GRAFULHA, OSMAR
GRAFULHA,
Osmar
*dep. fed. RS 1959 e 1962-1967.
Osmar da Rocha Grafulha
nasceu na cidade do Rio Grande (RS) no dia 21 de junho de 1911, filho de
Lourenço Augusto Grafulha e de Maria Júlia da Rocha Grafulha.
Cursou o ginásio em sua cidade natal e formou-se pela
Faculdade de Ciências Econômicas de Pelotas, também no Rio Grande do Sul, em
1934.
Funcionário da Secretaria de Indústria e Comércio do Rio
Grande do Sul, iniciou sua carreira política elegendo-se, em outubro de 1954,
deputado à Assembléia Legislativa do estado, na legenda do Partido Trabalhista
Brasileiro (PTB). Empossado em fevereiro de 1955, disputou em outubro de 1958
uma cadeira na Câmara dos Deputados, pelo Rio Grande do Sul, ainda na legenda
do PTB. Eleito, tomou posse em fevereiro de 1959, logo após encerrar seu
mandato estadual. Com a posse de Leonel Brizola no governo de seu estado,
licenciou-se da Câmara ainda no mesmo mês de fevereiro para assumir a
Secretaria de Economia do estado. Posteriormente, ocupou também a Secretaria de
Administração e a Secretaria de Energia e Comunicação do governo gaúcho, esta
última entre fevereiro de 1961 e julho de 1962, quando se afastou do cargo para
concorrer à reeleição, retomando ao mesmo tempo sua cadeira na Câmara. Foi
reeleito deputado federal pelo Rio Grande do Sul no pleito de outubro de 1962.
Pertenceu
à Frente Parlamentar Nacionalista (FPN), formada em 1956 por deputados do PTB,
do Partido Socialista Brasileiro (PSB), do Partido Social Democrático (PSD) e
da União Democrática Nacional (UDN) para defender uma plataforma
nacionalista, voltada para a condenação à intervenção do capital estrangeiro e
à remessa de lucros para o exterior. Segundo o Correio Brasiliense em edição de
dezembro de 1962, foi partidário do intervencionismo econômico corretivo e
supletivo da iniciativa privada, bem como do monopólio estatal dos serviços
públicos e da exploração das riquezas que interessassem à segurança nacional ou
sofressem ameaça de monopólios privados. Propunha uma reforma agrária que
modificasse totalmente a estrutura da propriedade fundiária no país através da
desapropriação dos latifúndios, mediante indenização em títulos da dívida
pública e, em outros casos, através da expropriação de terras. Caberia ao
Estado, além de propiciar glebas aos lavradores sem terra, dar-lhes assistência
creditícia, sanitária, educacional e técnica, com garantia de preços mínimos,
ensilagem, transportes e eletrificação rural. Foi partidário da reforma
eleitoral, com adoção da cédula única em todos os pleitos e a extensão do
direito de voto aos analfabetos e praças de pré. Defendia, segundo a mesma fonte,
uma severa fiscalização dos investimentos estrangeiros e das remessas de lucros
para o exterior, além de propor a nacionalização dos depósitos bancários e a
execução de uma reforma tributária que ampliasse a incidência dos impostos
diretos e reduzisse a dos indiretos.
Após
o movimento político-militar de 31 de março de 1964, que derrubou o presidente
João Goulart (1961-1964), com a extinção dos partidos políticos pelo Ato
Institucional nº 2 (27/10/1965) e a conseqüente implantação do bipartidarismo,
filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido oposicionista pelo
qual elegeu-se deputado estadual no Rio Grande do Sul no pleito de novembro de
1966. Completando o mandato federal em janeiro de 1967, assumiu sua cadeira na
Assembléia Legislativa gaúcha em fevereiro seguinte.
Faleceu em Porto Alegre no dia 19 de agosto de 1981.
Foi casado com Noêmia Grafulha, com quem teve três filhos.
Era casado pela segunda vez com Nara Pojo.
FONTES: ASSEMB.
LEGISL. RS. Parlamentares gaúchos; CÂM. DEP. Deputados; CÂM. DEP.
Deputados brasileiros. Repertório (1946-1967); CÂM. DEP. Relações
dos dep.; CAMPOS, Q. Fichário; Correio do Povo (8/12/65);
Estado de S. Paulo (8/9/62); FERREIRA FILHO, A. História; INF.
Osvaldo Grafulha; TRIB. SUP. ELEIT. Dados (3, 4 e 6).