MACHADO,
Caio de Alcântara
*pres.
IBC 1968-1969.
Caio de Alcântara Machado
nasceu na cidade de São Paulo no dia 30 de abril de 1926, filho de Brasílio
Machado de Oliveira Neto e de Luísa Assunção Machado. Seu pai foi
revolucionário em 1932, presidente da Confederação Nacional do Comércio nos
períodos de 1952 a 1954 e de 1956 a 1959 e deputado federal por São Paulo entre
1955 e 1963. Seu avô, José de Alcântara Machado de Oliveira, foi professor da
Faculdade de Direito de São Paulo, deputado à Constituinte de 1934 e senador
por São Paulo de 1935 a 1937. Seu bisavô, Brasílio Machado de Oliveira, foi
advogado e professor, e seu trisavô, José Joaquim Machado de Oliveira,
destacou-se como político durante o período monárquico, tendo presidido várias
províncias do Império. Seu tio, Antônio de Alcântara Machado (1901-1935), foi
escritor modernista, autor, entre outros, dos volumes de contos Brás, Bexiga
e Barra Funda (1927) e Laranja da china (1928).
Cursou
o primário no Externato Ofélia Fonseca e o secundário nos colégios São Luís e
Arquidiocesano, bacharelando-se pela Faculdade de Direito da Universidade de
São Paulo.
Começando
a vida profissional como escrevente autorizado do 4º Tabelião de Protestos,
logo iniciou suas atividades comerciais, participando da fundação e exercendo a
superintendência das Lojas Assunção, cadeia pioneira de vendas a varejo que
viria a ter destacado papel na difusão das práticas modernas de comercialização
do gênero supermercado. Posteriormente, fundou e presidiu por vários anos a
Alcântara Machado Publicidade, a primeira firma brasileira no ramo de
propaganda e promoções a competir com as empresas norte-americanas instaladas
no Brasil. Foi, ainda, diretor-presidente da Folha de S. Paulo e
diretor-superintendente da Rádio Assunção.
Sua
maior realização empresarial foi a Alcântara Machado Comércio e
Empreendimentos, fundada em 1956. Como presidente e organizador da empresa,
contribuiu decisivamente para a renovação das práticas de marketing na
indústria nacional, lançando no Brasil a idéia de feira comercial e
revolucionando o conceito generalizado de feiras e salões, ao trazer para suas
mostras exemplares dos mais diferentes ramos da indústria e do comércio. Entre
os empreendimentos promovidos por sua firma, figuram a Feira Nacional da Indústria
Têxtil (Fenit), a Feira da Mecânica Nacional, a Feira Eletreletrônica, a Feira
Nacional de Utilidades Domésticas (UD), a Feira de Artefatos de Couro, a Feira
de Utensílios e Serviços de Escritório (USE), a Feira de Técnica Agrícola
(Fetag), a Feira Internacional de Alimentação (FIA), o Salão de Artes Gráficas,
Papel e Celulose, o Salão de Embalagens, o Salão da Criança e o Salão do
Automóvel, todos de realização anual ou bienal. A partir desses
empreendimentos, a Alcântara Machado seria designada para organizar o pavilhão
brasileiro numa série de feiras internacionais.
À medida que sua empresa crescia, Alcântara Machado alcançou
grande prestígio nos círculos empresariais. Em 1963, foi eleito o Homem de
Vendas do Ano pela Associação dos Diretores de Vendas do Brasil e, no ano
seguinte, recebeu o prêmio João Ramalho, conferido às dez personalidades que
mais haviam contribuído para o desenvolvimento comunitário, além do troféu
Assis Chateaubriand, atribuído ao comunicador do ano. Em 1967, recebeu o troféu
O Mascate do Ano, outorgado pela Confederação Nacional do Comércio.
Em
janeiro de 1968, assumiu a presidência do Instituto Brasileiro do Café (IBC),
órgão responsável pela política e a comercialização desse produto, em substituição a Horácio Coimbra. Durante sua administração, a venda de café alcançou o ponto
mais alto do século XX. Ainda em 1968, foi indicado como a Personalidade do Ano
pela Associação Brasileira de Propaganda. Concluiu sua gestão à frente do IBC
em dezembro de 1969.
No ano seguinte, montou o pavilhão brasileiro na Expo 70, em Montreal, Canadá, e recebeu o Edward Rihau Award, conferido pela Sales and Marketing
Executives International, de Nova Iorque. Em colaboração com as Industrial and
Trade Fairs International, que lhe confiaram também a montagem da Feira
Industrial Britânica, em Buenos Aires, organizou a Feira Industrial Americana
em 1971. Nesse ano recebeu ainda o prêmio Bandeirante do Turismo, outorgado
pelo Sindicato dos Hotéis e Similares de São Paulo, e foi eleito membro da
Comissão Executiva Central das Comemorações do Sesquicentenário da
Independência do Brasil.
A Alcântara Machado Comércio e Empreendimentos organizou a
Brasil-Export em 1972 e, nesse mesmo ano, seu presidente foi indicado para o
prêmio Cidadão do Ano, que lhe foi concedido pela Brazilian-American Chamber of
Commerce em maio de 1973 nos EUA. Ainda em 1973, Alcântara Machado tornou-se o
Homem do Ano Suíço no Brasil, título que lhe conferiu a Câmara Suíça de
Comércio e Indústria do Brasil. No ano seguinte, recebeu o Tucano de Ouro da
Viação Aérea Rio-Grandense (Varig), por serviços prestados a essa empresa. O
êxito alcançado pelas promoções de sua firma fez com que surgisse em São Paulo
a necessidade da construção de um local destinado à organização de feiras e
salões. Foi assim que se erigiu o palácio de exposições do parque Anhembi,
dirigido pelo próprio Alcântara Machado, incluindo um palácio de convenções, um
hotel e instalações complementares.
Alcântara Machado tornou-se ainda vice-presidente da
Companhia Imobiliária Morumbi e presidente da Companhia Imobiliária e
Financeira, da Corsário Anhembi de Aviação e da Urupianga Agropecuária.
Tornou-se membro do conselho de administração do Banco Mercantil de São Paulo,
do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), do Centro de
Integração Empresa-Escola, da Fundação Bienal de São Paulo e da Associação
Comercial de São Paulo.
Faleceu em São Paulo no dia 20 de agosto de 2003.
Casado com Maria Cecília Gonçalves, teve quatro filhos.
FONTES:
CONSULT. MAGALHÃES, B.; Folha de S. Paulo (online) 20 ago. 2003.
Disponível em : <http://www1.folha.uol.com.br>; SOC. BRAS. EXPANSÃO
COMERCIAL. Quem;
Súmulas; Who’s who in Brazilian.