SOYER,
Luís
*const. 1987-1988; dep. fed. GO
1987-1995.
Luís Alberto Soyer nasceu
em Inhumas (GO), no dia 23 de dezembro de 1940, filho de Fulgêncio Alves Soyer
e de Genesi Vieira Soyer.
Fazendeiro, bacharel pela faculdade de direito da
Universidade Federal de Goiás, em 1966, nas eleições de novembro de 1970
elegeu-se deputado estadual na legenda do Movimento Democrático Brasileiro
(MDB), partido de oposição ao regime militar instaurado em abril de 1964.
Vice-líder do partido, de 1971 a 1972, depois presidente do diretório regional
e líder da bancada, no período de 1973 a 1974 integrou as comissões de Constituição e Justiça, e de Redação.
Reeleito em novembro de 1974, de 1976 a 1978 voltou a participar dos trabalhos da Comissão de Constituição e Justiça.
Em novembro de 1978 tentou uma vaga na Câmara Federal, mas
foi malsucedido.
Distante da política, trabalhou como superintendente da
Companhia Municipal de Pavimentação. Com o fim do bipartidarismo, em novembro
de 1979, e a conseqüente reorganização partidária, filiou-se ao Partido do
Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), sucessor do MDB.
Procurador-geral do estado de Goiás, de 1982 a 1984, e secretário de Interior e Justiça durante o governo de Íris Resende (1982-1986) em 1985
e 1986, em novembro deste último ano concorreu a uma cadeira de deputado
federal constituinte. Defendendo a reforma do Poder Judiciário foi eleito e
iniciou o mandato em 1º de fevereiro de 1987.
Segundo
suplente do secretário da Câmara; titular da Subcomissão do Sistema Eleitoral e
Partidos Políticos, da Comissão da Organização Eleitoral, Partidária e Garantia
das Instituições; suplente da Subcomissão de Saúde, Seguridade e do Meio
Ambiente, da Comissão da Ordem Social — Luís Soyer integrou-se ao “Centrão”,
bloco suprapartidário de parlamentares de tendência conservadora, e votou
contra o rompimento de relações diplomáticas com países que praticassem
políticas de discriminação racial, a pena de morte, a limitação do direito de
propriedade, a nacionalização do subsolo, a estatização do sistema financeiro,
a proibição do comércio de sangue, a limitação dos encargos da dívida externa;
a soberania popular, o voto facultativo aos 16 anos, a jornada semanal de 40
horas, o turno ininterrupto de seis horas, o aviso prévio proporcional, a
unicidade sindical, a criação de um fundo de apoio à reforma agrária e a
desapropriação da propriedade produtiva.
Foi a favor do aborto, do limite de 12% para os juros reais,
do mandado de segurança coletivo, da pluralidade sindical, do presidencialismo,
do mandato de cinco anos para então presidente José Sarney; e contra a demissão
sem justa causa.
Tentando
reeleger-se no pleito de outubro de 1990, na legenda do PMDB, obteve a primeira
suplência e assumiu o mandato em virtude do afastamento de Haley Margon, em março
de 1991. Titular das comissões de Constituição e Justiça, e de Redação, entre
abril e agosto de 1992 pediu licença por motivo de saúde, sendo substituído por
Alano de Freitas.
Na
sessão da Câmara dos Deputados de 29 de setembro de 1992, votou a favor da
abertura do processo de impeachment do presidente Fernando Collor de
Melo, acusado de crime de responsabilidade por ligações com um esquema de
corrupção liderado pelo ex-tesoureiro de sua campanha presidencial Paulo César
Farias. Afastado da presidência logo após a votação na Câmara, Collor renunciou
ao mandato em 29 de dezembro de 1992, pouco antes da conclusão do processo pelo
Senado Federal, sendo efetivado na presidência da República o vice Itamar
Franco, que já vinha exercendo o cargo interinamente desde o dia 2 de outubro.
Em março de 1994 afastou-se mais uma vez da Câmara, em virtude do retorno do
titular Naftali Alves de Sousa, mas retornou em 1º de janeiro de 1995, sendo
efetivado no lugar do mesmo Naftali, que renunciara ao mandato para assumir o
cargo de vice-governador de Goiás. Não concorreu à reeleição em novembro de
1994, por ter optado por disputar a indicação do PMDB à disputa de uma vaga no
Senado. Contudo, foi preterido por Mauro Miranda, que acabou sendo eleito. Luís
Soyer deixou a Câmara em fevereiro de 1995, ao final da legislatura.
Embora
afastado por algum tempo da disputa de cargos eletivos, Soyer continuou atuando
nos bastidores da política goiana. Duas vezes presidente do diretório estadual do
PMDB, em 2006 Luís Soyer tentou sair candidato ao Senado pelo seu partido, mas
novamente não foi bem sucedido.
Agropecuarista,
passou então a se dedicar à produção de laranjas e à criação de frangos e de
gado em seu sítio no município de Goianira.
Casado
com Darci Alves Brito, teve três filhos.
FONTES:
ASSEMB. NAC. CONST. Repertório (1987-1988); CÂM. DEP. Deputados
brasileiros. Repertório (1991-1995); COELHO, J. & OLIVEIRA, A. Nova;
Correio Brasiliense (18/1/87); Folha de S. Paulo (19/1/87); Globo
(30/9/92); Jornal Opção On-line (14 a 20/8/05); Jornal Hoje Notícia (31/7/09).