SOUSA,
Paulo Renato
*min. Educ. e
Desp. 1995-2002; dep. fed. SP
2007-2009.
Paulo Renato Costa
Sousa nasceu em Porto Alegre (RS) no
dia 10 de setembro de 1945, filho de
Renato Sousa e de Maria do Brasil Costa Sousa.
Após completar o curso secundário no Colégio Anchieta em 1963, entrou no ano seguinte para a Faculdade de
Ciências Econômicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), bacharelando-se em 1967. Teve sua primeira
atividade profissional em 1965, quando se tornou oficial-de-gabinete da Prefeitura
de Porto Alegre, onde permaneceu alguns meses. Transferiu-se em seguida para a
assessoria de planejamento, como assessor técnico do gabinete do governador
Ildo Meneghetti, do Partido Social Democrático (PSD). Em 1967 tornou-se
secretário da bancada do PSD na Assembleia Legislativa gaúcha, cargo que ocupou
até o ano seguinte, quando passou a exercer o de assistente técnico daquela
casa.
Como
economista, frequentou em 1968 o XXIII Curso Intensivo de Treinamento em Problemas do
Desenvolvimento Econômico, da Comissão Econômica para a
América Latina (CEPAL), em
Porto Alegre. No ano seguinte transferiu-se para Santiago, no
Chile, onde ingressou no Programa de Pós-Graduação de Estudos Econômicos
Latino-Americanos (Escolatina) da Faculdade de Ciências Econômicas e
Administrativas da Universidade do Chile. Professor-assistente da Escola de
Ciência Política e Administração da Faculdade Latino-Americana de Ciências
Sociais (Flacso), no Chile, entre 1969 e 1970, nesse último ano apresentou sua
dissertação de mestrado. Em 1971 foi professor no curso de mestrado em
planejamento urbano da Universidade Católica do Chile.
Paralelamente às atividades acadêmicas, de 1970 a 1971 foi economista
da Divisão de Desenvolvimento Econômico da CEPAL. A partir de 1971 e até 1977 trabalhou
na Organização dos Estados Americanos (OEA) e no Programa Regional do Emprego
para a América Latina e o Caribe (PREALC),
da Organização Internacional do Trabalho (OIT). No PREALC também exerceu, entre 1975 e 1977,
o cargo de diretor associado.
De volta ao Brasil,
prestou consultoria à Fundação do Desenvolvimento Administrativo (Fundap) e em
1978 à empresa Hidrobrasileira S.A.,
cujo proprietário era o futuro ministro Sérgio Mota. Prestou serviços ainda ao
PREALC e ao Instituto Latino-Americano de Planificação Econômica e Social
(ILPES) da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1978 e 1979, e à Federação
das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), em 1979.
Dando prosseguimento à carreira universitária, tornou-se professor
do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em
1978, professor visitante do programa de pós-graduação em economia da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1979, e do
Departamento de Sociologia da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São
Paulo, em 1981.
Doutor em economia pela Unicamp em 1980, com a tese “A
determinação dos salários e do emprego em economias atrasadas”, entre esse ano
e 1983 foi superintendente da empresa Estudos e Projetos de Coque e Álcool da
Madeira S.A. (Coalbra), dirigida por Sérgio Mota, em São Paulo. Em 1981, e por dois anos,
tornou-se consultor da CEPAL e do Centro de Estudos Transnacionais (CET) da ONU, no Chile. Vinculando suas atividades acadêmicas à
Unicamp, entre 1982 e 1984 foi responsável pela assessoria técnica
especializada na área de desenvolvimento universitário junto à reitoria daquela
universidade.
Com
a posse, em março de 1983, de André Franco Montoro, do Partido do Movimento
Democrático Brasileiro (PMDB), no governo de São Paulo, acumulou os cargos de
assessor técnico de gabinete da Secretaria de Economia e Planejamento e
coordenador da Coordenadoria de Planejamento e Avaliação da mesma secretaria.
Em 1984, passou a acumular as funções de consultor de pesquisa no Departamento
Interdisciplinar de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (DIEESE) e
diretor-presidente da Companhia de Processamento de Dados do Estado de São
Paulo (Prodesp), cargos que deixou para assumir, ainda naquele ano, a
Secretaria de Educação. Permaneceria à frente dessa pasta até 1986.
