BARBOSA,
Nyder
*dep.
fed. ES 1983, 1984-1991; const. 1987-1988.
Nyder Barbosa de Meneses
nasceu em Itaguaçu (ES) no dia 11 de janeiro de 1929, filho de Dourival Barbosa
de Meneses e de Dalila de Oliveira Meneses.
Advogado
formado pela Universidade Federal do Espírito Santo e funcionário do Banco do
Brasil, onde ocupou cargos de confiança em vários estados, elegeu-se deputado
estadual no pleito de novembro de 1974 pela legenda do Movimento Democrático
Brasileiro (MDB), partido de oposição ao regime militar instalado no país em
abril de 1964, tomando posse em fevereiro de 1975. Em 1976 e 1977, foi
vice-presidente da Assembléia Legislativa do Espírito Santo.
Reelegeu-se em novembro de 1978, tomando posse em fevereiro
seguinte. Com a extinção do bipartidarismo em 29 de novembro de 1979 e a
conseqüente reformulação partidária, filiou-se ao Partido do Movimento
Democrático Brasileiro (PMDB), tornando-se líder da bancada peemedebista na
Assembléia Legislativa de 1981 a 1982.
No pleito de novembro de 1982 foi eleito deputado federal
nessa legenda, assumindo uma cadeira em março de 1983. Nesse ano, licenciou-se
do mandato parlamentar para ocupar a Secretaria da Fazenda no governo Gérson
Camata (1983-1986), sendo sua vaga ocupada pelo suplente Luís Batista.
Em
janeiro de 1984, deixou a Secretaria da Fazenda por divergências com o
governador e reassumiu sua cadeira na Câmara ainda nesse mês. Em 25 de abril,
votou a favor da emenda Dante de Oliveira, que propôs o restabelecimento das
eleições diretas para presidente da República em novembro desse ano. Como a
emenda não obteve o número de votos indispensáveis à sua aprovação — faltaram
22 para que o projeto pudesse ser encaminhado à apreciação pelo Senado —, no
Colégio Eleitoral reunido em 15 de janeiro de 1985, Nyder Barbosa votou em
Tancredo Neves, candidato da Aliança Democrática — uma união do PMDB com a
dissidência do PDS abrigada na Frente Liberal — que foi eleito novo presidente
da República, derrotando Paulo Maluf, candidato do regime militar. Contudo,
Tancredo Neves não chegou a ser empossado na presidência, vindo a falecer em 21
de abril de 1985. Seu substituto foi o vice José Sarney, que já vinha exercendo
interinamente o cargo desde 15 de março.
No
período de 1984 a 1987, participou das comissões de Relações Exteriores e de
Orçamento.
Concorreu
a uma vaga na Assembléia Nacional Constituinte (ANC) no pleito de novembro de
1986, sempre pelo PMDB, e conseguiu eleger-se, mas teve a menor votação entre
os candidatos de seu partido. Latifundiário no estado do Pará, foi acusado de
ter contado com o apoio da União Democrática Ruralista (UDR), entidade
contrária à reforma agrária e que reunia os grandes proprietários de terras de
todo o país. Tomou posse em fevereiro de 1987, quando começaram os trabalhos da
Constituinte. Nesse ano, participou da Subcomissão de Princípios Gerais,
Intervenção do Estado, Regime da Propriedade do Subsolo e da Atividade
Econômica da Comissão da Ordem Econômica e foi suplente da Subcomissão dos
Direitos e Garantias Individuais da Comissão da Soberania e dos Direitos e
Garantias do Homem e da Mulher.
Nas
principais votações da Constituinte, pronunciou-se contra o rompimento de
relações diplomáticas com países de orientação política racista, a limitação do
direito de propriedade privada, a jornada semanal de 40 horas, o turno
ininterrupto de seis horas, o aviso prévio proporcional, a pluralidade
sindical, a soberania popular, o voto aos 16 anos, a nacionalização do subsolo,
a estatização do sistema financeiro, a limitação dos encargos da dívida externa,
a criação de um fundo de apoio à reforma agrária e a desapropriação da
propriedade produtiva. Votou a favor do aborto, da proteção ao emprego contra
despedida sem justa causa, da unicidade sindical, do presidencialismo, da
proibição do comércio de sangue, do mandato de cinco anos para o presidente
José Sarney e da legalização do jogo do bicho.
Deixou
a Câmara de Deputados em janeiro de 1991, ao final da legislatura, sem ter
concorrido à reeleição em outubro do ano anterior.
No
período entre 1991 e 1994 foi vice-presidente da FAES, do mandato do presidente
Vinícius Alves (1988-1994).
Em
1994, assumiu a presidência da Federação da Agricultura do Espírito Santo
(FAES), cargo no qual permaneceu até 2006. Durante a sua gestão defendeu a
adaptação das novas normas do INCRA para o Estado do Espírito Santo; incentivou
à produção e de melhoria de renda e de condições de vida para os pequenos
produtores rurais; lutou pela proteção e recuperação das florestas e pela
agilização dos processos de compra e venda de propriedades rurais e do plantio
de eucalipto; incentivou os jovens a permanecer no campo, através do Serviço
Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
Atuou
também como conselheiro no Conselho Nacional do Café (CNC), na Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), na FAES e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).
Teve
três filhos no seu primeiro casamento. Contraiu segunda núpcias com Etevalda
Grassi de Meneses, com quem teve mais dois filhos. Sua segunda mulher foi
deputada federal pelo PMDB capixaba entre 1991-1995 e 1997-1999.
FONTES: ASSEMB.
NAC. CONST. Repertório (1987); CÂM. DEP. Deputados brasileiros.
Repertório (1983-1987); Assembléia Legislativa do Estado do Espírito
Santo; Federação da Agricultura do Espírito Santo; Globo (26/4/84,
16/1/85); Ministério da Agricultura; Século Diário (04/2001, nº14); Senado
Federal.