VALADÃO,
Maria
*dep. fed. GO 1991-1999.
Maria Bahia Peixoto Valadão nasceu
em Anicuns (GO), no dia 19 de agosto de 1931, filha de Moisés Pereira Peixoto e
de Agripina Bahia Peixoto.
Oficial do Registro de Imóveis e Anexos, em Goiânia,
formou-se em direito pela Universidade Católica de Goiás em 1975. Durante o
curso viajou aos Estados Unidos a fim de estudar o sistema penitenciário
daquele país.
Entre 1979 e 1983, época em que o marido, Ari Valadão,
governou o estado, criou e presidiu a Fundação Ação Social do palácio do
governo, desenvolvendo vários projetos e atividades de assistência social.
Presidente
da Organização das Voluntárias de Goiás, da Fundação Maternidade São Sebastião
de Colinas e do Conselho de Desenvolvimento Social, promoveu em 1979 o Encontro
de Primeiras-Damas dos Municípios Goianos, e participou do V Encontro Nacional
de Dirigentes da Legião Brasileira de Assistência, em Brasília, e da II Reunião
Latino-Americana de Mulheres Universitárias, no Rio de Janeiro, onde foi
escolhida presidente de honra.
Em 1980 tomou parte no I Encontro de Primeiras-Damas do
Brasil, em Fortaleza. Presidente da Comissão Estadual de Promoção do
Artesanato, dirigiu o comitê de Organização do Serviço Público junto ao
conselho estadual do Projeto Rondon.
Presidiu
em 1981 a comissão estadual do Ano Internacional da Pessoa Deficiente e o
Programa Nacional de Centros Sociais Urbanos, além de gerenciar projetos
comunitários da Superintendência do Desenvolvimento da Região Centro-Oeste,
órgão do Ministério do Interior.
Filiada
ao Partido Democrático Social (PDS) e integrante da sua executiva nacional, em
novembro de 1986 candidatou-se a senadora pelo Maranhão. Apesar do favoritismo
nas pesquisas prévias foi malsucedida.
No pleito de outubro de 1990 elegeu-se deputada federal na
legenda do PDS. Vice-líder do partido na Câmara, titular das comissões de
Agricultura e Política Rural, e de Viação e Transportes,
primeira-vice-presidente da Comissão de Educação, Cultura e Desporto,
participou ainda da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou as
causas da fome e da Comissão Especial sobre Sociedades Indígenas. Em 1992
compareceu à conferência promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU)
sobre meio ambiente e desenvolvimento, a Rio-92, no Rio de Janeiro.
Na
sessão da Câmara dos Deputados de 29 de setembro de 1992, votou a favor da
abertura do processo de impeachment do presidente Fernando Collor de
Melo, acusado de crime de responsabilidade por ligações com um esquema de
corrupção liderado pelo ex-tesoureiro de sua campanha presidencial Paulo César
Farias. Afastado da presidência logo após a votação na Câmara, Collor renunciou
ao mandato em 29 de dezembro de 1992, pouco antes da conclusão do processo pelo
Senado Federal, sendo efetivado na presidência da República o vice Itamar
Franco, que já vinha exercendo o cargo interinamente desde o dia 2 de outubro.
Filiada
ao Partido Progressista Reformador (PPR), resultante da fusão do PDS com outras
agremiações menores, fez parte da Comissão de Viação e Transportes, Desenvolvimento
Urbano e Interior, da comissão especial sobre produtos de asbesto/amianto e da
CPI sobre a adoção e o tráfico ilegal de crianças brasileiras.
Votou a favor da criação do Fundo Social de Emergência (FSE)
e do fim do voto obrigatório.
Reelegeu-se pela legenda do PPR em outubro de 1994. Titular
da Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias, transferiu-se
para o Partido da Frente Liberal (PFL), e conforme orientação da bancada
governista, votou a favor da mudança no conceito de empresa nacional e da
extinção do monopólio estatal nos setores de telecomunicações, exploração de
petróleo, distribuição de gás canalizado e navegação de cabotagem, da abolição
do monopólio federal estatal nas telecomunicações e na exploração do petróleo,
e contra o monopólio dos governos estaduais na distribuição do gás canalizado.
Também apoiou a criação do Fundo Social de Emergência (FSE), que permitia ao
governo gastar até 20% da arrecadação vinculada às áreas de saúde e de
educação.
Em junho de 1996 foi a favor da criação da Contribuição
Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que substituiu o Imposto
Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF), fonte suplementar de recursos
destinados à saúde.
Em outubro de 1996 candidatou-se ao cargo de vice-prefeita de
Goiânia, na chapa encabeçada por Nion Albernaz, apoiada numa coligação do PFL
com o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Vitoriosa no segundo
turno, em novembro, tomou posse em 1º de janeiro de 1997.
Em fevereiro de 1997, já filiada ao Partido Trabalhista
Brasileiro (PTB), votou contra a emenda constitucional que previa a reeleição
de presidente da República, governadores e prefeitos. E em novembro, contra a
quebra da estabilidade do servidor público, item da reforma administrativa.
Vice-líder do PTB na Câmara dos Deputados, em outubro de 1998
concorreu sem êxito à reeleição. Em novembro, votou a favor do teto de 1.200
reais, para as aposentadorias no setor público, e pelos critérios de idade
mínima e tempo de contribuição, para os trabalhadores do setor privado, itens
que definiram a reforma da previdência.
Deixou a Câmara dos Deputados ao término da legislatura, em
janeiro de 1999.
Tentou retornar à vida pública em 2006, concorrendo a uma
vaga de deputada federal pelo PSDB nas eleições de outubro, mas não obteve
êxito. Na ocasião, Maria Valadão viu-se envolvida num escândalo de compra de
votos em Goiânia, revelado, segundo O Globo, quando a Justiça Eleitoral
do estado encontrou num computador de seu comitê eleitoral as contas do
“Projeto de evangelização para ganhar votos, eleição 2006”, de autoria do bispo Roberto Farias, da Igreja Evangélica Santuário dos Milagres. As
investigações apuraram que o bispo havia recebido R$ 15 mil da campanha de
Maria Valadão. Na lista de pagamentos foram encontrados, ainda, certo padre
Vicente Duarte e outro indivíduo identificado como pastor Mauro. O “Projeto de
evangelização” consistia na criação de 20 núcleos de oração que se reuniriam
três vezes por semana até as eleições; na distribuição de pão e leite a pessoas
carentes; na formação de grupos para percorrer todos os dias as igrejas
evangélicas pedindo votos; na distribuição de bolsas de alimentos e sopas, além
de outros métodos tradicionais de campanha, como distribuição de santinhos e
boca de urna.
Após a derrota nas eleições de 2006, Maria Valadão não
concorreu a cargos públicos.
Casada com Ari Valadão, teve cinco filhos.
Gustavo
Lopes
Fabiano Vilaça atualização
FONTES:
CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório (1991-1995, 1995-1999); Estado
de S. Paulo (17/8 e 22/9/96); Folha de S. Paulo (31/10/96 e
6/11/98); Olho no Congresso/Folha de S. Paulo (31/1/95, 14/1/96, 30/1/97
e 5/2/98); Olho no voto/Folha de S. Paulo (18/9/94 e 29/9/98); TRIB.
SUP. ELEIT. (Eleições 2006); O Globo (26/12/06).