BARBOSA, Nelson
* min. do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2015; min.
Fazenda 2015-2016.
Nelson
Henrique Barbosa Filho nasceu no Rio de Janeiro (RJ) em 17 de novembro de
1969.
De 1988 a 1991 se graduou em
Economia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde também fez
mestrado em Economia da Industria e Tecnologia, sob a orientação de Maria da
Conceição Tavares, entre 1992 e 1995. Enquanto cursava o mestrado, tornou-se professor
substituto na Universidade Federal Fluminense (1993-1994) e analista do Banco
Central do Brasil (1994-1997). No decorrer de 1995, passou a dar aulas no
Instituto dos Economistas do Rio de Janeiro (IERJ) até 1997, ano em que ingressou no doutorado na New School for Social Research, (NSSR), pela qual
defendeu, em 2001, a tese intitulada Essays
on Structuralist Macroeconomics, orientado pelo professor Lance Taylor. No
decorrer de seu doutoramento, deu aulas na NSSR e no Saint Francis College
(SFC), também em Nova Iorque.
De volta do Brasil, em agosto de 2002 passou a integrar o
quadro docente da UFRJ, na condição de professor adjunto, oferecendo
disciplinas nas áreas de Econometria, Macroeconomia e Economia Internacional,
orientando alunos e integrando bancas em defesas de Mestrado e Doutorado. Em
2003, ingressou no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, durante o
mandato do ministro Guido Mantega, exercendo a função de chefe adjunto da Assessoria
Econômica, área que consiste na formulação, acompanhamento e avaliação da
política econômica do Governo. Nesse mesmo ano, tornou-se membro do Conselho de
Administração do Banco do Nordeste (BNB) e do Banco do Estado de Santa Catarina
(BESC).
No decorrer de 2005
assumiu a assessoria da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Social
(BNDES), durante a gestão de Guido Mantega que, a convite do então presidente
Luís Inácio Lula da Silva, transferiu-se para o BNDES substituindo o economista
Carlos Lessa. Novamente acompanhando Mantega, nomeado Ministro da Fazenda por
Lula em março de 2006, Nelson Barbosa passou a atuar no Ministério. Atuando
próximo a Mantega, que permaneceu na pasta da Fazenda até 2015, Barbosa exerceu
os cargos de Secretário
Adjunto de Política Econômica (2006-2007), Secretário de Acompanhamento Econômico
(2007-2008), Secretário de Política Econômica (2008-2010) e Secretário Executivo
do Ministério da Fazenda (2011-2013), tendo sido um dos responsáveis pelo desenvolvimento de pacotes
para combater a crise financeira internacional a partir de 2008, além de ter
participado ativamente na criação de programas assistenciais que se tornaram
símbolos do governo Lula, como o “Programa de Aceleração do Crescimento” (PAC)
e o “Minha Casa, Minha Vida.”
Paralelamente
às funções no Ministério, entre 2007 e 2013 o economista tornou-se membro do Conselho de
Administração da Empresa de Pesquisa Energética (2007-2010), da Vale S.A
(2011-2013) e do Banco de Brasília (2013-2014). No Banco do Brasil, assumiu a
presidência do Conselho Administrativo em 2009, permanecendo por cinco anos. Em
abril de 2014, ingressou no Conselho de Administração do CETIP, maior depositária de títulos privados de renda fixa da
América Latina, renunciando ao cargo em dezembro do mesmo ano, para assumir a
pasta do Planejamento e Gestão, à convite da então presidente da República
Dilma Rousseff.
Considerado um
desenvolvimentista, Barbosa assumiu o Ministério em janeiro de 2015, durante
cerimônia de posse do segundo mandato da presidente Dilma. Em seu primeiro
discurso como ministro, situou as dificuldades econômicas enfrentadas pelo
Brasil como consequência de um contexto de crise da economia internacional. Reconhecendo
a necessidade de ajustes fiscais para o equilíbrio fiscal e orçamentário,
Barbosa frisou que também trabalharia pelo aumento do investimento e
elevação da produtividade da economia, assinalando que, a seu ver, equilibrar a
urgência do investimento ao custo e qualidade dos projetos era o maior desafio
posto ao governo.
