MIKILITA,
Estefano
*dep. fed. PR 1961-1963.
Estefano
Mikilita nasceu em União da Vitória (PR) no dia 20 de outubro
de 1916, filho de Miguel Mikilita e de Verônica Flessak Mikilita.
Trabalhou
na lavoura com os avós, na Colônia Antônio Cândido, em seu estado natal,
cursando o primário em Palmas (PR). Após ajudar o pai num curtume, concluiu o
secundário em Curitiba e, em 1947, diplomou-se em engenharia civil pela
Universidade do Paraná.
Dedicando-se em seguida à construção civil tanto na capital
quanto no interior do estado, exerceu ao mesmo tempo a função de secretário da
Escola de Engenharia do Paraná, que manteria por dez anos. Foi ainda assistente
das cadeiras de organização das indústrias, contabilidade pública e industrial,
direito administrativo e legislação. Professor de matemática no Colégio
Paranaense, em Curitiba, aí lecionaria durante seis anos.
Filiado ao Partido Social Progressista (PSP), ingressou
depois no Partido Democrata Cristão (PDC) a convite de Ney Braga, então
prefeito de Curitiba (1954-1958), e iniciou sua campanha para a Assembléia
Legislativa paranaense no pleito de outubro de 1958. Todavia, acabou por
candidatar-se à Câmara dos Deputados, obtendo a primeira suplência na legenda
do PDC, que conquistou apenas uma cadeira, por intermédio do próprio Nei Braga.
Após
a eleição de Ney Braga para o governo do Paraná no pleito de outubro de 1960,
Mikilita ocupou sua vaga na Câmara em fevereiro de 1961 e, em setembro desse
ano, votou favoravelmente à Emenda Constitucional nº 4, que implantou no país o
parlamentarismo. Com a posse, ainda nesse mês, de João Goulart na presidência da
República, passou à oposição e filiou-se à Ação Democrática Parlamentar, bloco
interpartidário surgido no primeiro semestre de 1961 com o objetivo de combater
a penetração comunista na sociedade brasileira, composto basicamente de
parlamentares da União Democrática Nacional (UDN) e, em segundo plano, de
outros partidos. A Ação Democrática faria oposição ao governo de Goulart e só
seria dissolvida após a ascensão dos militares ao poder em março de 1964.
Em outubro de 1961, Mikilita tornou-se vice-líder do PDC na
Câmara dos Deputados, manifestando-se contrário ao restabelecimento das
relações diplomáticas com a União Soviética, consumado em novembro seguinte.
Nesse mesmo mês, votou a favor da Emenda Constitucional nº 5, que ampliou a
participação dos municípios na renda tributária nacional. Conforme declarou em
maio de 1962 ao Correio Brasiliense, era adepto de uma reforma agrária
cooperativista; da manutenção do monopólio estatal, dentro dos limites até
então conquistados; da Petrobras e da Eletrobrás, bem como da regulamentação da
remessa de lucros, embora não em termos xenófobos. Durante esta legislatura,
foi ainda membro da Comissão de Transportes, Comunicações e Obras Públicas da
Câmara dos Deputados.
No
pleito de outubro de 1962, voltou a concorrer a uma cadeira na Câmara, pela
Aliança Movimento Democrático Renovador, coligação formada pela UDN, o PDC e o
Partido Trabalhista Nacional (PTN). Obtendo apenas uma suplência, deixou a
Câmara em janeiro de 1963 e não chegou a exercer o mandato na nova legislatura.
Com a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional nº 2 (27/10/1965)
e a posterior instauração do bipartidarismo, filiou-se ao Movimento Democrático
Brasileiro (MDB), partido de oposição ao regime militar, em cuja legenda
conseguiu novamente apenas a suplência de deputado federal no pleito de
novembro de 1966. Mais uma vez, não chegou a exercer mandato. Em seguida,
abandonou a carreira política.
Faleceu em Curitiba em 9 de março de 1989.
Era casado com Olga Szwec Mikilita.
FONTES: CÂM. DEP. Deputados;
CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório (1946-1967); CÂM. DEP. Relação
nominal dos senhores; CÂM. DEP. Súmulas; CAMPOS, Q. Fichário;
INF. FAM.; TRIB. SUP. ELEIT. Dados (6 e 8).