Dando prosseguimento às suas atividades universitárias, ainda em 1986 foi aprovado no concurso para
professor-titular de economia aplicada do Departamento de Política e História
Econômica do Instituto de Economia da Unicamp. Nesse mesmo ano, foi eleito
reitor daquela universidade, para um mandato de quatro anos. Ao deixar o cargo, em 1990,
acumulou as funções de diretor do Centro de Estudos de Desenvolvimento
Econômico (CEDE) do Instituto de Economia da Unicamp e diretor-executivo do
conselho diretor do Instituto Latino-Americano (Ilam). Também em 1990, foi diretor de estudos,
na categoria de visitante, da École
des Hautes Études en Sciences Sociales,
de Paris.
Em 1991 assumiu a gerência de operações do Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington,
cargo que ocuparia pelos quatro anos seguintes, e que acumulou com o de
vice-presidente executivo interino do mesmo banco, em 1993.
No
Ministério da Educação
Com
a posse na presidência da República de Fernando Henrique Cardoso, do Partido da
Social Democracia Brasileira (PSDB), em janeiro de 1995, tornou-se ministro da
Educação e do Desporto (MEC), substituindo Murílio Hingel. Logo nos primeiros
dias como ministro, demarcou os
temas que viriam marcar sua gestão. Prometeu matricular todas as crianças em
idade escolar, anunciou a avaliação
dos cursos universitários e o fim do vestibular. Em março elegeu o ensino de
primeiro grau como prioritário,
lançando o programa intitulado Acorda
Brasil, destinado a melhorar a qualidade do ensino fundamental, garantir a permanência dos alunos na escola e
combater a repetência escolar. Anunciou,
ainda, programas de educação a
distância para professores do primeiro grau.
No
dia 6 de junho daquele mesmo ano sofreu uma crise cardiovascular e foi levado de
Brasília para São Paulo, onde recebeu o implante de cinco pontes de safena em
cirurgia realizada por Adib Jatene, então ministro da Saúde. Reassumindo o
cargo no dia 26, encontrou o MEC em clima de disputa entre o secretário-executivo
João Batista Araújo e Oliveira e a secretária de Política Educacional, Eunice
Durham: enquanto ele defendia cortes orçamentários na área do ensino superior
para reforçar o orçamento do ensino fundamental, que era a prioridade do
ministério, ela, identificada com as universidades, opunha-se aos cortes. No
dia 27, aceitou o pedido de exoneração do secretário e enfatizou a necessidade
de criação de um fundo especial para o ensino fundamental ou de um imposto da
educação, a exemplo da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF)
proposta para a área da saúde.
Em janeiro de 1996, quando o presidente da República afirmou
publicamente ter sido Paulo Renato seu melhor ministro durante o primeiro ano
de governo, respondeu ao elogio declarando que pretendia vir a ser o melhor
ministro da Educação da história do Brasil. Anunciou que a prioridade do MEC
passaria a ser a reforma do ensino do segundo grau,
incluindo a separação entre o ensino regular e o ensino profissionalizante. A
reforma dependia da aprovação da nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da
educação que transitava no Congresso Nacional. Ainda em janeiro, denunciou
fraudes no sistema de bolsas de estudos pagas pelo MEC às escolas particulares,
o que resultou no descredenciamento de dezenas de escolas em todo o país.
Revelou ainda que o ministério desaprovara 86% dos livros didáticos oferecidos
aos alunos do primeiro grau,
provocando fortes reações das editoras e de seus órgãos de classe.
Em 26 de fevereiro instalou o Conselho Nacional de Educação
(CNE) presidido por Hésio Cordeiro,
ex-reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O CNE veio
substituir o Conselho Federal de Educação (CFE), extinto em agosto de 1994 pelo
então ministro Murílio Hingel, sob a acusação de práticas cartoriais.
Em
maio, anunciou a preparação de concorrência pública para a aquisição de
trezentos mil computadores a serem instalados em 23 mil escolas públicas para
atendimento a alunos do ensino fundamental (5ª à 8ª séries) e do ensino médio. Partes
dos recursos para a compra dos computadores adviriam do Banco Mundial. No final
do mês, os docentes das universidades e demais instituições federais de ensino
e pesquisa entraram em greve por reposição de perdas salariais e contra a
proposta de autonomia universitária esboçada pelo governo, considerada pelos
grevistas contrária ao caráter público, universal, gratuito e humanista das escolas federais. A greve terminou em 21 de
junho sem acordo entre as partes,
prenunciando futuros conflitos.
