LIMA, ANTÔNIO JORGE MACHADO
LIMA,
Antônio Jorge Machado
*rev.
1930; const. 1934; sen. PR 1935-1937.
Antônio Jorge Machado Lima
nasceu em Ponta Grossa (PR) no dia 26 de outubro de 1886, filho de Vicente
Machado da Silva Lima e de Maria Antônia Machado Lima. Seu pai foi chefe
republicano, senador (1896-1904) e presidente do estado do Paraná (1893-1894 e
1904-1907).
Estudou
no Seminário Episcopal e no Colégio Viana, em Curitiba, antes de ingressar na
Faculdade de Direito de São Paulo, pela qual se bacharelou em dezembro de 1907.
Promotor público nas comarcas paranaenses de Palmeiras e Antonina entre 1908 e
1909, nesse ano foi nomeado procurador fiscal da Fazenda Nacional junto à
Delegacia Fiscal do Paraná, cargo que exerceria até 1930. Foi também consultor
jurídico da mesma delegacia fiscal. Em 1914, participou da dissidência chefiada
pelo senador Alencar Guimarães, opondo-se aos políticos que então exerciam o
poder no estado. Em 1928, fundou em Curitiba o jornal A Tarde, cuja
direção assumiu. O jornal se opunha tanto ao governo estadual quanto ao
federal, e deu ampla divulgação à campanha da Aliança Liberal, iniciada em 1929. A Tarde iria circular até 1934, segundo Afrânio Coutinho, ou até 1943, segundo
Erwin Hirschowicz.
Pretendeu candidatar-se à Câmara dos Deputados no pleito de
1930, mas teve seu nome vetado ainda em 1929. foi em seguida transferido para a
Delegacia Fiscal de Goiás, mas a transferência não chegou a se efetivar devido
à eclosão da Revolução de 1930. Foi um dos líderes civis do movimento no
Paraná, tendo chegado a assumir a secretaria geral e a presidência do diretório
revolucionário no estado. Depois da consolidação da vitória do movimento,
ocupou o cargo de diretor-geral do Ensino no Paraná durante a interventoria do
general Mário Tourinho (1930-1932) e integrou o Conselho Consultivo do estado
durante a interventoria de Manuel Ribas (1932-1935).
Um dos fundadores e membro da comissão executiva do Partido
Social Democrático (PSD) do Paraná, criado com vistas ao pleito de maio de 1933
para a Assembleia Nacional Constituinte (ANC), elegeu-se deputado à Assembleia,
assumindo o mandato em novembro. Líder da bancada paranaense na Constituinte,
representou-a na Comissão Constitucional, também conhecida como Comissão dos
26, formada por elementos de todas as bancadas estaduais e das representações
profissionais para examinar o anteprojeto de Constituição apresentado pelo
governo e encaminhar as emendas propostas pelo plenário. Em maio de 1934,
integrou a comissão de parlamentares que levou a Getúlio Vargas, chefe do
Governo Provisório, os cumprimentos pela decretação da anistia aos envolvidos
na Revolução Constitucionalista de 1932.
Depois
da promulgação da nova Constituição e da eleição de Getúlio Vargas para a
presidência da República pela Constituinte (16 e 17 de julho de 1934), o
deputado Antônio Jorge, como era conhecido, assumiu a presidência da Comissão
de Indústria e Comércio da Câmara. Em 1935 foi eleito para o Senado Federal
pela Assembléia Constituinte de seu estado. Assumiu o mandato de senador em
maio daquele ano. Dois anos mais tarde, em maio de 1937, representou o Partido
Social Nacionalista do Paraná na convenção de lançamento da candidatura de José
Américo de Almeida à presidência da República nas eleições previstas para 1938.
Teve seu mandato encerrado com a instauração do Estado Novo (10/11/1937), que
suspendeu a realização das eleições e suprimiu todas as câmaras legislativas do
país.
Em 1939 tornou-se procurador do Departamento de Finanças
Públicas e mais tarde passou a auditor do Tribunal de Contas da União.
Faleceu em 1960.
Casado com Zaira Abreu Machado, teve sete filhos.
FONTES:
ASSEMB. NAC. CONST. 1934. Anais; Boletim Min. Trab. (5/36); CÂM.
DEP. Deputados; COUTINHO, A. Brasil; Diário de Notícias, Rio
(26/5/37); Diário de Congresso Nacional; FUND. GETULIO VARGAS. Cronologia
da Assembléia; GODINHO, V. Constituintes; GUIMARÃES, A. Considerações;
HIRSCHOWICZ, E. Contemporâneos; PEIXOTO, A. Getúlio; SENADO. Anais
(1935).