PIVA,
Horácio Lafer
*pres.
FIESP/CIESP 1998-2004.
Horácio
Lafer Piva
nasceu na cidade de São Paulo no dia 30 de maio de 1957, filho de Pedro Franco
Piva e de Sylvia Lafer Piva. Seu avô materno, Horácio Lafer, foi empresário de
prestígio, co-fundador da Klabin Irmãos e Cia; participou da fundação do Centro
das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), além de ter sido deputado
federal, ministro da Fazenda e das Relações Exteriores. Seu pai também integrou
a direção da Klabin e seguiu carreira política, tendo sido suplente do senador
José Serra, e exercido o mandato. Seu primo Celso Lafer foi ministro das
Relações Exteriores em 1992, embaixador do Brasil na Organização Mundial do
Comércio entre 1995 e 1999, e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
em 1999.
Formou-se
em economia, fez pós-graduação em
administração de empresas e tornou-se membro do Conselho de Administração da
Klabin Irmãos e Cia. Em 1992 fez parte da chapa vencedora de Carlos Eduardo
Moreira Ferreira na eleição para a presidência da FIESP, e em 1995 tornou-se
vice-presidente da entidade, onde também exerceu o cargo de diretor da área de
pesquisas e economia.
Em
1998, disputou a presidência da FIESP e do CIESP com o candidato de oposição, o
empresário Josef Couri, presidente e fundador do Sindicato da
Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo
(SIMPI). Contou
com o apoio de Mário Amato, Carlos Eduardo Moreira Ferreira, Aldo Lorenzetti,
Antônio Ermírio de Morais, Eugênio Staub, Emerson Kapaz e Paulo Skaf, além de
ex-integrantes do grupo Novo CIESP, entre eles Luís Péricles Michielin, Mário
Bernardini e Adauto Ponte. Venceu tanto na FIESP quanto no CIESP. Sua posse
aconteceu pouco antes das eleições de outubro de 1998, que consagraram a
reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso. Em seu discurso, defendeu a
participação dos empresários no processo decisório, criticou a falta de atenção
ao setor produtivo e o apoio ao capital internacional, defendendo ainda uma
visão desenvolvimentista, porém sem viés protecionista, conforme apontam Diniz
e Boschi.
Em
sua gestão, implantou mudanças na estrutura operacional da FIESP, conferindo um
caráter menos centralizado à instituição e afastando algumas lideranças
tradicionais de cargos de prestígio. Extinguiu o departamento de relações do trabalho,
por considerar que a entidade não deveria se envolver em disputas salariais, e
sim nas grandes questões da relação de trabalho. Promoveu uma modernização
dentro da entidade que gerou certo descontentamento, mas também a expectativa
de um papel mais ativo e menos adesista em relação às políticas governamentais.
Segundo matéria publicada no jornal Folha
de S. Paulo, o
temor de alguns industriais era o excesso de nomes novos e uma opção à
esquerda; no entanto, o objetivo de Piva seria transformar a FIESP “numa
eficiente prestadora de serviço às indústrias”. Para Diniz e Boschi, no período
entre 1997 e 2002, o empresariado perdeu a unidade em torno da agenda
neoliberal, sendo que a FIESP fazia parte da corrente dos que defendiam “uma
redefinição de prioridades em prol de uma estratégia de desenvolvimento
sustentado, enfatizando a necessidade de uma ruptura com a rigidez fiscal e a
estabilização a qualquer preço, características da política econômica em
vigor”.
No
período de 1998 a 2000, exerceu também a presidência do Serviço de Apoio à
Micro e Pequena Empresa de São Paulo (Sebrae-SP). Em 2001, foi reeleito para a
presidência da FIESP através de chapa única, após uma gestão que obteve um
superávit nas contas de entidade e um corte significativo de pessoal, e passou
a discutir a reforma tributária, conforme apresentado no jornal Folha
de S. Paulo.
Nas
eleições de 2002, foram promovidas palestras com os candidatos à presidência da
República na FIESP, sendo que a entidade não apoiou nenhum candidato oficialmente,
nem mesmo no segundo turno. A vitória do candidato do Partido dos Trabalhadores
(PT), Luís Inácio Lula da Silva, não gerou grande conflito no meio empresarial,
e o presidente da FIESP continuou defendendo a implantação de reformas,
especialmente a tributária.
Em
2004 encerrou seu mandato na presidência da FIESP, onde foi substituído por
Paulo Skaf. Exerceu até esse ano a presidência do conselho temático de política
econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e em 2006 assumiu a
presidência do conselho da Associação Brasileira de Celulose e Papel
(Bracelpa). Tornou-se membro também do conselho de administração de Klabin S/A,
do conselho da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), dos
conselhos da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), da
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP), e do Conselho de
Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República (CDES), além de
outros conselhos ligados à indústria, educação e saúde.
Fabrícia
Corrêa Guimarães
FONTES:
BIANCHI MENDEZ, A.G. O
ministério dos industriais;
CURRIC. BIOG.;
DINIZ, E. ; BOSCHI, R.R. A
difícil rota do desenvolvimento; Folha
de S. Paulo
(19/10 e 17/12/97; 11/4 e 1/11/98; 23/8 e 27/11/01; 24/7 e 4, 29/10/02;
21/8/03).