Em
julho, o ministro continuou presente nos noticiários, agora com a divulgação do
resultado da avaliação de 1.726 cursos de pós-graduação das universidades
brasileiras realizada pela Coordenação do Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível
Superior (Capes), na qual 91 cursos foram reprovados. Em 8 de setembro lançou o
Programa de Alfabetização Solidária, articulado ao programa Comunidade
Solidária, coordenado pela esposa do presidente da República, a antropóloga Rute
Cardoso. Também nesse mês, anunciou o fim das bolsas de estudos do MEC para as
escolas particulares e defendeu a retirada da disciplina de educação religiosa
dos currículos oficiais, abrindo confronto com a Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB).
No segundo semestre do ano de 1996 participou ativamente das
campanhas eleitorais de José Serra e de Célia Leão, candidatos às prefeituras
de São Paulo e Campinas (SP), ambos do PSDB, partido ao qual era filiado. Nem
Serra nem Célia Leão foram bem-sucedidos.
Nos mês de novembro, o MEC regulamentou a avaliação dos
cursos superiores por meio do Programa de Avaliação Institucional das
Universidades Brasileiras (PAIUB), incluindo a prova para recebimento do diploma
pelos alunos graduados. A União Nacional dos Estudantes (UNE) reagiu impetrando ação judicial
contra o denominado “provão”. Derrotada,
a entidade fez campanha pelo boicote às provas,
sem obter êxito, pois 93% dos estudantes,
muitos se declarando coagidos,
cumpriram com as exigências do MEC.
No último mês de 1996, Paulo Renato anunciou a realização, em
1997, do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) para a avaliação dos alunos que
viessem a concluir o segundo grau. Obteve,
ainda, a aprovação pelo Congresso
Nacional do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorização do Magistério (Fundef),
que viria a ser implantado em 1998. Ainda em dezembro de 1996, após mais de três anos de tramitação, o Congresso aprovou a nova LDB, que seria regulamentada em abril de 1997.
A
exemplo dos dois anos anteriores, em 1997 raros foram os dias em que Paulo Renato
não apareceu na imprensa, seja anunciando projetos de grande magnitude, ou a
obtenção de recursos financeiros externos para a educação, ou resultados
positivos nas diversas áreas de atuação do ministério, seja criticando o
comportamento dos servidores públicos federais e de diversas entidades de
classe. Polemizou com reitores — questões da autonomia universitária, de verbas,
da avaliação dos cursos —; com estudantes — a reforma do ensino secundário, o “provão” —; com servidores públicos federais —
as questões salariais, a reforma do
ensino, a reforma previdenciária —;
com a Igreja — as bolsas de estudo,
o ensino religioso, o status fiscal
das universidades e das escolas confessionais —; com parlamentares, ministros e governadores — a criação de fundo para
a educação, as bolsas de estudo, o repasse de verbas —; com editoras — a reprovação
de livros didáticos —; com prefeituras — a distribuição de merenda escolar e de
livros e material didático e o repasse de verbas.
No dia 4 de abril de 1997, após dias de tentativas
infrutíferas de uma conversa pessoal com o ministro da Fazenda Pedro Malan,
entregou carta de demissão ao presidente Fernando Henrique. A crise fora
provocada pelos sucessivos cortes ao orçamento do MEC,
culminando com a retenção de verba para pagamento de estudantes e pesquisadores
bolsistas no exterior. O presidente não aceitou o pedido de demissão e
intercedeu em favor do pagamento aos bolsistas. Paulo Renato permaneceu no
cargo.
Em
agosto de 1997, o Conselho Nacional
de Educação entrou em crise.
Os 12 conselheiros estavam divididos em dois grupos: um
identificado com o ensino público e o outro com o ensino privado. O confronto
entre os dois lados ocorreu durante a discussão de parecer recomendando a
transformação das Faculdades Anhembi-Morumbi,
de São Paulo, instituição particular
de ensino, em universidade. Embora
a Anhembi não apresentasse realizações na área de pesquisa acadêmica, um dos requisitos para a promoção, seis conselheiros foram favoráveis ao parecer e o
presidente se absteve. Os demais foram contrários, entre eles o aliado
histórico do presidente Fernando Henrique, José Artur Gianotti, que,
descontente com a maneira como o assunto fora tratado pelo conselho e pelo
ministro, renunciou. Paulo Renato o substituiu por Eunice Durham.
Posteriormente homologou a decisão do CNE,
dando o processo por encerrado.
Em novembro, o ministro lançou o Programa de Expansão da
Educação Profissional (Proep), visando a adequar o ensino profissionalizante
brasileiro aos parâmetros dos países desenvolvidos, até mesmo quanto aos
percentuais de alunos matriculados. O programa carreou recursos financeiros do
BID e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Em
janeiro de 1998, Paulo Renato
anunciou para o mês seguinte a realização da Semana Nacional de Matrícula, objetivando colocar em sala de aula todas as
crianças em idade compatível com os cursos de primeiro grau.
