senado.gov.br/sf/noticia/senamidia/historico/1999/7/zn072142.htm

http://www.consciencia.net/arquivo/ce-privatizacoes.html

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