MACULAN, NÉLSON
MACULAN,
Nélson
*sen. PR 1960-1963; pres. IBC
1963-1964; sen. PR 1964-1967; dep. fed. PR 1975-1979.
Nélson Maculan nasceu
em Santana de Parnaíba (SP) no dia 30 de agosto de 1915, filho de Anselmo
Maculan e de Ada Maculan.
Em 1923 transferiu-se com os pais para Vitória, onde
freqüentou a escola primária e fez o curso secundário no Ginásio Espírito
Santo. Mudou-se depois para o Rio de Janeiro, então Distrito Federal, e aí, de 1935 a 1937, dedicou-se ao comércio. Fixou-se a seguir em Londrina (PR), trabalhando como chofer no
transporte de café e de madeira. Instalou nessa cidade uma agência de
representação de veículos e máquinas agrícolas, passando posteriormente a
dedicar-se à cafeicultura.
Em
1954 elegeu-se vereador no município de Londrina na legenda da União
Democrática Nacional (UDN), assumindo o mandato em janeiro de 1955. Em 1958, no
governo Juscelino Kubitschek (1956-1961), liderou os cafeicultores do Paraná no
movimento de contestação à política cambial imposta à lavoura, que se
configurou na chamada Marcha da Produção. No pleito de outubro desse ano
elegeu-se suplente de senador pelo Paraná na chapa encabeçada por Abilon de
Sousa, do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Encerrou o mandato na Câmara de
Londrina em janeiro de 1959 e, com a morte do titular, ocupou uma cadeira no
Senado em fevereiro de 1960. No ano seguinte, representou essa casa na 45ª
Reunião Anual da Organização Internacional do Trabalho (OIT), agência filiada
ao sistema das Nações Unidas com sede em Genebra, na Suíça. Tornou-se
vice-líder de seu partido no Senado em 1962.
Em 1963, no governo de João Goulart, licenciou-se de suas
funções parlamentares para assumir em setembro a presidência do Instituto
Brasileiro do Café (IBC) em substituição a Sérgio Armando Frazão. Ocupou o
cargo até abril de 1964, quando, com a vitória do movimento político-militar
que depôs o presidente João Goulart, foi substituído por Júlio Sousa Avelar.
Enquanto presidente do IBC, representou o governo brasileiro por ocasião da
implantação do escritório e do entreposto de café em Trieste, na Itália,
chefiando a delegação brasileira no encontro da Organização Internacional do
Café, em Londres. Após deixar o IBC, retornou ao Senado.
Com
a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional nº 2 (27 /10/1965) e a
posterior instauração do bipartidarismo, filiou-se ao Movimento Democrático
Brasileiro (MDB). No pleito de novembro de 1966, tentou reeleger-se senador
nessa legenda, mas foi derrotado pelo candidato da Aliança Renovadora Nacional
(Arena), Ney Braga. Concluindo o mandato em janeiro de 1967, não mais retornou
ao Senado.
No
pleito de novembro de 1974 elegeu-se deputado federal por seu estado na legenda
do MDB. Assumindo sua cadeira em fevereiro do ano seguinte, foi membro efetivo
da Comissão de Agricultura e Política Rural e suplente da Comissão de Economia,
Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados. Encerrou o mandato em janeiro de
1979. Afastou-se da atividade política e retornou à iniciativa privada, atuando
no ramo de exportação de café, e prestando consultoria a diversas firmas no Rio
de Janeiro.
Faleceu
no Rio de Janeiro no dia 5 de novembro de 2003.
Foi casado com Eda Góis Maculan, com quem teve três filhos.
Um deles, Nélson Maculan Filho, foi reitor da Universidade Federal do Rio de
Janeiro entre 1990 e 1994, professor de matemática da computação na COPPE/UFPR
e secretário de educação do Rio de Janeiro no governo de Sérgio Cabral (2003-).
FONTES: BANDEIRA,
L. 24; CÂM. DEP. Deputados; CÂM. DEP. Deputados
brasileiros. Repertório (1975-1979); INF. BIOG.; Jornal do
Brasil (16/10/66); KUBITSCHEK, J. Meu; NÉRI, S. 16; SENADO.
Dados; SENADO. Relação; SENADO. Relação dos líderes; TRIB.
SUP. ELEIT. Dados (7); O Estado do Paraná (06/11/03).