De 31 de março a 13 de julho, os docentes das instituições
federais realizaram greve, marcada por contínuas quebras de diálogo com o
ministro e por dramática greve de fome de 14 professores da Universidade de
Brasília (UnB), que foi interrompida, após 11 dias, por ordem médica, quando os
grevistas corriam sério risco de vida. Como resultado do movimento, o Congresso aprovou lei concedendo aos docentes
gratificações de até 48% sobre o valor dos salários.
Quando a greve se encaminhava para o desfecho, Paulo Renato
envolveu-se em novo conflito com o meio acadêmico ao nomear reitor da UFRJ José
Henrique Vilhena, escolhido em lista tríplice, de acordo com a legislação
vigente. O candidato Aluísio Teixeira, que obtivera a primeira colocação na
lista tríplice, não aceitou a escolha do ministro e iniciou campanha junto com
os estudantes e professores para impedir a posse do novo reitor. A crise só
terminou após 40 dias, tendo Paulo
Renato mantido Vilhena como reitor.
Nessa mesma conjuntura, o presidente da República lançou o
programa de bolsas escolares, mais tarde denominado Criança Cidadã, voltado
para combater o trabalho infantil e garantir escolaridade a crianças oriundas
de famílias com renda abaixo do que fora estabelecido como nível de pobreza.
Paulo Renato e o presidente passaram a ser alvo das críticas do Partido dos
Trabalhadores (PT) por se terem,
supostamente, apropriado de
propostas que vinham sendo implantadas em municípios administrados pelo partido, sem que lhes fossem dados os devidos créditos.
No mês de setembro, foi encerrado o processo de concorrência
pública para compra de computadores para as escolas públicas do primeiro e do segundo
grau. A meta inicial fora reduzida para cem mil computadores e seis mil
escolas. Entretanto, a concorrência previa a aquisição de 29.700 equipamentos
para atender a 2.646 escolas.
Em 15 de outubro, o ministro lançou os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN) da 5ª à 8ª série, completando os parâmetros para
todo o primeiro grau.
No final do ano, o MEC divulgou os resultados do Censo
Escolar de 1998, realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais,
anunciando a superação de metas previstas para o ano 2003 pelo Plano Decenal de
Educação para Todos, elaborado no governo de Itamar Franco (1992–1994). Como
exemplo, no ensino fundamental, na população de sete a 14 anos, a taxa de
escolarização líquida atingira 95,8%, a taxa de aprovação, 77,5%, e o índice de
evasão escolar, 11,1%. Os resultados do censo do MEC deveriam passar pelo crivo
do Censo Demográfico Nacional,
previsto para o ano 2000.
Paulo Renato foi mantido à frente do MEC por Fernando
Henrique Cardoso, reeleito em outubro de 1998, durante todo o seu segundo
mandato presidencial (1999-2002). Nesse período, o ministro priorizou a
expansão das matrículas escolares de crianças de sete a 14 anos. O programa da
merenda escolar beneficiou 8,7 milhões de alunos diariamente, e foi feita a
distribuição de livros de leitura e dicionários às escolas públicas do ensino
básico.
Em dezembro de 1999, o ministro publicou portaria decidindo
que os cursos superiores seriam também avaliados pelo MEC de acordo com a
infra-estrutura oferecida aos deficientes físicos, auditivos ou visuais.
Em dezembro de 2001, pela primeira vez desde que o Exame
Nacional de Cursos fora criado em 1996, o Ministério da Educação usou suas
notas para suspender o reconhecimento de 12 cursos que obtiveram notas D e E
por três anos consecutivos e receberam conceito insuficiente na avaliação do
corpo docente.
No início do ano de 2002, houve disputas internas no PSDB
para a escolha do candidato à presidência da República, e Paulo Renato foi
preterido pelo partido em favor de José Serra, que concorreu e não se
elegeu. Após atuar como ministro da Educação por oito anos, em 2003, com início
do governo de Luís Inácio Lula da Silva, teve como sucessor na pasta Cristovam
Buarque.
No período em que foi ministro da Educação, Paulo Renato foi
também chefe da delegação brasileira à Conferência de Cúpula das Nações Unidas
sobre o Desenvolvimento Social, em Copenhague, em 1996; à Cúpula dos Países não
Alinhados, em Havana, em 2000, e à Conferência das Nações Unidas, em Nova
Iorque, em 2002. Recebeu diversas condecorações, distinguindo-se a Ordem do
Mérito Rio Branco, a Ordem do Mérito Légion d`Honneur, da França, a Ordem do
Mérito Educativo e a Ordem do Mérito da República do Chile.