Durante um seminário realizado no Instituto
Econômico de Pesquisa Aplicada (IPEA), em dezembro de 2015, o ministro apresentou
resultados decorrentes de seus primeiros meses de gestão, revelando que as medidas de redução de despesas e recuperação de
receita empreendidas pelo governo totalizaram R$ 134 bilhões, equivalentes a
2,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Defensor
de práticas de ajustes e fiscalização dos gastos para pagamento de abono
salarial, seguro-desemprego e pensões por morte e invalidez, dentre outros programas do governo, afirmou que o controle
da despesa nessas área se fazia obrigatório e os esforços nesse sentido estavam
somados no montante apresentado.
Nessa ocasião, o ministro voltou a defender
o aumento dos
investimentos em infraestrutura como motor para a retomada do crescimento,
princípio que conduziu sua gestão no Planejamento. Tal entendimento evidenciava
uma contradição, que se acentuou no governo Dilma, entre as diretrizes propostas
por Nelson Barbosa e os projetos apresentados ao governo pelo então ministro da
Fazenda Joaquim Levy, defensor de uma política de cortes profundos nos
gastos para garantir o equilíbrio das contas públicas. Devido a essas divergências
ideológicas, a relação entre os dois ministros acabou conturbada, resultando na saída de Levy da equipe de
governo, com a posterior transferência de Barbosa para a pasta da Fazenda, no
final de dezembro de 2015.
Empossado na Fazenda, o economista garantiu
aos investidores estrangeiros que o governo permaneceria comprometido com o
ajuste fiscal e que investiria esforços para cumprir a meta de superávit
primário de 0, 5% do PIB. Ao mercado financeiro, o ministro recém-empossado
afirmou que trabalharia para transformar as possibilidades em oportunidades
concretas.
Nelson
Barbosa geriu o Ministério da Fazenda por menos de um semestre. Em 12 de maio
de 2016, o Senado Federal decidiu acatar o pedido
de abertura do processo de impeachment e o consequente afastamento da
presidente Dilma, por até 180 dias, sob a acusação de crime de responsabilidade
fiscal. Nessa ocasião, Barbosa foi substituído por Henrique Meirelles, nomeado
pelo então presidente interino Michel Temer para a pasta da Agricultura. Em 31 de agosto de 2016, senadores aprovaram, por
61 votos a favor e 20 contra, a retirada de Dilma Rousseff da presidência da
República – o que resultou na efetivação de Michel Temer no cargo de presidente
do Brasil.
Atualmente, Nelson Barbosa é
professor titular da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas
(EESP/FGV), onde trabalha desde 2013, e permanece atuando como professor
adjunto do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(IE/UFRJ).
Durante sua
trajetória profissional, atuou ainda como parecerista em diversos periódicos
nacionais e foi revisor do Cambridge Journal of Economics e dos
periódicos Metroeconomica e Development and Change. Na Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), foi revisor de projetos de
fomento. No BNDES também exerceu as funções de membro do Conselho de
Administração.
Autor
de um vasto número de artigos publicados em periódicos e livros, foi um dos
coordenadores da obra Política de Salário
Mínimo para o BrasilI (2015-2018), publicado em 2015.
Casado, teve um filho.
Luciana
Pinheiro
FONTES: Curriculo Lattes
de Nelson Barbosa. Disponível em: < http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761765P6>.
Acesso em 17/02/2016; Portal Brasil. Disponível em: < http://www.brasil.gov.br>.
Acesso em 17/02/2017; Portal do Centro Celso Furtado de Politicas para o
Desenvolvimento. Disponível em: < http://www.centrocelsofurtado.org.br/>.
Acesso em 17/02/2017; Portal da Fundação Getulio Vargas – Escola de Economia de
São Paulo. Disponível em: < http://eesp.fgv.br >. Acesso em
17/02/2016; Portal G1. Disponível em: < http://g1.globo.com >.
Acesso em 17/02/2016; Portal do Ministério da Fazenda. Disponível em: <
http://fazenda.gov.br
>. Acesso em 17/02/2017; Portal da Revista Exame. Disponível em: <
http://exame.abril.com.br/>.
Acesso em 17/02/2016; Portal Reuters Brasil. Disponível em: < http://br.reuters.com/>.
Acesso em 17/02/2016; Portal Valor
Econômico. Disponível em: < http://www.valor.com.br/>. Acesso
em 17/02/2016.