ZANCANER,
Orlando
*sen. SP 1971-1976.
Orlando Gabriel Zancaner
nasceu em Catinguá (SP) no dia 18 de março de 1923, filho de José Zancaner e de
Maria Zancaner.
Fez os primeiros estudos no Colégio São Luís, em Jaboticabal
(SP), e no Liceu Pasteur, cursando em seguida a Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo (USP).
No pleito de outubro de 1950 elegeu-se vereador em Catanduva
(SP), assumindo o mandato em fevereiro do ano seguinte. Em outubro de 1954
elegeu-se vice-prefeito daquele município e, deixando a Câmara Municipal em
janeiro de 1955, assumiu em fevereiro seguinte sua nova função. Eleito em
outubro de 1958 deputado estadual em São Paulo na legenda do Partido Social
Progressista (PSP), deixou o cargo de vice-prefeito em janeiro de 1959 para
ocupar em fevereiro seguinte uma cadeira na Assembléia Legislativa paulista.
Reelegeu-se deputado estadual em outubro de 1962 na legenda da Aliança
Partidária, coligação formada entre o PSP e o Partido Social Democrático (PSD),
contando ainda com o apoio da Aliança Eleitoral pela Família (Alef), cujo
objetivo era mobilizar o eleitorado católico para votar nos candidatos
comprometidos com os princípios sociais da Igreja.
Após o movimento político-militar de 31 de março de 1964, que
depôs o presidente João Goulart (1961-1964), com a extinção dos partidos
políticos pelo Ato Institucional nº 2 (27/10/1965) e a posterior instauração do
bipartidarismo, filiou-se ao partido do governo, a Aliança Renovadora Nacional
(Arena), em cuja legenda se reelegeu deputado estadual em São Paulo em
novembro de 1966. Nessa legislatura foi presidente da Comissão de Divisão
Administrativa e Judiciária e da Comissão de Constituição e Justiça da
Assembléia paulista. Em 1969 licenciou-se do Legislativo para assumir a
Secretaria dos Negócios de Cultura, Esportes e Turismo de São Paulo,
recém-criada pelo governador do estado, Roberto de Abreu Sodré (1967-1971),
reassumindo o mandato no ano seguinte, quando veio a presidir o Legislativo paulista.
No pleito de novembro de 1970 elegeu-se senador por São
Paulo, sempre na legenda da Arena, e, deixando a Assembléia paulista em janeiro
de 1971, assumiu em fevereiro seguinte sua cadeira no Senado. Vice-líder de seu
partido — e, portanto, da maioria — a partir de abril desse ano, foi
vice-presidente da Comissão de Serviço Público Civil, membro efetivo das
comissões de Economia, de Legislação Social, de Minas e Energia, de
Constituição e Justiça e de Redação e suplente das comissões de Segurança Nacional
e de Transportes do Senado.
Segundo o Jornal do Brasil, convidado formalmente pelo
governador paulista Paulo Egídio Martins (1975-1979) em fevereiro de 1975 para
ocupar novamente a Secretaria de Turismo, desistiu de assumir o cargo uma
semana depois de ter aceito o convite por discordar do desdobramento da pasta
em duas. Rompido com o governador num episódio bastante comentado na época,
dois meses depois reconciliou-se com Paulo Egídio. Nomeado pelo governador
paulista apesar da resistência oposicionista, teve sua indicação aprovada em
abril de 1976 pela Assembléia paulista, dessa vez para membro do Tribunal de
Contas do estado, ocupando a vaga deixada por Luís Arrobas Martins, então
nomeado para a chefia do Gabinete Civil do governador. Ainda em abril de 1976
licenciou-se do Senado para assumir seu cargo no Tribunal de Contas, sendo sua
cadeira ocupada pelo suplente Oto Cirilo Lehmann.
Em novembro de 1980 foi eleito presidente do Tribunal de
Contas do estado de São Paulo em substituição ao conselheiro Nicolau Tuma, que
se aposentara. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a indicação de seu
nome, em candidatura única, provocou uma cisão no tribunal: três conselheiros
tentaram impugnar seu nome, acusando-o de envolvimento nos financiamentos
irregulares do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), na área de crédito
rural, e apresentaram um mandado de segurança com base no regimento interno do
Tribunal de Contas. O pedido foi negado pelo desembargador Francisco Tomás de
Carvalho Filho, e Zancaner foi eleito com seu próprio voto e o de mais três
conselheiros. Os outros três, Osvaldo Müller da Silva, o mais antigo membro do
tribunal, Jorge Osvaldo Nogueira e José Luís Anhaia Melo, deixaram de
comparecer em sinal de protesto e acusaram a eleição de “ilegal” porque não se
teria baseado na Lei Orgânica da Magistratura. Após sua eleição — sem festas
nem aclamações —, Zancaner defendeu em discurso a maneira pela qual fora
eleito, considerando-a estritamente legal.
Advogado, foi também fazendeiro em Catanduva, onde se dedicou
à agricultura.
Faleceu em São Paulo no dia 9 de maio de 1995.
Era casado com Missina Palmeira Zancaner, com quem teve dois
filhos.
FONTES: Diário
do Congresso Nacional; Estado de S. Paulo (23/9/62 e 19/11/80); IPC.
Relação de parlamentares (1/1/92 a 18/8/98); Jornal do Brasil
(8/3 e 5/11/75 e 10/4/76); Perfil (1972); ROQUE, C. Grande; SÃO
PAULO. Quem; SENADO. Dados; SENADO. Dados biográficos;
SENADO. Endereços; SENADO. Relação; SENADO. Relação dos
líderes; SOC. BRAS. EXPANSÃO COMERCIAL. Quem; TRIB. SUP. ELEIT. Dados
(9).