GOMES, Socorro
*dep. fed. PA 1991-1999.
Maria do Socorro Gomes Rodrigues nasceu em Cristalândia (TO), então no estado de Goiás, no
dia 12 de janeiro de 1952, filha de Nélson Coelho dos Santos e de Margarida
Gomes dos Santos.
Transferindo-se
para Goiânia, iniciou sua militância política no movimento estudantil na década
de 1960, como membro da União Metropolitana de Estudantes Secundaristas (UMES)
e da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES), tornando-se, em 1966,
diretora desta última entidade. Dois anos depois, ingressou na Ação Popular
(AP), organização política clandestina de esquerda que se incorporaria ao
Partido Comunista do Brasil (PCdoB), também clandestino, no ano de 1972.
Atuando na luta contra a ditadura militar, em 1979
envolveu-se no movimento pela anistia ampla, geral e irrestrita, tendo
participado de comitês e atos públicos pela libertação dos presos políticos.
Conquistada a anistia ainda neste ano, Socorro Gomes radicou-se no Pará, onde, na condição de professora, foi líder sindical na área da Gleba Companhia de
Desenvolvimento Agropecuário Industrial e Mineral do Estado do Pará (Cidapar),
em Viseu, incorporando-se ao movimento pela reforma agrária. Em 1982 tornou-se
sócia-fundadora da União das Mulheres, entidade sediada em Belém. Neste mesmo ano iniciou o curso de história na Universidade Federal do Pará,
diplomando-se em 1985. Em 1983 assumiu a vice-presidência do Movimento Nacional
de Entidades Emancipacionistas de Mulheres, também em Belém.
Durante o ano de 1985 assumiu a presidência da Federação de
Centros Comunitários do Estado do Pará (Fecampa) e a vice-presidência da
Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam) — região Norte, em Belém. Dois anos mais tarde, integrou a Executiva do Conselho Municipal do Direito da Mulher,
em Belém, onde atuou até 1988. No pleito de novembro daquele ano, elegeu-se
para a Câmara Municipal de Belém pelo PCdoB, legalizado em 1985. Empossada em
fevereiro do ano seguinte, foi titular das comissões de Defesa do Consumidor e
do Meio Ambiente, tendo participado também da elaboração da Lei Orgânica
Municipal.
Em outubro de 1990 concorreu a deputada federal pelo Pará, na
legenda do PCdoB. Eleita com 60.317 votos, foi a parlamentar mais votada em
todo o estado. Renunciando ao seu mandato de vereadora em janeiro de 1991,
assumiu sua cadeira na Câmara dos Deputados em fevereiro seguinte. Nesta
legislatura, participou como titular das comissões de Defesa do Consumidor, de
Meio Ambiente e Minorias e, como suplente, da Comissão Mista Especial Projeto
Calha Norte. Também participou de diversas comissões parlamentares de
inquérito, com destaque para as CPIs sobre violência no campo, na qual foi
primeira vice-presidente, e sobre exploração e prostituição infanto-juvenil,
como suplente. Ausentou-se das votações dos projetos de criação do Imposto
Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF), do Fundo Social de Emergência
(FSE) e do fim do voto obrigatório.
Em 29 de setembro de 1992 votou a favor do impeachment do presidente Fernando Collor de Melo, acusado de crime de
responsabilidade por ligações com um esquema de corrupção liderado pelo
ex-tesoureiro de sua campanha presidencial, Paulo César Farias. Collor foi
afastado da presidência logo após a votação na Câmara e renunciou ao mandato em
29 de dezembro de 1992, pouco antes da conclusão do processo pelo Senado
Federal. Com a renúncia, foi efetivado na presidência o vice Itamar Franco, que
já vinha exercendo o cargo interinamente desde 2 de outubro.
Neste mesmo ano, nas eleições municipais de outubro, Socorro Gomes candidatou-se à prefeitura de Belém por uma frente de centro-esquerda formada pelo
PCdoB, Partido Popular Socialista (PPS), Partido Socialista Brasileiro (PSB),
Partido Democrático Trabalhista (PDT) e Partido da Social Democracia Brasileira
(PSDB). Derrotada, continuou no exercício de seu mandato na Câmara dos
Deputados.
Em outubro de 1994 reelegeu-se deputada federal pelo PCdoB.
Empossada em fevereiro do ano seguinte, integrou as comissões de Defesa do
Consumidor, do Meio Ambiente e de Minorias, de Direitos Humanos e, como
titular, de Amazônia e Desenvolvimento Regional, votando contra as seguintes
emendas à Constituição, a serem regulamentadas por lei: o fim do monopólio
estatal das telecomunicações, da exploração do petróleo pela Petrobras e da
distribuição de gás canalizado pelos Estados; a permissão para embarcações
estrangeiras operarem no transporte de cargas e passageiros entre portos do
país; o fim das diferenciações legais entre empresas brasileiras e
estrangeiras.
Em junho de 1996 votou a favor da criação da Contribuição
Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) — que substituiu o IPMF —,
imposto de 0,2% sobre transações bancárias criado como fonte complementar de
recursos para a saúde.
Em janeiro e fevereiro de 1997 votou contra a emenda da
reeleição para presidente, governadores e prefeitos. Em novembro seguinte
ausentou-se da votação que propunha a quebra da estabilidade do servidor
público, item da reforma administrativa. Defensora da preservação do patrimônio
nacional, foi coordenadora do Movimento contra a Privatização da Companhia Vale
do Rio Doce no Pará, lançado em 1997.
No
início do ano seguinte tornou-se vice-líder do seu partido na Câmara. Disputou
seu terceiro mandato consecutivo em outubro de 1998, mas não conseguiu se
reeleger. Em novembro seguinte, votou contra o teto de 1.200 reais para
aposentadorias no setor público e o estabelecimento de idade mínima e tempo de
contribuição para o setor privado, itens que definiram a reforma da
Previdência.
Deixou a Câmara dos Deputados em janeiro de 1999, ao término
da legislatura.
Em 2003, tomou posse como nova titular da Delegacia Regional
do Trabalho, em Belém
Em abril de 2008, assumiu a presidência do Conselho Mundial
da Paz (CMP). Presidiu também o Centro Brasileiro de Luta pela Paz (Cebrapaz).
Foi
casada com Francisco Rodrigues, com quem teve três filhos. Contraiu segundas
núpcias com Sebastião Santos, com quem teve dois filhos.
Verônica Pimenta Veloso/Alexsandro
Gomes
FONTES: Boletim DIAP, VIII (98); CÂM.
DEP. Deputados brasileiros.
Repertório (1991-1995 e 1995-1999); Globo (30/9/92); Olho no
Congresso/Folha de S. Paulo (14/1/96); Olho no voto/Folha
de S. Paulo (18/9/94 e 29/9/98). FORUM DO TRABALHO
ESCRAVO. Notícias. (18/5/2003;
disponível em: http://www.forum-escravo.jex.com.br/noticias/socorro+gomes+promete+combater+trabalho+escravo+na+drt+; acessado em:
20/10/2009).