VALADÃO, Roberto
*dep. fed. ES 1991-1999.
Roberto Valadão Almokdice nasceu em Colatina (ES), no dia 20 de setembro de 1938,
filho de Altivo Valadão de Andrade e de Helena Almokdice Valadão.
Formado
em contabilidade pela Escola Técnica de Comércio de Cachoeiro de Itapemirim
(ES) em 1967 e bacharel em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de
Direito da mesma cidade, em 1972, presidiu o diretório acadêmico Abel Santana e
a Casa do Estudante em 1971, integrando depois o conselho superior da entidade
até 1976. Fez cursos de desenvolvimento econômico e oratória em 1970 e 1972.
Fundador do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido
de oposição ao regime militar instaurado no país em abril de 1964, foi nomeado
vice-prefeito de Cachoeiro de Itapemirim em 1971, deixando o cargo em novembro
de 1972, antes de encerrar o mandato, para eleger-se vereador. Líder da bancada
na Câmara Municipal até 1979, integrou as comissões de Justiça e de Redação
(1973-1975) e de Educação e Saúde (1975-1977). Em novembro de 1976 reelegeu-se
ainda na legenda do MDB. Empossado em fevereiro de 1977, manteve-se como
titular em ambas as comissões até 1981.
Candidato à Assembléia Legislativa do Espírito Santo no
pleito de novembro de 1978 foi eleito deputado estadual na legenda do MDB,
deixando a Câmara Municipal em fevereiro de 1979. Líder da bancada, com a
extinção do bipartidarismo em 29 de novembro de 1979, e a conseqüente
reformulação partidária, filiou-se ao Partido do Movimento Democrático
Brasileiro (PMDB). Permanecendo na liderança, presidiu a Comissão de Educação e
Saúde de 1981 a 1983.
Eleito para a prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim na
legenda do PMDB em novembro de 1982, tomou posse em janeiro de 1983. À frente
da administração municipal, criou o Horto Municipal, atual Centro de Cultura
Natural Augusto Ruschi, destinado à produção de alimentos sem emprego de
agrotóxicos, o restaurante dos empregados da municipalidade, além de creches,
escolas e asilos.
No
pleito de outubro de 1990 elegeu-se deputado federal, tomando posse em
fevereiro de 1991. Titular da Comissão Especial sobre os Desaparecidos
Políticos Pós-1964, na sessão da Câmara dos Deputados de 29 de setembro de 1992
votou a favor da abertura do processo de impeachment
do presidente Fernando Collor de Melo, acusado de crime de responsabilidade por
ligações com um esquema de corrupção liderado pelo ex-tesoureiro de sua
campanha presidencial, Paulo César Farias. Afastado da presidência logo após a
votação na Câmara, Collor renunciou ao mandato em 29 de dezembro de 1992, pouco
antes da conclusão do processo pelo Senado Federal, sendo efetivado na
presidência da República o vice Itamar Franco, que já vinha exercendo o cargo
interinamente desde o dia 2 de outubro.
Votou a favor da extinção do voto obrigatório, pela criação do
Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF) e do Fundo Social de
Emergência (FSE), que permitiria ao governo gastar até 20% da arrecadação
vinculada às áreas de saúde e de educação.
Assumiu
em 1993 a vice-liderança da bancada do PMDB e participou da comissão especial
sobre o programa de estabilização do governo. Entre 1993 e 1995 voltou a fazer
parte da comissão especial sobre desaparecidos políticos pós-1964. Em 1994
viajou em missão oficial a Santiago do Chile e a Buenos Aires, capital da Argentina,
com o objetivo de obter informações sobre brasileiros desaparecidos. Durante
todo o mandato foi titular da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e
Informática.
Reeleito
no pleito de outubro de 1994, assumiu em fevereiro de 1995, integrando até 1998
as comissões de Direitos Humanos, de Ciência e Tecnologia e de Comunicação e
Informática.
Nas votações das emendas constitucionais propostas pelo
governo Fernando Henrique Cardoso em 1995, seguindo a orientação do partido
votou a favor da quebra do monopólio estatal nos setores de telecomunicações,
exploração de petróleo, distribuição de gás canalizado e navegação de
cabotagem. Apoiou também a mudança no conceito de empresa nacional e a
prorrogação do FSE, rebatizado de Fundo de Estabilização Fiscal (FEF).
Vice-líder
do bloco PMDB-Prona (Partido da Renovação Nacional), em junho de 1996 votou a
favor da criação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira
(CPMF), que substituiu o Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira
(IPMF), fonte suplementar de recursos destinados à saúde.
Em fevereiro de 1997 votou a favor da emenda constitucional
que previa a reeleição de presidente da República, governadores e prefeitos, e
em novembro pela quebra da estabilidade do servidor público, item da reforma
administrativa.
No
pleito de outubro de 1998 não conseguiu se reeleger. Em novembro, votou a favor
do teto de 1.200 reais para aposentadorias no setor público, e pelos critérios
de idade mínima e tempo de contribuição, para os trabalhadores no setor
privado, itens que definiram a reforma da previdência. Deixou a Câmara ao
término da legislatura, em janeiro de 1999.
Reelegeu-se
prefeito de Cachoeiro do Itapemirim nas eleições de 2004, na legenda do PMDB.
Tentou repetir o feito em 2008, mas foi suplantado pelo candidato do Partido
dos Trabalhadores (PT), Carlos Casteglione.
Funcionário
e dirigente da Campanha Nacional dos Educandários Gratuitos, posteriormente
Campanha Nacional das Escolas da Comunidade (CNEC), escrevente juramentado e
oficial do Cartório de Registro Civil de Cachoeiro de Itapemirim, Roberto
Valadão casou-se com Eloísa Borges Valadão, com quem teve cinco filhos.
Márcia Quarti
FONTES:
CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório
(1991-1995, 1995-1999); Olho
no Congresso/Folha de S. Paulo
(31/1/95, 14/1/96, 30/1/97 e 5/2/98); Olho
no voto/Folha de S. Paulo
(18/9/94 e 29/9/98); Perfil
parlamentar/IstoÉ
(1991); Portal do TSE. Disponível em : <http://www.tse.gov.br>.
Acesso em : 17 jul. 2009.