GORDILHO,
Regina
*dep. fed. RJ
1991-1995.
Regina Helena Costa Gordilho
nasceu em Salvador no dia 12 de maio de 1933, filha de Almir Campos Gordilho e
de Virgília Costa Gordilho.
Transferindo-se para o Rio de Janeiro aos quatro anos de
idade, estudou no Colégio Notre Dame de Sion, onde não chegou a concluir o
segundo grau.
Dona de uma confecção de roupas, em março de 1987 seu filho
Marcellus foi assassinado na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio de Janeiro, por
cinco policiais militares que, embora tenham sido indiciados, acabaram sendo
absolvidos pela Justiça Militar. A luta pela punição dos envolvidos no crime
conferiu a Regina Gordilho grande notoriedade, sendo o ponto de partida para o
início de sua carreira política. Em novembro de 1988, filiada ao Partido
Democrático Trabalhista (PDT), elegeu-se vereadora no Rio de Janeiro.
Tomou posse em janeiro de 1989 e foi eleita presidente da
Câmara Municipal. No exercício do cargo denunciou irregularidades e tentou sem
sucesso demitir cerca de quinhentos servidores contratados sem concurso. Após
acusar alguns vereadores de envolvimento em atividades ilícitas, acabou
destituída da função em outubro de 1989. No ano seguinte, contudo, um mandado
de segurança permitiu que reassumisse a presidência da Casa.
Em outubro de 1990 elegeu-se deputada federal pelo Rio de
Janeiro. Na Câmara dos Deputados fez parte a Comissão de Defesa do Consumidor,
Meio Ambiente e Minorias e de uma comissão parlamentar encarregada de elaborar
estudos e sugestões com vistas ao melhor encaminhamento dos trabalhos
administrativos e legislativos.
Reiterando
o discurso moralizador que a caracterizara no Legislativo municipal voltou-se
contra o pagamento de jetons por sessões extraordinárias aos deputados,
tendo entrado com uma ação popular na 6ª Vara de Fazenda Pública, pedindo a
suspensão de tais benefícios.
Na
sessão da Câmara dos Deputados de 29 de setembro de 1992, votou a favor da
abertura do processo de impeachment do presidente Fernando Collor de
Melo, acusado de crime de responsabilidade por ligações com um esquema de
corrupção liderado pelo ex-tesoureiro de sua campanha presidencial Paulo César
Farias. Afastado da presidência logo após a votação na Câmara, Collor renunciou
ao mandato em 29 de dezembro de 1992, pouco antes da conclusão do processo pelo
Senado, sendo efetivado na presidência da República o vice Itamar Franco, que
já vinha exercendo o cargo interinamente desde o dia 2 de outubro.
Os
freqüentes desentendimentos com o presidente do partido e governador do Rio de
Janeiro, Leonel Brizola, acabaram resultando em sua transferência para o
Partido Republicano Progressista (PRP), sob cuja legenda Regina Gordilho
lançou-se a uma conturbada campanha pela prefeitura do Rio de Janeiro. Seu
companheiro de chapa, candidato a vice, transferiu-se para o Partido
Trabalhista Brasileiro (PTB), e sete dos 11 postulantes a vereador pelo
coligado Partido Socialista do Brasil (PSdoB) aderiram à campanha de Cidinha
Campos, candidata do PDT. Regina suportou a pressão de setores do PRP que
queriam a sua renúncia, além de críticas dos que a julgavam politicamente
inexperiente e acusações de autoritarismo e favorecimento, mas conseguiu levar
a candidatura até o fim, sendo derrotada no pleito de outubro de 1992, vencido
no segundo turno por César Maia, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro
(PMDB).
De volta à Câmara dos Deputados, já sob a legenda do Partido
da Reedificação da Ordem Nacional (Prona), levou ao presidente Itamar Franco
(1992-1994) um dossiê com fotos e depoimentos de moradores da favela de Parada
de Lucas, no Rio de Janeiro, que denunciavam chantagens feitas por policiais
civis e violências dos traficantes.
Ausente das votações acerca das principais matérias
constitucionais apresentadas entre 1991 e 1995, absteve-se de votar a proposta
de revisão do conceito de empresa nacional. Sem pleitear a reeleição, deixou a
Câmara ao término da legislatura, em janeiro de 1995.
Em outubro de 1996, após filiar-se ao Partido da Social
Democracia Brasileira (PSDB), concorreu sem êxito a uma vaga na Câmara
Municipal do Rio de Janeiro. No pleito de outubro de 1998 candidatou-se a uma
cadeira na Câmara dos Deputados, pela legenda do PSDB, mas foi derrotada mais
uma vez.
Regina
Gordilho fundou a Associação dos Parentes e Amigos das Vítimas da Violência e
declarou-se publicamente a favor da pena de morte, mas desde então, não se envolveu
mais na política.
Do primeiro matrimônio teve dois filhos. Contraiu terceiras
núpcias com Antônio Loureiro de Almeida.
FONTES:
CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório (1991-1995); Estado de S.
Paulo (25/3 e 6/4/92); Globo (24/1, 6/5 e 17/7/91, 23 e 31/3, 1/4,
13/7, 24 e 30/9 e 2/10/92, 9/9/93, 7/10/98); Jornal do Brasil (22/3 e
25/7/91, 24/3, 28/6, 28 e 31/7, 24/8, 19 e 23/9/92, 8 e 9/9/93); Olho no
voto/Folha de S. Paulo (18/9/94); Perfil Parlamentar/IstoÉ;
TRIB. SUP. ELEIT. Relação (1998).