ROCHA,
Luís
*dep.
fed. MA 1975-1983; gov. MA 1983-1987.
Luís
Alves Coelho Rocha nasceu em Loreto (MA) no
dia 6 de julho de 1937, filho de Raimundo Alves Pereira da Rocha e de Maria
Coelho Barros da Rocha.
Fez seus
estudos secundários no Ginásio Balsense, em Balsas (MA), no Liceu Maranhense e
no Colégio do Estado, os dois últimos em São Luís. Nesse período foi diretor da Casa do Estudante Secundário do Maranhão e presidente
da União Maranhense dos Estudantes Secundaristas (UMES), também na capital do
estado.
Pecuarista,
foi também mestre-escola em Balsas e encarregado do serviço de comunicação da
paróquia da cidade. Ingressou na política como secretário regional da União
Democrática Nacional (UDN) e, nessa legenda, elegeu-se vereador à Câmara de São
Luís em outubro de 1962. Assumiu sua cadeira em fevereiro do ano seguinte,
tornando-se líder da bancada de seu partido e presidente da Comissão de
Constituição e Justiça. Cursou a Faculdade de Direito da Universidade do
Maranhão e foi um dos vice-presidentes da União Nacional dos Estudantes (UNE)
na gestão de José Serra como presidente (1963-1964). Depois de formado em
direito, fez um curso de administração municipal e foi bolsista do Ponto IV,
nos Estados Unidos.
Após o
movimento político-militar de 31 de março de 1964 que depôs o presidente João
Goulart (1961-1964), a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional
nº 2 (27/10/1965) e a posterior instauração do bipartidarismo, filiou-se ao
partido de apoio ao regime militar, a Aliança Renovadora Nacional (Arena), do
qual foi membro fundador em seu estado.
Em novembro de
1966 elegeu-se deputado estadual em sua nova legenda, assumindo a cadeira na
Assembleia Legislativa maranhense em fevereiro de 1967, após encerrar o mandato
de vereador no mês anterior. No mesmo ano tornou-se vice-líder da bancada da
Arena e relator-geral da reforma da Constituição do estado. Naquela legislatura
foi ainda presidente da Comissão de Constituição e Justiça e membro da Comissão
de Orçamento e Finanças. Reeleito em novembro de 1970, sempre na legenda da
Arena, tornou-se secretário-geral do diretório regional do partido e seu líder
na Assembleia. Nessa nova legislatura manteve-se na presidência da Comissão de
Constituição e Justiça e na Comissão de Orçamento e Finanças.
Assistente
de auditor do estado por concurso público, em novembro de 1974 elegeu-se
deputado federal pelo Maranhão na mesma legenda. Assumiu sua cadeira em
fevereiro do ano seguinte, após deixar a Assembleia Legislativa no mês
anterior, e em abril tornou-se vice-líder da Arena na Câmara.
Em janeiro de
1977 foi espancado por 18 homens em São Luís, quando fazia levantamento de informações para um discurso que faria na Câmara a respeito de mordomias na administração do
governador Osvaldo Nunes Freire (1975-1979). Nessa legislatura foi presidente
da Comissão de Trabalho e Legislação Social e suplente da Comissão de Minas e
Energia da Câmara. Reeleito em novembro de 1978, ainda na legenda da Arena, com
a maior votação do estado, no ano seguinte participou da comissão mista do
Congresso encarregada de examinar o projeto de anistia política do governo. Com
a extinção do bipartidarismo em novembro de 1979 e a consequente reformulação
partidária, filiou-se à agremiação governista, o Partido Democrático Social
(PDS), sucessor da Arena. Nessa legislatura, foi membro das comissões de
Trabalho e Legislação Social e de Agricultura e Política Rural e suplente da
Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
Em novembro de
1982 foi eleito governador do Maranhão na legenda do PDS. Concluindo seu
mandato na Câmara dos Deputados no fim de janeiro de 1983, assumiu a chefia do
Executivo maranhense em março seguinte.
A não
aprovação, em abril de 1984, pela Câmara dos Deputados, da emenda Dante de
Oliveira, que restabelecia eleições diretas para a presidência da República,
fez com que o sucessor do então presidente João Figueiredo fosse ainda eleito
por via indireta. Existiam vários postulantes à condição de candidato pelo
partido do governo. A falta de consenso quanto à forma de escolha provocou uma
cisão no PDS e os dissidentes formaram a Frente Liberal. O PDS realizou sua
convenção em agosto, tendo como remanescentes da disputa interna o deputado
paulista Paulo Maluf e o então ministro do Interior, Mário Andreazza. O
governador Luís Rocha apoiou Andreazza, que foi derrotado por Maluf.
O resultado da
convenção pedessista aumentou o contingente de dissidentes que aderiram à
Frente Liberal, o que também ocorreu com Luís Rocha. Enquanto isso, o Partido
do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e a Frente Liberal, reunidos na
Aliança Democrática e apoiados pelos demais partidos de oposição, com a exceção
do Partido dos Trabalhadores (PT), já haviam lançado Tancredo Neves e José
Sarney como candidatos, respectivamente, à presidência e à vice-presidência da
República. Luís Rocha apoiou Tancredo, mesmo tendo havido uma tentativa do
presidente João Figueiredo de convencê-lo a apoiar Maluf. No Colégio Eleitoral,
reunido no dia 15 de janeiro de 1985, Tancredo derrotou Maluf. Porém, a doença
do presidente eleito na véspera de sua posse conduziu Sarney, em caráter
interino, à presidência da República no dia 15 de março. No mês seguinte, com a
morte de Tancredo, Sarney foi efetivado no cargo.
Com
a transformação da dissidência do PDS que apoiou Tancredo em agremiação
política, o Partido da Frente Liberal (PFL), em maio de 1985 Luís Rocha
filiou-se à nova legenda. Permaneceu à frente do governo maranhense até março
de 1987, quando foi sucedido por Epitácio Cafeteira.
Luís
Rocha retirou-se, então, da política, abrindo espaço para um de seus filhos.
Passou a cuidar de suas fazendas no sul do estado e construiu um shopping
center na capital maranhense. Voltou a concorrer a um cargo eletivo em
outubro de 1988, quando disputou uma cadeira na Assembleia Legislativa, na
legenda do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), mas não conseguiu se
eleger.
Permaneceu
mais alguns anos sem mandato eletivo, até que em 1996 se candidatou à
prefeitura de Balsas. Eleito, assumiu o cargo em 1º de janeiro de 1997, quando
também passou a presidir a Federação dos Municípios do Maranhão. Permaneceu à
frente da prefeitura até 31 de dezembro de 2000.
Faleceu
em São Luís, no dia 8 de março de 2001.
Era casado com
Teresinha de Jesus Coelho Rocha, com quem teve quatro filhos. Um deles, Roberto
Coelho Rocha, foi eleito deputado federal pelo Maranhão em 1994, reeleito em
1998 e em 2006. Um outro, Luís Rocha Filho, foi efetivado deputado federal em
2007, na vaga deixada por João Castelo.
Alan
Carneiro
Patrícia
S. Monnerat atualização
FONTES:
CÂM. DEP. Deputados; CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório
(1975-1979 e 1979-1983); CÂM. DEP. Relação nominal dos senhores; Correio
dos Municípios (22/7/05); Estado de S. Paulo (10/8/82); Jornal
do Brasil (4/1/77, 29/6/79, 21/5/81 e 15/5/85); NÉRI, S. 16; Perfil
(1980); TRIB. SUP. ELEIT. Dados (8 e 9); www.camara.gov.br (Acesso em 28/9/09); www.senado.gov.br (Acesso em 22/9/09).