Fora do governo, constituiu junto com o filho Renato Sousa
Neto, executivo da área de fusões e aquisições e finanças corporativas do Banco
JP Morgan, a PRS Consultores, empresa especializada em temas estratégicos e
econômicos relacionados à educação.
Na Câmara dos Deputados e na
Secretaria de Educação de São Paulo
Em 2006 candidatou-se a deputado federal por São Paulo na legenda
do PSDB. Nesse mesmo ano, participou de um grupo, quase inteiramente paulista,
composto por ex-ministros tucanos e acadêmicos, com a finalidade de orientar as
propostas do candidato à presidência Geraldo Alckmin. Entre outros,
participaram desse grupo o ex-presidente do BNDES, Luís Carlos Mendonça de
Barros, o ex-presidente do INCRA, Xico Graziano, os economistas Roberto
Giannetti da Fonseca e Raul Veloso, além do infectologista David Uip.
No pleito de outubro conquistou uma cadeira na Câmara, mas o
candidato do PSDB foi derrotado por Lula, que foi reeleito presidente da
República. Assumiu o mandato em fevereiro de 2007 e já no início da legislatura
destacou-se como um dos articuladores da candidatura de Gustavo Fruet à
presidência da Câmara dos Deputados. Apresentou a proposta de emenda
constitucional (PEC) nº 115 para a criação do Tribunal Superior da Probidade
Administrativa (TSPA), com competência para julgar ações penais relativas a
crimes contra o patrimônio público e nos atos de improbidade administrativa,
que tramita no Congresso Nacional. Tornou-se também titular da Comissão de
Educação e Cultura.
No dia 27 de março de 2009, licenciou-se do mandato para
assumir a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo no governo de José
Serra, substituindo Maria Helena Guimarães de Castro. Assumiu a secretaria em
meio a uma crise causada pelo baixo desempenho dos alunos das escolas públicas
estaduais do ensino fundamental e médio público de São Paulo, constatado nas
avaliações do ENEM e do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de
São Paulo (SARESP). Logo de início enfrentou protestos de estudantes e greve de
professores, apoiados pelo sindicato da categoria, que exigiam melhor qualidade
no ensino público paulista e melhor remuneração para os docentes.
Em agosto de 2009,
a Secretaria de Educação iniciou o programa Alfabetiza
São Paulo, voltado para a alfabetização de jovens acima de 15 anos e adultos, a
ser executado em parceria com organizações não-governamentais (ONGs),
universidades e profissionais do Programa Escola da Família.
Ainda em 2009, Paulo Renato levou ao governo de São Paulo, e
aprovou, proposta para tornar obrigatória a realização de concursos públicos
para professor a cada quatro anos, no máximo. A ideia evitaria que o número de docentes
temporários voltasse a subir, após o Executivo adotar medidas para redução do
contingente.
No ano seguinte, com a eleição de Geraldo Alckmin para
suceder José Serra no executivo estadual de São Paulo, e sem a confirmação de
que seria mantido na secretaria, pediu demissão do cargo em Dezembro. Ainda com
mandato de deputado em vigência, apresentou-se à Câmara no dia 21 de Dezembro,
quando fez um balanço de sua estada na secretaria paulista e despediu-se do
Legislativo Federal.
Passou então a prestar serviços como consultor de projetos
ligados à educação para empresas do setor privado.
Em Junho de 2011, entretanto, faleceu, acometido por um
infarto cardíaco.
Casou-se com Giovana Freitas Xavier
de Sousa, com quem teve três filhos. Em segundas núpcias, foi casado com a
economista Carla Grasso, secretária nacional de Previdência Complementar no
governo de Fernando Henrique Cardoso.
Publicou diversos artigos em revistas acadêmicas nacionais e
estrangeiras, e foi co-autor de diversos livros editados pelo Projeto Regional
de Educação para América Latina e Caribe, PREALC. Escreveu Emprego, salário
e pobreza (1980), A determinação dos
salários e do emprego em economias atrasadas (1980), O que são empregos e
salários? (1981), Quem paga a conta? Dívida, déficit e inflação
nos anos 80 (1989) e A revolução gerenciada: educação no Brasil
1995-2002 (2005).
Beatriz Kuchinir/Sinclair Cechine/Orson Camargo/ Sérgio Montalvão
(atualização, 2015)
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Profissional (12/98); Estado de S. Paulo (3/1, 27/2 e 11/5/96,
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