MARCELO MIRANDA SOARES

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Nome: MIRANDA, Marcelo
Nome Completo: MARCELO MIRANDA SOARES

Tipo: BIOGRAFICO


Texto Completo:
MIRANDA, MARCELO

MIRANDA, Marcelo

*gov. MS 1979-1980; sen. MS 1983-1987; gov. MS 1987-1991.

           

Marcelo Miranda Soares nasceu em Uberaba (MG) no dia 1º de dezembro de 1938, filho de José Severino Neto e de Diva Miranda Soares. Seu irmão Mauro Miranda foi deputado federal (1991-1995) e senador por Goiás (1995-2003).

            Engenheiro civil formado pela Faculdade de Engenharia de Uberaba (MG), entre 1961 e 1963 Marcelo Miranda foi professor de química no Colégio Triângulo Mineiro de Uberaba e no curso vestibular da Escola de Engenharia do Triângulo Mineiro.

            Chefe do setor de medição e apropriação das Centrais Elétricas de Urubupungá S.A. (Celusa), na usina hidrelétrica de Jupiá (1965-1966), e do setor técnico da 5ª Residência do Departamento de Estradas de Rodagem de Mato Grosso, em Três Lagoas (1966-1967), depois assistente e diretor técnico do DER, em Campo Grande (1967-1969), assumiu a presidência das Centrais Elétricas Matogrossenses (1970). Diretor-geral do DER (1971-1974), presidiu o conselho administrativo (1971) e integrou o conselho consultivo (1973). Nesse período fez parte da comitiva que acompanhou o governador Pedro Pedrossian à Bolívia.

            Em novembro de 1976 foi eleito prefeito de Campo Grande. Em junho de 1979, com a exoneração do então governador Harry Amorim Costa, acusado de irregularidades administrativas, o presidente João Batista Figueiredo remeteu ao Senado o nome de Marcelo Miranda, sugerido pelos senadores Pedro Pedrossian, Saldanha Derzi e Mendes Canale. Aprovado, e tendo deixado a prefeitura no ano anterior, ele foi nomeado em 30 de junho governador do recém-criado estado do Mato Grosso do Sul.

            Com a extinção do bipartidarismo em 29 de novembro de 1979, e a consequente reformulação partidária, Marcelo filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Afastado do padrinho político e exonerado em 1980, deixou o governo para Pedrossian, elegendo-se senador em novembro de 1982, na legenda do PMDB. Titular das comissões de Transportes, Comunicações e Obras Públicas, e de Saúde, esteve em Bruxelas como representante brasileiro à Reunião Conjunta dos Parlamentos Latino-Americano e Europeu, realizada em 1983.

            Rejeitada pela Câmara dos Deputados a emenda Dante de Oliveira, que previa a eleição direta para presidente da República — faltaram 22 votos para que a proposição fosse levada à apreciação do Senado — no Colégio Eleitoral reunido em 15 de janeiro de 1985 Marcelo Miranda votou no oposicionista Tancredo Neves, eleito pela Aliança Democrática, uma união do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) com a dissidência do PDS abrigada na Frente Liberal. Doente, Tancredo não chegou a ser empossado na presidência, vindo a falecer em 21 de abril de 1985. Seu substituto foi o vice José Sarney, que já vinha exercendo interinamente o cargo desde 15 de março.

            Ainda em 1985, Marcelo Miranda tornou-se titular da Comissão de Finanças, assumindo no ano seguinte a vice-liderança da bancada.

            Candidato ao governo do Mato Grosso do Sul numa coligação do PMDB com o Partido da Frente Liberal (PFL) e o Partido Democrático Trabalhista (PDT), elegeu-se em novembro de 1986 com 412 mil votos, representando 50,3% do eleitorado. Empossado em março de 1987, deixou a vaga no Senado para o suplente Mendes Canale.

            Em outubro de 1987 Marcelo Miranda e José Rodrigues Dias, seu secretário particular, foram acusados de corrupção por Francisco de Lagos Viana Chagas, ex-secretário municipal de Cultura e vice-presidente do diretório do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). As denúncias envolviam desvio de verbas públicas, irregularidades na contratação da agência que monopolizou a publicidade do governo — da qual José Rodrigues Dias era sócio — e manipulação da imprensa local. Encaminhado ao procurador-geral do estado, Wagner Crepaldi, o dossiê a respeito foi arquivado.

            Em março de 1990 o subprocurador-geral da República, Cláudio Lemos Fonteles, denunciou Marcelo Miranda, José Rodrigues Dias e Guilherme Rodrigues Cunha, ex-secretário de Comunicação Social do estado, por crime de prevaricação. Em junho, a Assembleia Legislativa autorizou o Superior Tribunal de Justiça a processar criminalmente o governador. Marcelo deixou o cargo em março de 1991, quando o processo contra ele ainda estava em andamento.

            Candidato a deputado federal na legenda do PDT em outubro de 1994, não obteve êxito. Filiado ao PFL voltou a concorrer em outubro de 1998, sendo mais uma vez mal-sucedido.

            Nas eleições municipais de outubro de 2000 tentou eleger-se prefeito de Paranaíba (MS) pela legenda do PFL. No entanto, com 7.699 votos, não conseguiu a vitória nas urnas.

            Não desistindo da política, em outubro de 2002 candidatou-se novamente a deputado federal. Desta vez filiado ao Partido Liberal (PL), recebeu 30.514 votos e conquistou uma suplência.

            Em junho do ano seguinte, assumiu por indicação partidária e com o apoio do então governador José Orcírio Miranda, o “Zeca do PT”, o cargo de superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), função que ainda exercia em 2009. 

            Em março de 2009 foi condenado pelo Ministério Público Estadual (MPE) por crime de corrupção eleitoral. De acordo com o MPE, o ex-governador Marcelo Miranda teria se envolvido durante a campanha eleitoral de 2002 em um esquema de compra de votos, que funcionou da seguinte maneira: o vereador do município de Corumbá, Salatiel Francisco Costa do Nascimento, contratou Rubens Ramão dos Santos para cadastrar pessoas que votariam em Marcelo Miranda em troca de R$ 50,00. Este cadastro, contendo a seção e o número da zona eleitoral, foi entregue a Salatiel, a fim de conferir se os votos foram efetuados e providenciar o respectivo pagamento. Como este esquema foi organizado em associação com o ex-governador, Marcelo Miranda foi condenado a três anos e quatro meses de prisão e 15 “dias-multa”, mas ainda caberia recurso ao Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TER-MS).

            Marcelo Miranda fez o curso de administração municipal na Alemanha Ocidental. Publicou Turismo e energia: as opções para o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul (1980), Constituição para mudar (1988), PMDB — a luta continua (1988), Completar bem a transição (1988) e Ecologia com soberania (1989).

            Integrou a Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM).

            Casou-se com Maria Antonina Cansado Soares, com quem teve quatro filhos.

FONTES: ASSEMB. NAC. CONST. Repertório (1987-1988); Globo (16/1/85); INF. BIOG.;  TRIB. SUP. ELEIT. Dados (1998); Veja (13/6/79, 5/11/80, 10/5/89); www.ampulhetta.org (Acesso em 10/11/09); www.desenvolvimento.abccmm.org.br (Acesso em 10/11/09); www.portalms.com.br (Reportagem de 27/4/09. Acesso em 6/11/09); www.senado.gov.br (Acesso em 10/11/09).

 

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