GUIMARÃES
FILHO, Luís
*diplomata; emb. Bras. Argentina 1938.
Luís Caetano Pereira Guimarães Filho nasceu no Rio de Janeiro, então capital do Império, no dia 30
de outubro de 1876, filho do poeta, acadêmico e diplomata Luís Guimarães
Júnior.
Bacharel
em filosofia pela Universidade de Coimbra, em Portugal, ainda universitário
publicou três livros de poesia: Versos íntimos, em 1894, Livro de minha alma,
1895, e Idílios chineses, 1897. Neste último ano retornou ao Brasil e em 1898
iniciou sua carreira diplomática como adido à legação brasileira no México até
1901. De volta ao Brasil, foi promovido em janeiro de 1902 a segundo-secretário
do corpo diplomático e em seguida transferido para Tóquio, onde atuou como
encarregado de negócios até junho de 1906. Nesse mesmo ano, foi transferido
para Pequim, também como encarregado de negócios, permanecendo na capital
chinesa até novembro de 1910. Promovido a primeiro-secretário em maio de 1911,
em dezembro desse ano foi nomeado encarregado dos negócios brasileiros em
Havana, Cuba. A partir de junho de 1913 passou a exercer a mesma função em
Berna, na Suíça, tornando-se ministro residente em junho de 1914. Nessa condição
em outubro foi transferido para Caracas, na Venezuela, lá permanecendo até
junho de 1916. Retornando ao Brasil nesse mesmo ano, foi colocado à disposição
do Ministério das Relações Exteriores, servindo como introdutor diplomático até
1917. Em julho desse ano tomou posse na cadeira número 24 da Academia
Brasileira de Letras, na vaga de Garcia Redondo.
Ainda em 1917 foi promovido a ministro plenipotenciário,
viajando, nessa condição, em junho de 1920, para Montevidéu, onde serviu até
outubro de 1923. Em maio de 1925 foi removido para Haia, na Holanda, onde
permaneceu até março de 1929. Em abril desse ano foi transferido para Madri e
em julho retornou ao Brasil.
De volta a Madri em abril de 1931, ainda como ministro
plenipotenciário, no ano seguinte representou o Brasil na Conferência
Internacional do Rádio e no conselho de administração da Organização
Internacional do Trabalho. Foi também representante brasileiro ao Congresso
Internacional de Repartições Oficiais de Imprensa, realizado naquela capital em
outubro de 1933. Em dezembro deste último ano assumiu o cargo de embaixador do
Brasil na Espanha, que ocupou até dezembro de 1934. Foi transferido em seguida
para a representação do Brasil no Vaticano, onde ficou como embaixador até
setembro de 1937. De volta ao Brasil, foi designado em fevereiro de 1938
embaixador na Argentina, em substituição a José Bonifácio de Andrada e Silva,
lá permanecendo apenas cinco meses. Em julho deixou o cargo, sendo substituído
por José de Paula Rodrigues Alves.
Foi
ainda membro da Academia de Ciências de Lisboa e da Real Academia Espanhola,
além de redator do jornal carioca Gazeta de Notícias.
Faleceu em Petrópolis (RJ) no dia 20 de abril de 1940.
Além
das obras citadas, entre poesias, prosas e crônicas, publicou A aranha e a mosca
(1899), Ave Maria (1900), Uma página do “Quo Vadis” (1901), Pedras preciosas
(1906), Samurais e mandarins (1911), Cantos de luz (1919), A Holanda (1927),
Santa Teresinha (1930), Brasil, terra da promissão (1930), Fra Angélico (1938),
Mala diplomática e Últimas páginas.
FONTES: AUTUORI, L.
Quarenta; COELHO, J. Dic.; CONSULT. MAGALHÃES, B.; Encic. Mirador; GUIMARÃES,
A. Dic.; MENESES, R. Dic.; MIN. REL. EXT. Almanaque; MIN. REL. EXT. Anuário;
NEVES, F. Academia; Personalidades; RIBEIRO FILHO, J. Dic.