SOUSA,
André Fernandes de
*militar; dep. fed. RN
1951-1955; ch. Gab. Mil. Pres. Rep. 1964.
André Fernandes de Sousa
nasceu em Pau dos Ferros (RN) no dia 30 de novembro de 1903, filho de Hipólito
Cassiano de Sousa e de Francisca Fernandes de Sousa.
Estudou no Ginásio Pais de Carvalho, em Belém, antes de
assentar praça em 1919 no 47º Batalhão de Caçadores, sediado em São Gonçalo
(RJ).
Promovido
a terceiro-sargento em maio de 1920, a segundo e a primeiro-sargento em março
de 1921, cursou até o terceiro ano da Faculdade de Direito de Niterói, então
capital do estado do Rio de Janeiro. Classificado no 2º Batalhão de Caçadores
desde maio de 1922 e comissionado no posto de segundo-tenente, participou a
partir de agosto de 1924 de operações militares de repressão aos levantes
tenentistas, primeiro no Pará (entre agosto e setembro) e a partir de novembro
no Paraná, onde integrou as tropas federais que lá combateram os
revolucionários oriundos de São Paulo e do Rio Grande do Sul, os quais se
uniram em abril de 1925 para formar a Coluna Prestes. Com a partida da coluna,
seu batalhão retornou ao Rio de Janeiro em junho de 1925.
Em abril do ano seguinte ingressou na Escola Militar do
Realengo, da qual saiu aspirante a oficial em janeiro de 1930. Classificado no
3º Regimento de Infantaria, do Rio de Janeiro, a partir de fevereiro, foi
promovido a segundo-tenente em julho de 1930 e a primeiro-tenente em agosto do
ano seguinte.
Entre julho e outubro de 1932, integrou as tropas legalistas
que combateram a Revolução Constitucionalista, no destacamento comandado pelo
general Manuel de Cerqueira Daltro Filho. Instrutor da Escola de Sargentos, do
Batalhão-Escola e da Escola Militar a partir de dezembro de 1932, foi promovido
a capitão em dezembro de 1936.
Em outubro do ano seguinte, foi posto à disposição do governo
do Rio Grande do Norte, tendo exercido o cargo de chefe de polícia do estado.
Em abril de 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, foi designado diretor da
Defesa Civil do Rio Grande do Norte, em virtude da instalação de bases
estratégicas das forças aliadas no território norte-rio-grandense. Ao mesmo
tempo, foi diretor regional da defesa antiaérea no estado.
Classificado
desde junho de 1943 como comandante de companhia no 16º Regimento de
Infantaria, sediado em Natal, em março de 1945 foi promovido a major. Estagiou
na Command and General Staff School, nos EUA, entre maio e setembro de 1945,
após o término da Segunda Guerra Mundial, e em março do ano seguinte ingressou
na Escola de Estado-Maior do Exército, cujo curso concluiu em janeiro de 1949.
Instrutor da mesma escola depois da conclusão do curso, em
outubro de 1950 elegeu-se deputado federal pelo Rio Grande do Norte na legenda
da União Democrática Nacional (UDN), deixando o cargo de instrutor na Escola de
Estado-Maior para assumir em fevereiro de 1951 uma cadeira na Câmara Federal.
Promovido a tenente-coronel em julho do mesmo ano, cumpriu
integralmente o mandato de deputado, retornando à vida militar ao fim da
legislatura (31/1/1955). Classificado no 14º Regimento de Infantaria, sediado
em Socorro (SP), foi subcomandante da unidade até outubro de 1956. Promovido a
coronel em agosto, assumiu o comando do 14º RI em novembro, sendo transferido
em julho do ano seguinte para o gabinete do ministro da Guerra, general
Henrique Teixeira Lott, onde permaneceu dois anos.
Em
seguida, de julho de 1959 a outubro de 1961, foi membro do estado-maior da
Junta Interamericana de Defesa, sediada em Washington e, de volta ao Brasil,
chefiou o estado-maior da 1ª Divisão de Infantaria, no Rio de Janeiro, até
setembro de 1962.
Oficial-de-gabinete
do ministro da Guerra, general Amauri Kruel, até dezembro do mesmo ano, serviu
no Escalão Avançado do ministério em Brasília a partir de março do ano
seguinte, tornando-se seu comandante em junho.
Em
12 de setembro de 1963, articulou e coordenou a ação de forças do Exército
contra graduados da Marinha e da Aeronáutica que se haviam rebelado na capital
federal, na chamada Revolta dos Sargentos. Mobilizando o Batalhão de Guardas
Presidencial, uma companhia de pára-quedistas, o Esquadrão de Reconhecimento
Mecanizado e outros contingentes, promoveu o cerco no Ministério da Marinha,
ocupado pelos revoltosos, apresentando-lhes um ultimato e obtendo a rendição
dos rebeldes.
Promovido a general-de-brigada em 25 de novembro de 1963, nos
dias que se seguiram ao movimento político-militar de março de 1964 foi nomeado
(2/4/1964) chefe interino do Gabinete Militar da Presidência da República,
ocupando o cargo até a posse do marechal Humberto Castelo Branco na presidência
em 15 de abril.
Deixando o Escalão Avançado, exerceu o comando da 10ª Região
Militar, sediada em Fortaleza, de maio de 1964 a setembro de 1965, sendo em
seguida nomeado comandante da Artilharia Divisionária da 4ª Divisão de
Infantaria e, no dia 5 de novembro, transferido para a reserva no posto de
general-de-exército.
Faleceu no Rio de Janeiro no dia 18 de setembro de 1975.
Foi casado com Odete Acióli de Sousa, com quem teve três
filhos.
FONTES: ARQ. MIN.
EXÉRC.; CÂM. DEP. Deputados; CÂM. DEP. Relação dos dep.; CISNEIROS, A.
Parlamentares; CORRESP. GAB. MIL. PRES. REP.; COUTINHO, A. Brasil; Jornal do
Brasil (19/9/75); MACEDO, N. Aspectos; SOC. BRAS. EXPANSÃO COMERCIAL. Quem.