SILVEIRA, ALARICO DA
SILVEIRA,
Alarico da
*magistrado e jornalista; secr. Pres. Rep. 1926-1930;
min. STM 1929-1934.
Alarico da Silveira nasceu
em São Paulo no dia 11 de janeiro de 1875.
Iniciou suas atividades jornalísticas em 1895 como redator do
periódico Guanumbi, em Casa Branca (SP), e formou-se em 1899 pela Faculdade de
Direito de São Paulo.
Passou a advogar em Casa Branca, onde fundou o Grêmio
Literário e Recreativo e colaborou nos jornais Oeste de São Paulo, Tribuna
Livre e Vera Cruz, até ser nomeado promotor das comarcas de Caconde (SP) e
Ituberava (SP). Em 1905, transferiu-se para a capital paulista, onde trabalhou
no jornal São Paulo, escrevendo artigos sobre política internacional. Trabalhou
também no Correio Paulistano, do qual foi secretário e redator-chefe de 1909 a
1910. Durante o governo do presidente Hermes da Fonseca (1910-1914), chefiou em
1914 o Gabinete de Censura à Imprensa, quando da suspensão das garantias
constitucionais, em virtude da vigência do estado de sítio no país. Em 1920,
assumiu a Secretaria do Interior de São Paulo, a convite do presidente estadual
Washington Luís Pereira de Sousa, empossado nesse ano. Nessa época, integrou o
movimento literário “Verde-Amarelo”, ao lado de Plínio Salgado, Menotti del
Picchia e outros.
Em novembro de 1926, logo após a posse de Washington Luís na
presidência da República, foi nomeado secretário da Presidência da República.
Em setembro de 1927, tornou-se membro da delegação brasileira à VI Conferência
Pan-Americana, realizada em Havana, Cuba, onde participou ativamente da
discussão dos problemas relativos à cooperação intelectual no continente. Ainda
em 1927, foi convidado pelo Ministério da Guerra para proferir conferências sobre
direito internacional nas escolas de Estado-Maior e de Intendência do Exército,
no Rio de Janeiro, então Distrito Federal. Em outubro de 1929, foi nomeado
ministro do Supremo — hoje Suprerior Tribunal Militar (STM) — mas pediu licença
no mês seguinte para reassumir a secretaria da Presidência da República. Em
janeiro de 1930, voltou ao STM, deixando o tribunal em 1934, ao ser posto em
disponibilidade.
Foi também policial de carreira nos municípios paulistas de
Iguape, Descalvado, Pindamonhangaba e São Carlos, diretor da Repartição de
Salubridade Pública e da Repartição de Limpeza Pública de São Paulo e membro do
Tribunal de Contas de São Paulo. Como jornalista, escreveu nas publicações
Novíssima, onde divulgou suas idéias nacionalistas e americanísticas, e Vila
Moderna.
Faleceu no Rio de Janeiro no dia 5 de março de 1943.
Foi
casado com Dinorá Ribeiro Silveira, com quem teve uma filha, Diná Silveira de
Queirós, escritora e membro da Academia Brasileira de Letras, casada em
segundas núpcias com o diplomata Dario de Castro Alves, que chefiou a embaixada
brasileira em Lisboa.
Publicou
a Enciclopédia Brasileira (1º volume, 1958) e A convenção de Itu, deixando
inédito o livro Estudos brasileiros e inacabado o Dicionário de idiotismos da
língua portuguesa.
FONTES: CORRESP.
SUP. TRIB. MILITAR; Efemérides Paulistas; Encic. Mirador; Grande encic. Delta;
Jornal do Brasil (28/11/82); LAGO, L. Conselheiros; MACEDO, R. Efemérides;
MELO, L. Dic.; MIN. GUERRA. Almanaque; SILVA, H. 1935.