SABÓIA,
Henrique
*militar; comte. 1 DN 1981-1983;
comte.-em-ch. Esq. 1983-1984; min. Mar. 1985-1990.
Henrique Sabóia nasceu
em Sobral (CE) no dia 20 de setembro de 1925, filho de Diocleciano Sabóia de
Albuquerque e de Francisca Rodrigues de Sabóia.
Aspirante
à Marinha de Guerra, ingressou na Escola Naval em abril de 1943, tendo sido
promovido a guarda-marinha no término do curso, em janeiro de 1947, e a
segundo-tenente em fevereiro de 1948, período em que esteve embarcado no
navio-escola Almirante Saldanha. Transferido para o contratorpedeiro de
escolta Beberibe, foi promovido a primeiro-tenente em março de 1950.
Designado um ano depois para o Centro de Instrução Almirante Wandenkolk, e
transferido para o navio-escola Duque de Caxias, em junho de 1952,
obteve a patente de capitão-tenente em julho.
Serviu no Centro de Instrução Almirante Wandenkolk ainda por
duas vezes, entre abril de 1953 e julho de 1954, e entre março de 1956 e
dezembro de 1957. De julho de 1954 a março de 1956 esteve embarcado novamente
no navio-escola Duque de Caxias. Promovido a capitão-de-corveta em
setembro de 1956, em dezembro do ano seguinte foi designado para a Fábrica de
Artilharia da Marinha. De agosto de 1958 a fevereiro de 1961 integrou o gabinete do ministro da Marinha, almirante-de-esquadra Jorge do Paço Matoso Maia, de
onde foi transferido para o estado-maior do comando da esquadra.
Comandante do contratorpedeiro Benevente de outubro de
1961 a dezembro de 1962, fez neste último ano o curso preliminar da Escola de
Guerra Naval (EGN).
Capitão dos portos do estado do Espírito Santo em março de
1963, e promovido a capitão-de-fragata em julho, foi transferido em março de
1964 para a diretoria do pessoal militar da Marinha, onde permaneceu até
agosto, quando retornou à EGN para o curso de Comando e Estado-Maior.
Em
fevereiro de 1965 viajou para os Estados Unidos, onde fez o curso de comando
naval, no Naval War College, da Marinha norte-americana. De volta ao Brasil, em
julho de 1966, assumiu o posto de imediato do navio aeródromo ligeiro Minas
Gerais. Em julho de 1997 voltou à EGN, a fim de estudar tática
anti-submarina.
Comandante do contratorpedeiro Pará de dezembro de 1967 a dezembro de 1968, recebeu em outubro desse ano a promoção a capitão-de-mar-e-guerra. Nomeado
chefe do estado-maior da Força de Transportes da Marinha em dezembro de 1968,
fez o curso superior de guerra naval na EGN entre janeiro de 1970 e agosto de
1971. Designado capitão dos portos do estado do Rio de Janeiro em agosto de
1971, assumiu em janeiro de 1973 o comando do navio-escola Custódio de Melo.
Aluno da Escola Superior de Guerra (ESG) de fevereiro de 1974 a janeiro de 1975, foi nomeado diretor do pessoal militar da Marinha. Promovido a
contra-almirante em março de 1975, assumiu em julho de 1977 a direção da Escola de Guerra Naval, substituindo o almirante Ibsen Gusmão Câmara. Alçado a
vice-almirante em março de 1979, em janeiro do ano seguinte recebeu o comando
da diretoria de Portos e Costas.
Substituindo o vice-almirante Alfredo Karam, exerceu o
comando do I Distrito Naval, sediado no Rio de Janeiro, entre agosto de 1981 e
janeiro de 1983, quando o passou ao vice-almirante Luís Leal Ferreira, para
assumir comando da esquadra em substituição ao almirante-de-esquadra Artur
Ricart da Costa. Promovido a almirante-de-esquadra em novembro de 1983,
assumiu, em janeiro de 1984, a diretoria geral de pessoal da Marinha.
Em março de 1985 foi nomeado ministro da Marinha,
substituindo o almirante Alfredo Karam. Indicado pelo presidente eleito
Tancredo Neves para ocupar a pasta, acabou sendo confirmado no cargo pelo
vice-presidente em exercício, José Sarney, que afinal assumiu a presidência em
caráter definitivo em abril, devido ao falecimento de Tancredo.
Por ocasião dos trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte
(1987-1988), Sabóia sustentou que a nova carta constitucional deveria manter
inalterado o papel das forças armadas e defendeu a democracia recém-instaurada,
negando sempre a possibilidade do retorno ao regime militar em virtude das
turbulências por que o país passava, no período da Nova República. Contudo, foi
contrário à concessão de anistia aos militares cassados.
Tendo passado à reserva em março de 1987 seu período à frente
do Ministério da Marinha, encerrado ao final do governo Sarney, em março de
1990 — quando foi substituído pelo almirante Mário César Flores —,
caracterizou-se pela consolidação do programa nuclear, cujo objetivo era dar ao
Brasil o controle do processo de enriquecimento do urânio e da tecnologia de
construção de um reator nuclear.
Em
junho de 1993 tornou-se diretor-presidente da Vale do Rio Doce Navegação
(Docenave), subsidiária da Companhia Vale do Rio Doce, cargo do qual se afastou
em junho de 1997, junto com mais de 50 diretores, por não se enquadrarem no
critério estabelecido pela empresa estatal, que privilegiava em seus quadros a
permanência de funcionários de carreira.
Faleceu em março de 2005.
Foi casado com Rose Maria Neves de Sabóia, com quem teve três
filhos.
Moisés
Arioza
FONTES: CURRIC. BIOG.; Estado
de S. Paulo (6/3/83 e 2/7/88); Folha de S. Paulo (26/6/97); Globo
(31/12/82, 10/9/85, 17/6/88 e 3/7/89; 13/3/07); Jornal do Brasil
(8/7/77, 8 e 10/3/85).