MENESES,
Joaquim Furtado de
*const. 1934; dep. fed. MG 1935-1937.
Joaquim Furtado de Meneses
nasceu no Rio de Janeiro, então capital do Império, no dia 19 de outubro de
1875, filho de Joaquim Gabriel Nunes Furtado e de Joaquina Gertrudes de Meneses
Furtado.
Cursou o secundário no Ginásio Barbacena (MG), ingressando em
seguida na Escola de Minas e na Escola de Farmácia de Ouro Preto (MG). Ainda
acadêmico, fundou, em 1897, o jornal O Discípulo. Formou-se, respectivamente,
engenheiro civil e de minas em 1900 e, em farmácia, em outubro de 1901.
Nomeado
ainda neste último ano professor da Escola de Ouro Preto, fundou, em 1905, na
mesma cidade, O Regenerador, órgão destinado a fazer a propaganda da
candidatura de Rui Barbosa à presidência da República. Realizado o pleito em
março do ano seguinte, sagrou-se vencedor Afonso Pena (1906-1909). Em 1909, voltou
a engajar-se na campanha pela candidatura de Rui Barbosa, no movimento que
recebeu o nome de Campanha Civilista e assumiu caráter antimilitarista. Em
março de 1910, contudo, foi eleito o marechal Hermes da Fonseca.
Em 1914, fundou o jornal Adoremos para fazer a
propaganda católica, transferindo-se em seguida para Belo Horizonte. Durante os
governos de Delfim Moreira (1914-1918), de Artur Bernardes (1918-1922) e de
Raul Soares de Moura (1922-1924), exerceu o cargo de diretor de Indústria do
estado de Minas Gerais. Neste período, ocupou interinamente, de setembro de 1920 a dezembro de 1922, a prefeitura de Águas Virtuosas (atual Lambari, MG), tornando-se, em 1921,
membro nato do Conselho de Minas do Estado de Minas Gerais. Em 1924, exerceu,
também interinamente, a prefeitura de Araxá (MG).
Senador estadual em Minas Gerais a partir de 1927, foi eleito secretário da mesa do Senado estadual, tendo apresentado projeto que resultou
na criação de colônias correcionais no estado. Em 1929, engajou-se na campanha
da Aliança Liberal em torno da candidatura de Getúlio Vargas à presidência da
República, derrotado por Júlio Prestes em março de 1930. Com a Revolução de
Outubro de 1930, teve interrompido seu mandato de senador estadual, integrando
em seguida o Conselho dos Quinhentos, criado em Minas Gerais após a vitória do movimento revolucionário.
Membro do Conselho Consultivo do Estado de Minas Gerais de 1931 a 1933, durante a interventoria de Olegário Maciel (1930-1933), elegeu-se, em maio de 1933,
deputado à Assembléia Nacional Constituinte pela legenda do Partido Republicano
Mineiro (PRM). Empossado em novembro seguinte, participou dos trabalhos
constituintes, propondo emendas relativas à legislação das minas e ao ensino
religioso nas escolas, ao direito de voto dos clérigos e à proibição de
brasileiros aceitarem condecorações estrangeiras. Após a promulgação da nova
Carta (16/7/1934) e a eleição do presidente da República no dia seguinte, teve
o mandato estendido até maio de 1935. Nesta data, como os demais eleitos em
outubro de 1934, iniciou novo mandato de deputado federal por Minas Gerais.
Permaneceu na Câmara até novembro de 1937, quando, com o advento do Estado
Novo, foram suprimidos todos os órgãos legislativos do país.
Foi
também o primeiro presidente do conselho metropolitano da Sociedade São Vicente
de Paulo, da Província Eclesiástica de Belo Horizonte — da qual foi um dos
fundadores —, presidente do conselho consultivo da Sociedade Mineira de
Engenheiros e do Banco Central de Minas Gerais. Ainda na capital
mineira, participou da criação de várias entidades e instituições católicas,
entre elas, da Corporação dos Médicos Católicos, da Corporação dos Advogados
Católicos e da Corporação dos Engenheiros Católicos.
Faleceu em Belo Horizonte no dia 20 de maio de 1940.
Era casado com Zaira Porto de Meneses, com quem teve quatro
filhos.
Além de alguns opúsculos de doutrinação vicentina, publicou Clero
mineiro, Alguns discursos na Assembléia Nacional Constituinte e Resumo
da doutrina social católica.
FONTES: ASSEMB.
LEGISL. MG. Dicionário biográfico; Boletim Min. Trab. (5/36);
CÂM. DEP. Deputados; Câm. Dep. seus componentes; CONSULT. RAMOS,
P.; Diário do Congresso Nacional; GODINHO, V. Constituintes; Personalidades;
Rev. Arq. Públ. Mineiro (12/76).